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Original para a Internet

Minha jornada rumo à liberdade e à alegria ilimitada

Da edição de janeiro de 2018 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 27 de novembro de 2017.


“Tenho certeza de que ainda estarei dançando quando tiver noventa anos!” Essa era uma afirmação que eu frequentemente fazia a meus amigos. Eu praticava balé desde os doze anos. A maior parte do meu tempo durante uns trinta anos consistiu em tomar aulas de balé. Eu não podia imaginar minha vida sem a dança. Era essa a minha alegria, o meu desafio e o meu desejo de chegar o mais perto possível da perfeição. O balé definia minha zona de conforto e, naquela época, definia também, até certo ponto, minha identidade.

Mas ao mesmo tempo, crescia o meu desejo de me dedicar à prática da cura pela Ciência Cristã. Eu sentia a necessidade de mudar meu foco. Em vez de dar grande importância à dança, eu deveria dar importância máxima à prática da cura. É claro que podemos praticar a Ciência Cristã onde quer que nos encontremos. Na verdade, o que eu precisava abandonar era o desejo compulsivo de me dedicar ao balé ao extremo. Não se tratava de deixar o balé em si. Esse sentimento me obrigou a orar profundamente quanto ao meu desejo de continuar com o balé, mesmo depois de estar na prática pública da cura pela Ciência Cristã.

Esta passagem de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, me fez parar para pensar: “A hora para o reaparecimento da cura divina se estende por todos os tempos; e todo aquele que deposita tudo o que tem de terrenal no altar da Ciência divina, bebe nesse momento do cálice de Cristo, e fica dotado do espírito e do poder da cura cristã” (p. 55). “Tudo o que [eu tenho] de terrenal?” Será que isso significava que eu tinha de estar disposta a deixar para trás aquilo que eu achava que dava alegria e expressão artística à minha vida?

Ao longo dos anos, lutei com o que parecia uma relutância em sacrificar a dança. Durante esse período, esta citação de Ciência e Saúde me manteve em posição firme: “O que mais necessitamos é orar com o desejo fervoroso de crescer em graça, oração que se expressa em paciência, mansidão, amor e boas obras” (p. 4). Eu consegui ver que o ponto-chave da questão, para mim, era “o desejo fervoroso de crescer em graça”.

O desejo do coração basicamente orienta o rumo que nossa vida vai tomar. O capítulo intitulado “A oração” em Ciência e Saúde deixa claro que o desejo espiritual é oração. Quando nossos desejos se tornam puros, isentos de ego, livres de materialismo e de vontade humana, eles se concretizam.

Ficou claro que o sacrifício que eu precisava fazer consistia em não permitir que a dança controlasse minha vida. Eu me dei conta de que o esforço por cultivar o desejo de crescer espiritualmente tinha um grande valor. Abrir o coração para a presença de Deus é algo que nos transforma. Pedir a Deus que Ele nos dê crescimento, orientação e mais espiritualidade é uma oração poderosa. Ela é atendida na medida em que moldamos nossos motivos à altura da pureza espiritual.

Quando percebemos certos aspectos do nosso caráter, revelando traços que divergem da semelhança de Deus, esses traços vêm à tona para serem superados. Às vezes, a vontade humana anuvia o desejo puro de permitir que se faça a vontade de Deus, em vez da nossa.

A vontade quase compulsiva de fazer algo só podia ser caracterizada como vontade humana.

Qual pode ser a vontade de Deus, em qualquer situação? Não significa que devamos ou não abandonar algo que parece importante para nós, mas sim que devemos estar dispostos a perceber a ação da lei de Deus em nossa consciência, no sentido de limpar nosso pensamento de qualquer apego ao ego ou de desejos meramente materiais.

No meu caso, a vontade quase compulsiva de fazer algo só podia ser caracterizada como vontade humana. Quando fui perfeitamente honesta comigo mesma, meu desejo de dançar se encaixou nessa definição de vontade humana. Portanto, orei para desejar estar disposta a abandonar a voluntariosidade.

Além disso, a palavra fervoroso, quando usada junto com a palavra desejo, também foi importante para mim. Uma definição para essa palavra num dicionário é esta: “que sente entusiasmo; ardente”. Minha oração tinha de mudar de tom. Não mais como quem tenta, hesitando, mas como quem sente entusiasmo. Pedi ajuda a Deus. Com o tempo, minha oração realmente tornou-se mais pura e mais focada no meu desejo de “cuidar dos assuntos de meu Pai”, como Jesus havia demonstrado (Lucas 2:49, conforme a Bíblia em inglês, versão King James).

Era preciso tratar também do medo que eu tinha de perder. Eu achava que perderia amigos, perderia uma atividade que me trazia alegria, e que eu havia perdido uma grande parte da minha vida, o balé, que havia sido meu foco principal durante tantos anos. Tomei consciência do significado destas palavras de um poema de autoria da Sra. Eddy: “...perda é ganho. Deus é o sumo bem” (Hinário da Ciência Cristã, 207). Para mim, isso significou que eu precisava confiar no fato de que ceder a Deus só podia abençoar. Seria impossível perder algo.

Durante esses anos todos, eu não estive orando e pedindo ajuda para abandonar a dança. Eu orava apenas para desprender-me da voluntariosidade humana.

Então, aconteceu a coisa mais surpreendente. Sem nenhum aviso prévio, um dia, no meio de uma aula de balé, pensei: “Já não gosto tanto disto”. Saí do estúdio de dança naquele dia, e nunca mais voltei. Também nunca mais desejei voltar. Não senti nenhum arrependimento, nenhum senso de perda. Minha oração havia sido atendida, sem que fosse necessário eu fazer um sacrifício doloroso. Meu progresso espiritual simplesmente me havia colocado em uma posição de avançar sem esforço rumo à descoberta de coisas mais maravilhosas, que Deus havia preparado para mim.

E aqui estou. Eu não danço mais, e não tenho noventa anos. Acho também que minha vida está mais enriquecida e me traz mais satisfações do que nunca.

Desde que isso me aconteceu, vejo como a oração pelo “crescimento em graça” ajuda outros para os quais tenho oportunidade de orar, libertando-os de relacionamentos prejudiciais, de compulsão excessiva pelo trabalho, de estarem aferrados a certas atividades prejudiciais e, até mesmo, viciados em drogas. A lista vai longe. Podemos confiar nossos desejos a Deus. Nosso Deus é misericordioso e vemos que somos recompensados por estar dispostos a abandonar aquilo que pensamos que necessitamos, e damos lugar para perceber a presença divina, que nos leva à nossa jornada rumo à liberdade e à alegria ilimitada.

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 27 de novembro de 2017.

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