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Original para a Internet

Infinitamente amado por Deus

Da edição de novembro de 2019 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 23 de julho de 2019.


Em seu livro de memórias, a pioneira em tecnologia Ping Fu faz um relato comovente de como um tio lhe proporcionou uma tábua de salvação cheia de amor e encorajamento quando ela, ainda criança, foi mandada para um centro de “reeducação” durante a Revolução Cultural da China. Ela enfrentou ridicularização e intimidação extremas, por parte dos militantes da Guarda Vermelha, mas seu tio, que tinha permissão para lhe fazer breves visitas, transmitiu-lhe muita tranquilidade, quando disse: “… saiba que você é preciosa. Você não precisa ganhar essa preciosidade; pois esse é o seu direito inato” (Ping Fu e MeiMei Fox, Bend, Not Break: A Life in Two Worlds[Dobra-te, mas não te quebres: A teoria do bambu], p. 67. No decorrer do livro ela diz que mais tarde o tio também a encorajou a “permanecer em um lugar de amor para com as outras pessoas, ao invés de descambar no ressentimento ou no medo” (p. 68).

A leitura do relato de Ping Fu e das palavras de seu tio fez com que eu refletisse sobre uma época em que fiquei com medo do antagonismo de uma pessoa. Essa experiência não chegou nem perto do que Ping Fu enfrentou, mas para mim foi algo fundamental, porque me ensinou a “permanecer em um lugar de amor” e a vencer o medo quando confrontada com a negatividade.

Eu estava com vinte e poucos anos, trabalhava em uma pequena livraria e amava o meu trabalho! Era uma alegria receber os clientes e ajudá-los a encontrar o que estavam procurando. Mas quando descobri que um colega de trabalho de repente começara a me denegrir junto aos outros membros da equipe, fiquei com medo de sua animosidade, e isso me afetou até o ponto de eu adoecer. Lutei por alguns dias contra febre e fortes sintomas semelhantes aos de gripe. Eu me sentia tão fora de foco que passava quase o dia inteiro na cama, e à noite agitava-me e revirava-me o tempo todo.

Finalmente, uma noite, quando já era bem tarde, eu me voltei para Deus em oração em busca de uma perspectiva divina. Também liguei para uma Praticista da Ciência Cristã para que orasse comigo. Eu contei à praticista a maneira como eu estava lutando contra esse problema, e ela simplesmente replicou: “Não existe luta”.

Instantaneamente me senti livre do medo. Eu sabia que a praticista não estava ignorando a minha luta, mas estava chamando minha atenção para a realidade espiritual que poderia me ajudar a superar o problema. Aquelas poucas palavras me levaram a compreender a supremacia do Amor divino, Deus. Eu consegui perceber o fato de que o Amor infinito é o único poder, e que verdadeiramente define nossa natureza e nos governa, portanto, o medo e a animosidade são imposições antinaturais sobre o pensamento e o comportamento, sem nenhuma autoridade ou validade real.

Era isso que capacitava Cristo Jesus a amar a todos de maneira constante e destemida, até mesmo diante do ódio. Jesus era o exemplo da verdade sanadora de que o Amor é o Princípio governante da existência e do verdadeiro existir de todos como a expressão do amor de Deus. Ele enxergava a irrealidade da falsa face da animosidade e reconhecia que ela não tinha nenhum poder nem identidade real. Como o livro-texto da Ciência Cristã explica: “Ele sabia que o Princípio divino, o Amor, cria e governa tudo o que é real” (Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 286).

Bem, enquanto eu continuava a orar naquela noite, um novo apreço pelo meu colega de trabalho despontou em meu coração. Lembrei-me de que ele também trabalhava como fotógrafo. E passei alguns doces momentos reconhecendo as qualidades derivadas de Deus que ele expressava por meio de suas fotografias, tal como a criatividade. Até então, eu praticamente o havia estereotipado apenas como um sujeito ríspido. E me senti libertada quando consegui abrir mão desse estereótipo desprovido de afeto, e simplesmente amá-lo como uma expressão espiritual individual de Deus.

Nossa verdadeira voz, nossa identidade e nossas inclinações são divinamente derivadas do puro Amor que é Deus.

Depois disso, tive um sono tranquilo e, quando acordei de manhã, a febre havia se dissipado, eu estava bem, e ativa de novo. Retornei à livraria, e os problemas com meu colega, que pareciam preocupantes, não estavam mais presentes em meu pensamento; continuamos a desenvolver juntos o nosso trabalho, em harmonia.

