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Original para a Internet

Identifique e rejeite o impostor

Da edição de janeiro de 2018 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 27 de novembro de 2017.


Eu nunca ouvira o termo “síndrome do impostor” até assistir a uma palestra sobre o assunto. Essa palestra fazia parte de uma série, oferecida pela universidade, para ajudar os alunos dos cursos de pós-graduação e mestrado a lidar com o estresse da vida acadêmica. Aprendi que, no mundo acadêmico, o termo é usado para descrever a sensação de que estaríamos “fingindo”, ou seja, de que não sabemos de fato tudo o que sabemos como eruditos e que não somos tão inteligentes quanto sugerem nossas realizações intelectuais. Depois de muitos anos na universidade e no mundo acadêmico, eu conhecia bem essa sensação.

A apresentação culminou com o exemplo de um intelectual mundialmente famoso que, por duvidar das próprias habilidades, disse a alguém: “Consegui enganar a todos, fazendo com que pensassem que sou um especialista na minha área e que sou um intelectual brilhante”. 

A palestra abriu-me os olhos de muitas maneiras. Uma das coisas que aprendi foi a de considerar esses sentimentos impostores como algo impessoal. Sempre pensara que eu era a única a achar que, na realidade, não sabia o suficiente no meu campo de estudos e que tinha de fingir que sabia. Mas agora, eu percebia que esse sentimento de inferioridade é comum no meio acadêmico. Há muito conhecimento por aí, hoje em dia, sobre todo tipo de assunto e, quando estamos rodeados por tanta gente brilhante, é fácil nos sentirmos inseguros sobre nossas realizações e capacidades.

A segunda coisa que aprendi na palestra me foi muito valiosa. Nós não somos impostores! Visto que aquele estudioso mencionado acima obviamente não estava fingindo a respeito de suas habilidades e realizações, e tampouco nós estávamos fingindo, percebi que essa sensação de sermos impostores era simplesmente uma imposição mental e não tinha nenhuma validade.

Percebi com mais clareza que minha verdadeira identidade é, de fato, una a Deus, a Mente divina, e que essa Mente está governando a mim e a cada um.

Da mesma forma como, às vezes, somos levados a pensar que somos impostores intelectuais, talvez também tenhamos a sensação de sermos impostores espirituais. Eu, ao menos, me senti assim por bastante tempo. Por muitos anos, orei e desejei viver uma vida dedicada a Deus, crescer espiritualmente e servir a Deus. Esforcei-me ao máximo para conseguir isso na minha prática diária. E, ainda assim, nesses anos todos, muitas vezes me senti uma impostora – como se estivesse apenas fingindo ser boa mas, lá no fundo, eu não fosse, ou não fosse tão boa quanto a imagem que eu parecia projetar externamente ao mundo. Parecia sempre haver uma vozinha dentro de mim que negava qualquer bem que eu fizesse e qualquer bem espiritual que sentisse na minha comunhão com Deus. Isso tudo me fazia sentir como uma pessoa falsa e não tão boa. 

Certo dia, ocorreu-me o seguinte pensamento: “Ah! Consegui enganar a todos, fiz com que pensassem que sou uma pessoa realmente boa, devota e espiritualizada. Ninguém sabe a verdade a meu respeito. Ah, se eles soubessem”! Então, lembrei-me de imediato: era a síndrome do impostor. Esse era o problema! Da mesma forma que aquele eminente erudito se deixou enganar, acreditando que não era talentoso o suficiente, eu me deixara enganar, acreditando que não era boa, pura, nem espiritual o suficiente. 

Mary Baker Eddy, a Descobridora da Ciência Cristã, tem um termo para esses pensamentos que tentam nos convencer de que não somos filhos de Deus, nem tão bons (ou inteligentes e capazes) ao passo que, em realidade, somos como Deus nos criou, perfeitos. Ela diz que esse tipo de pensamento é magnetismo animal, que se origina na mente mortal, o falso senso que temos de nós mesmos como se fôssemos materiais e mortais, separados de Deus e, portanto, pecadores e malvados em potencial. Isso é o que a Bíblia denomina mente carnal, à qual Jesus se referia ao falar do diabo, como sendo “mentiroso e pai da mentira” (João 8:44). Portanto, a mente mortal é um mito, ela não é, de modo algum, a mente real.

A Sra. Eddy escreve, por exemplo: “Os mortais são as falsificações dos imortais. Eles são os filhos do maligno, o mal único, que declara que o homem começa no pó ou como embrião material. Na Ciência divina, Deus e o homem real são inseparáveis como Princípio divino e ideia divina” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras,p. 476). Fui percebendo, cada vez mais, que, por sermos inseparáveis de Deus, nós só sabemos a respeito de nós mesmos aquilo que Ele sabe e nos diz. E Ele só conhece o bem.

O que aconteceu depois que entendi isso? Houve uma mudança no meu pensamento. Isso não quer dizer que antes eu não tivesse tido momentos maravilhosos, belos e sanadores de comunhão com Deus, que me haviam despertado para o bem e a perfeição inatos, mas passei a confiar em que realmente sou a filha boa e pura de Deus, a mim revelada por meio do estudo e da oração. Percebi com mais clareza que minha verdadeira identidade é, de fato, una a Deus, a Mente divina, e que essa Mente está governando a mim e a cada um.

Isso também resultou em uma cura física. Durante alguns anos, eu havia vivido com uma sensação desconfortável e dolorosa nas pernas. O incômodo maior era à noite, o que dificultava o meu sono. Certo dia, percebi que o desconforto já tinha passado havia algum tempo. Não sei exatamente quando passou mas, certamente, foi o resultado da inspiração proveniente das minhas orações e estudo diário da Ciência. 

Não posso dizer que a “síndrome do impostor” tenha desaparecido por completo da minha vida, mas hoje estou menos propensa a ouvir e a agir de acordo com os pensamentos que me tentam a duvidar de mim mesma, da minha verdadeira identidade espiritual. Isso resultou não só em momentos de oração cada vez mais inspiradores e edificantes, em comunhão com Deus, mas também trouxe mais alegria e paz. Também fez com que eu aceitasse mais prontamente o amor de Deus por mim e sentisse Sua presença. 

Cada vez mais, vejo que Deus me fez espiritual e perfeita, e esse é o “meu eu verdadeiro”. 

Essa é também a sua verdadeira identidade, caro leitor. Como filhos de Deus, somos espirituais, ilimitados em nossas habilidades, e somos incapazes de sentir dor ou passar por alguma desarmonia. Não estamos sujeitos a nenhuma síndrome que nos faça acreditar que haja outro “eu”. E, saber isso traz o progresso espiritual e a cura.

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 27 de novembro de 2017.

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