Quando eu era professora de piano, sempre gostava de ajudar meus alunos a dominar as técnicas básicas e a teoria da música, para que eles pudessem tocar lindamente. Não consigo pensar em nenhum aluno que, uma vez tendo descoberto e aplicado os princípios da música, não tivesse desfrutado do resultado final: tocar com muito sentimento, trazendo alegria e bênçãos a si mesmo e a outros.
Como no estudo da música, o estudo da Ciência Cristã traz grande alegria e satisfação, e também traz cura. No entanto, como na música, suas regras e leis devem ser compreendidas, estudadas e praticadas a fim de produzir harmonia.
Penso em alguns dos meus compositores favoritos, mestres como Mozart, Bach e Beethoven. Sua compreensão profunda da ciência que fundamenta a música, bem como o coração e a alma que eles derramaram no processo de composição e execução, renderam-lhes um lugar duradouro na história. Uma criança de hoje, sentada ao piano, pode pegar as composições mais simples, estudá-las, compreender as técnicas básicas e as regras que governam a música e, em seguida, sentir a alegria da maravilhosa composição musical.
A Ciência Cristã explica a prática da cura espiritual, exigindo que o aluno siga os ensinamentos do único Mestre, Cristo Jesus, e se atenha a eles. Essa Ciência, descoberta e fundada por Mary Baker Eddy, explica os ensinamentos de Jesus em seu significado espiritual.
A Sra. Eddy escreve sobre Jesus: “O grande professor, pregador e demonstrador do cristianismo é o Mestre, que fundou seu sistema de metafísica somente sobre o Cristo, a Verdade, e o consolidou com suas palavras e obras” (Message to The Mother Church for 1901 [Mensagem À Igreja Mãe para o ano de 1901], p. 26) e “Para os Cientistas Cristãos, o exemplo dele é como os modelos dos mestres da música e da pintura são para os artistas” (Rudimentos da Ciência Divina, p. 3).
O sistema de cura metafísica de Jesus era inteiramente espiritual e fundamentado na lei divina, não em aparências ou convicções materiais mutáveis. Seu Princípio é Deus, a única Mente infinita, o Espírito, que é inteiramente bom, todo amoroso e onipotente — “socorro bem presente nas tribulações”, como a Bíblia declara (Salmos 46:1). Jesus incluiu toda a família do homem, criada por esse Deus benevolente e subordinada à lei divina de harmonia perpétua, a lei do bem. A doença e o pecado seriam um desafio para essa verdade, mas Jesus provou que eles não têm poder.
Poderíamos dizer que Jesus foi um virtuoso da cura. Mas suas curas estavam longe de ser uma exibição de técnica. Elas ressoavam com os acordes profundos do amor de Deus e o toque compassivo do Cristo, sua natureza divina. Para ele, o homem não era um pecador sem esperança, era, em realidade, uma ideia espiritual de Deus bela e sagrada. Jesus via claramente que o homem refletia a harmonia de Deus, não a desarmonia. Esse ponto de vista científico, imbuído do amor de Deus, curava.
A Ciência do Cristo revela que aquelas que parecem ser condições desarmoniosas, são manifestações exteriores da crença falsa — um senso ignorante a respeito da lei da harmonia de Deus, que governa todo o verdadeiro existir. A doença e a enfermidade não têm lei, são ilícitas, são crenças equivocadas do suposto poder da matéria. Elas representam uma ignorância acerca das regras divinas ou leis do Amor que governam todo o verdadeiro existir. Tais crenças não têm poder. Para Jesus, elas estavam excluídas do governo supremo de Deus. Ele as venceu com base no fato de que eram irreais, impossíveis de existirem na Ciência do existir.
Uma analogia com a música é muito útil: um acorde em sol maior consiste das notas sol, si, ré, mas, se um músico fosse pensar que o acorde consistia das notas sol, si e dó sustenido, o resutado seria uma dissonância quando o acorde fosse tocado. A solução seria a compreensão e a aplicação corretas da ciência dos acordes, e isso traria harmonia.
Da mesma forma, de acordo com o livro-texto da Ciência Cristã: “É nossa ignorância a respeito de Deus, o Princípio divino, que produz aparente desarmonia, e compreendê-Lo corretamente restaura a harmonia” (Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 390).
Certa manhã, ao visitar parentes com minha família, notei uma grave erupção cutânea em minhas costas. Inicialmente, fiquei alarmada. Mas comecei a orar, como sempre havia feito com êxito no passado, com outras doenças, volvendo minha atenção para Deus e para Sua lei de harmonia sempre presente. Raciocinei que eu nunca poderia ter algo que meu Pai celestial não ordenou. Sua vontade é justa e amorosa e eu era Sua ideia espiritual, refletindo somente Seu amor.
Compreendi que, visto que Deus é Tudo-em-tudo, nada existe que possa me ferir ou me condenar e que essa sugestão assustadora, sem fundamento, não poderia conseguir um ponto de apoio em meu pensamento.
Logo senti a certeza cheia de paz de que tudo estava bem e em seguida segui em frente com as atividades do dia, confiante no fato de que Deus estava comigo. Mais tarde, naquela manhã, notei que a erupção cutânea, o desconforto e a coceira haviam desaparecido completamente.
Senti-me tão inspirada por essa renovação no senso da lei da harmonia protetora de Deus que, naquela tarde, quando minha filha adolescente se queixou de febre e congestão nasal durante uma caminhada e me pediu para orar, recorri a Deus, sabendo novamente que Sua lei do bem enche todo espaço e sempre protege Seus filhos. No final da curta caminhada, ela estava toda sorrisos e disse: “Obrigada, Mamãe”! Os sintomas haviam desaparecido e nós duas agradecemos a Deus.
Assim como uma terna melodia nos toca o coração e inspira alegria, assim a luz do Cristo, a Verdade, vivifica, regenera e purifica o pensamento receptivo. Quando buscamos essa luz em oração sincera, o Cristo ilumina a lei da harmonia de Deus como sendo a realidade e mostra que a desarmonia é uma concepção equivocada que desaparece com a compreensão espiritual. Então, o amor precioso e duradouro de Deus por nós soa como uma sinfonia espiritual e nós descobrimos, cada vez mais, a proximidade de Sua presença, proteção e poder sanador.
Tradução do original em inglês publicado na edição de 17 de abril de 2017 do Christian Science Sentinel.
