A começar por textos escritos à mão em tábuas de argila, rolos de papiros, folhas de pergaminho costuradas, e depois páginas impressas no papel por máquinas impressoras, e textos agora transmitidos digitalmente por computadores, tablets e smartphones, os livros têm envolvido e conectado pensadores com mundos, ideias e povos, durante milhares de anos.
Um artigo excelente sobre o valor da leitura de livros apareceu na edição do fim de semana de 26–27 de novembro de 2016, do The Wall Street Journal. Seu título era: “A necessidade de ler”. Nele Will Schwalbe falava das bênçãos provenientes da conectividade que a era da Internet oferece, mas também dizia que precisamos de algum alívio das constantes interrupções que isso traz à nossa vida. “Ler”, dizia ele, “é uma das poucas coisas que você faz sozinho, mas que pode fazer com que você se sinta menos sozinho. É uma atividade solitária que conecta você aos outros” (p. C2).
Posso atestar que, acomodada em uma poltrona, ler um livro de papel (ou, mais recentemente, um livro digital) é uma das aventuras mais valiosas da minha vida. Muitos livros enriqueceram minha experiência ao longo dos anos, sobretudo a Bíblia Sagrada, que tem sido um best-seller durante séculos, devido à sua capacidade de proporcionar ao leitor um enriquecimento espiritual que vai ao âmago da necessidade humana. Em conexão com a Bíblia, o livro que tem sido a influência mais poderosa em minha vida, um livro que tem absorvido continuamente meu pensamento de forma significativa, durante décadas, é Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy. Ele contém as leis divinas de Deus que Cristo Jesus colocou em prática, que foram por Deus reveladas à Sra. Eddy graças ao seu amor profundamente arraigado pelas Sagradas Escrituras e graças a suas pesquisas experimentais e estudo. Assim, Ciência e Saúde é o cumprimento da vinda do Consolador, do Confortador, que Jesus prometeu que Deus enviaria, para explicar seus ensinamentos; ele é também a manifestação do “ ‘livrinho,’ aberto para ser lido e compreendido” (Ciência e Saúde, p. 559), profetizado por um anjo a João, o Revelador, na ilha de Patmos (ver Apocalipse 10:1–9).
As instruções do anjo foram para tomar o livro e “devorá-[lo]”, e Ciência e Saúde observa: “Lede este livro do começo ao fim. Estudai-o, ponderai-o. Será de fato doce quando o saboreardes pela primeira vez e ele vos curar; mas não vos queixeis da Verdade, se achardes amarga sua digestão” (p. 559).
Quando encontrei Ciência e Saúde, eu estava tão faminta por uma compreensão a respeito de Deus que não conseguia largar o livro. Ele estava abrindo para mim o mundo da Verdade espiritual, da realidade espiritual, do Espírito infinito como nosso criador, a realidade a meu respeito e a respeito de todas as outras pessoas como criação espiritual e perfeita de Deus. E isso fazia todo o sentido para mim. Foi um estudo doce e, em vez de achar amarga a digestão de sua mensagem, descobri-me ansiosa para aprender mais e para colocá-la em prática em minha vida diária. Além disso, para minha surpresa, sua mensagem me curou de um caroço no corpo que eu estivera mentalmente varrendo para debaixo do tapete. A cura veio quando compreendi a irrealidade do caroço, em virtude da onipotência de Deus, a qual me estava sendo revelada.
Eu era jovem, logo me casei e tive filhos, mas o tempo todo continuei a recorrer a esse livro diariamente como alimento espiritual, e a encontrar a cura e o poder salvador de Deus entrando em minha vida de forma natural. Sempre que um problema aparecia, eu deixava que esse livro cuidasse de mim e as curas vinham tanto para mim mesma, como para minha família e para outros. Isso foi como nos relatos que constam das últimas páginas de Ciência e Saúde, no capítulo “Frutos da Ciência Cristã”, onde as pessoas se referem a ele como “o livrinho”. Eles contam que ficaram tão absorvidos e inspirados pelo que estavam aprendendo, que se descobriam curados, sem saber quando a cura havia ocorrido.
Mas é claro que há muito mais na Ciência Cristã do que a cura física e a resolução de outros tipos de problemas humanos. Como uma pessoa relatou: “Havia lido apenas pouco tempo, quando se operou uma maravilhosa transformação! Senti-me renovada; nascida de novo” (p. 665).
Aquele algo mais que Ciência e Saúde ensina e exige de nós, a fim de que vivenciemos essa transformação espiritual de caráter, é a superação e vitória sobre o pecado — e também a necessidade de enfrentar com amor isento de ego, como Jesus o fez, a rejeição, o escárnio e o ódio dirigidos ao cristianismo do Cristo. É aqui que as pessoas às vezes têm um senso de amargura, porque pode ser muito mais agradável ser curado e ser respeitado, do que abandonar práticas e reações que não estão em harmonia com a santidade de Deus, cuja imagem carregamos e devemos demonstrar. Por outro lado, abandonar o pecado e expressar amor isento de ego é onde encontramos nossa salvação de todo senso de desconexão e limitação. É também onde aprendemos e vivenciamos o fato de que estamos conectados a Deus e uns aos outros de forma indissolúvel, em todos os momentos e onde quer que estejamos geográfica ou culturalmente. Devido a isso, fiquei ansiosa por abandonar maneiras de pensar e de agir errôneas que eu havia cultivado, mesmo quando esse desejo exigia muito estudo, oração e esforço humilde.
Crescer na demonstração da inteireza espiritual como a amada ideia de Deus é o que me mantém devorando esse livro, Ciência e Saúde. Ele faz com que eu me envolva continuamente na atividade estimulante e salvadora do Cristo, a Verdade. Não tem fim a atividade que nos livra do pecado, da doença e da morte, são infinitos os vastos mundos de cura e de progresso que podemos vivenciar e levar aos outros, e que nos vêm por meio do poder transformador transmitido por Ciência e Saúde. Como o livro diz: “Deus expressa no homem a ideia infinita que perpetuamente se revela, se expande e se eleva cada vez mais, procedendo de uma base sem limites” (p. 258).
Portanto, quer seja com uma edição encadernada ou digital, definitivamente vale a pena reservar um tempo a sós para ler esse livro especial.
Barbara Vining
Tradução do original em inglês publicado na edição de 6 de fevereiro de 2017 do Christian Science Sentinel.
