Em seu livro de memórias, a pioneira em tecnologia Ping Fu faz um relato comovente de como um tio lhe proporcionou uma tábua de salvação cheia de amor e encorajamento quando ela, ainda criança, foi mandada para um centro de “reeducação” durante a Revolução Cultural da China. Ela enfrentou ridicularização e intimidação extremas, por parte dos militantes da Guarda Vermelha, mas seu tio, que tinha permissão para lhe fazer breves visitas, transmitiu-lhe muita tranquilidade, quando disse: “… saiba que você é preciosa. Você não precisa ganhar essa preciosidade; pois esse é o seu direito inato” (Ping Fu e MeiMei Fox, Bend, Not Break: A Life in Two Worlds[Dobra-te, mas não te quebres: A teoria do bambu], p. 67. No decorrer do livro ela diz que mais tarde o tio também a encorajou a “permanecer em um lugar de amor para com as outras pessoas, ao invés de descambar no ressentimento ou no medo” (p. 68).
A leitura do relato de Ping Fu e das palavras de seu tio fez com que eu refletisse sobre uma época em que fiquei com medo do antagonismo de uma pessoa. Essa experiência não chegou nem perto do que Ping Fu enfrentou, mas para mim foi algo fundamental, porque me ensinou a “permanecer em um lugar de amor” e a vencer o medo quando confrontada com a negatividade.
Eu estava com vinte e poucos anos, trabalhava em uma pequena livraria e amava o meu trabalho! Era uma alegria receber os clientes e ajudá-los a encontrar o que estavam procurando. Mas quando descobri que um colega de trabalho de repente começara a me denegrir junto aos outros membros da equipe, fiquei com medo de sua animosidade, e isso me afetou até o ponto de eu adoecer. Lutei por alguns dias contra febre e fortes sintomas semelhantes aos de gripe. Eu me sentia tão fora de foco que passava quase o dia inteiro na cama, e à noite agitava-me e revirava-me o tempo todo.
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