Há alguns anos, quando meu filho disse que ia se casar com a namorada dele, meu marido e eu ficamos muito contentes. Eles pareciam feitos um para o outro, cuidavam um do outro com muito carinho. A família dela claramente gostava do meu filho como nós também gostávamos da filha deles. Como eu tivera dois filhos homens, não via a hora de ter uma moça na família.
Eu achei ser um bom sinal que ela me incluísse nos preparativos para o casamento. Foi um período bastante alegre. No entanto, com frequência havia uma distância entre nós duas. Às vezes ela ficava na defensiva com relação a mim. Algo não estava certo, mas me parecia arriscado chamar a atenção dela para isso.
Fiquei pensando em maneiras de conquistar a simpatia dela; eu lhe fazia elogios e até dava presentes. Ao mesmo tempo, estudava a Lição Bíblica semanal da Ciência Cristã e lia as revistas Christian Science Sentinel e The Christian Science Journal, a fim de orar para que houvesse genuína harmonia entre nós.
Como o meu desejo de ganhar a confiança e o amor da minha nora era sincero, percebi que, com esse motivo correto eu poderia confiar a Deus meu desejo e deixá-lo nas mãos dEle. Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy escreve: “O desejo é oração, e nenhuma perda pode ocorrer por confiarmos nossos desejos a Deus, para que sejam moldados e elevados antes de tomarem forma em palavras e ações” (p. 1). Essa passagem tornou-se mais clara no dia em que eu a li em um exemplar do Sentinel.
Havia ali um testemunho sobre relacionamento. A autora parecia estar na mesma situação: uma sogra com o desejo de ter um bom relacionamento com a nora. A mera bondade humana, a generosidade e o incentivo também não tinham funcionado para ela. A resposta à oração dela foi uma revelação para mim. Tomei nota de vários pontos. O artigo me ajudou a ver que eu precisava parar com as tentativas de conquistar minha nora. Eu não podia tentar persuadi-la a aceitar meu ponto de vista (sobre qualquer assunto). Também, tive de me recusar a viver na prisão mental do ressentimento.
Esses pontos substituíram o senso de que o bem seja algo que depende de pessoas, e me fizeram lembrar de que todo o bem vem de Deus. O bem é eternamente manifestado na criação universal de Deus. Eu não tinha de forjar um bom relacionamento recorrendo aos moldes da psicologia humana, ou seja, analisando a mente humana e suas funções. Relacionamentos que se apoiam na boa psicologia nem sempre são confiáveis, tal como a condição humana nem sempre é confiável, considerando que nosso relacionamento com Deus, o Amor divino, é sempre harmonioso e eterno. Em nossa real identidade, como a semelhança de Deus, nós refletimos e expressamos esse Amor.
Os relacionamentos humanos melhoram de fato à medida que percebemos nossa relação intacta e espiritual com Deus. Tive de seguir em frente com: “...a mínima expectativa, mas com a máxima paciência, com um senso afiado de apreciação por tudo o que é belo, grandioso e bom, mas com um temperamento tão manso que as fricções do mundo não consigam desgastar nossa sensibilidade; com um espírito equânime tão firme, que não se agite por nenhum sopro de vento nem por nenhum distúrbio acidental...” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 224). Essas ideias se tornaram pontos de referência espirituais nas conversas e atitudes com minha nora.
Então, certo dia, houve uma mudança. Eu estava perturbada e triste devido a determinada situação, quando minha nora apareceu lá em casa. Eu tentei esconder minha tristeza, mas ela me abraçou com carinho e afirmou que eu estava protegida e era amada. Essa inesperada atitude dela foi uma fonte de conforto e apoio. Esse gesto espontâneo e desprendido foi realmente sanador. Não apenas fez desaparecer minha tristeza, mas foi uma cura para nós duas. Ao tomar como base um senso imparcial, universal do Amor, a manifestação humana de amor foi purificada e fortalecida.
Esse foi o ponto decisivo. Nosso relacionamento continuou a se aprofundar. Há um contínuo progresso de mútuo respeito, bondade e amor. Nenhuma estratégia humana poderia ter efetuado essa mudança.
Sou grata por todos aqueles que escrevem artigos e testemunhos para as revistas da Ciência Cristã. Eu os leio sabendo que há importantes revelações e inspiração em cada um deles. Sou grata à Sra. Eddy por sua visão em estabelecer essas publicações, para que todos os leitores possam desfrutar delas.
Nome omitido
Publicado anteriormente como um original para a Internet em 3 de novembro de 2017.