Mais tarde, naquela semana, veio-me distintamente ao pensamento o mandamento de Cristo Jesus: “...amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; ...” (Mateus 5:44). Isso me ajudou a ver que invariavelmente temos de amar e abençoar a todos, levando em conta que essa é a nossa verdadeira natureza como a expressão do perfeito amor de Deus.

O único “inimigo” é uma suposta personagem mascarada de um suposto ego não amoroso que falsamente afirma que estamos separados de nossa origem divina, Deus. Mas essa personagem é falsa, não é a verdadeira identidade de ninguém. Quer se manifeste em um discurso sociopolítico sarcástico, em linguagem carregada de ódio ou em sugestões ásperas vindas de nosso próprio profundo sentimento de crítica, podemos corajosamente classificar a negatividade e o ódio como histórias falsas. Nossa verdadeira voz, nossa identidade e nossas inclinações são divinamente derivadas do puro Amor que é Deus. Não existe realmente nenhuma visão negativa a respeito de nós mesmos ou de outra pessoa, pois o que o Espírito divinamente vê a nosso respeito, como seus próprios filhos espirituais, é a única maneira autêntica de ver quem somos.

Temos o inegável direito de sentir e saber que somos para sempre preciosos aos olhos de Deus. Como a Bíblia diz no livro de Isaías: “Visto que foste precioso aos meus olhos, digno de honra, e eu te amei...” (Isaías 43:4).

Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, era frequentemente confrontada com ataques ao seu caráter, mas ela os vencia por meio de sua compreensão e expressão do Amor divino. Como sanadora cristã, ela vivia e comprovava estas palavras, de sua autoria: “O ódio humano não tem mandato legítimo nem reino. O Amor está entronizado” (Ciência e Saúde, p. 454).

Um dos meus exemplos favoritos é o modo como a Sra. Eddy e os trabalhadores em sua casa lidaram com um grupo de repórteres que tinham a determinação de vilipendiá-la. Os residentes da casa de Mary Baker Eddy os receberam com um amor tão puro e espiritual que, conforme um dos repórteres mais tarde relatou a um estudante da Ciência Cristã, um dos membros de seu grupo ficou curado de uma doença grave na garganta. O repórter também observou que essa cura mudou a perspectiva do homem que fora curado, como também a opinião dos outros do grupo, em relação à Sra. Eddy e à Ciência Cristã (ver Mary Baker Eddy: Christian Healer, Amplified Edition [Mary Baker Eddy: Uma Vida Dedicada à Cura, Edição Ampliada], de Yvonne Caché von Fettweis e Robert Townsend Warneck, pp. 378–383).

As atitudes destrutivamente críticas e odiosas ― desde as menores até as mais extremas ― não são desculpáveis, em nenhum de nós. O Amor divino está trabalhando incansavelmente, pondo a descoberto e anulando, com misericórdia, esses falsos modos de pensamento e de comportamento, fazendo surgir a verdadeira e amorosa natureza de todos nós.

Em minha própria vida, não tem sido fácil amar sempre a todos sob a luz de Deus. Mas eu continuo orando para que a graça de Deus ilumine todos os cantos escuros onde o medo, a indiferença, a raiva ou outros pensamentos não amorosos estejam à espreita, e me liberte dessas tendências que não são naturais, deixando que minha natureza verdadeira, amorosa e semelhante a Deus, brilhe intensamente para abençoar os outros. Oro também para que minha natureza seja iluminada pelo Amor, a fim de que outros também possam reconhecer sua verdadeira natureza derivada do Amor. E eu sei que muitas pessoas, de diferentes experiências de vida, estão orando e alcançando toda a família humana para que veja a todos como abraçados e envolvidos na luz universal do Amor.

Sinto-me alentada com as mensagens de amor que incluem a todos, as quais estão sendo enviadas por cidadãos de todo o globo por meio de postagens nas redes sociais, mensagens comunitárias, e inumeráveis expressões de gentileza, neste esforço coletivo para enfrentar o medo e o ódio no mundo. São mensagens tais como: “Sem ódio, sem medo”; “Amor por todos, ódio por ninguém”; “Ame seu próximo. Sem exceções”. Para mim, esse é um chamado de despertar para que todos reivindiquem destemidamente nosso direito divino de amar e ser amados.

Quanto mais reconhecemos que somos expressões espirituais valiosas do único Ser Divino, mais vivenciamos a cura e seguimos em frente em harmonia, tanto como indivíduos, quanto como nações. Somos infinitamente amados e abençoados pelo nosso Criador. Isso é eternamente verdadeiro para todos nós.

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