Ao mesmo tempo em que a internet é uma tremenda fonte de conhecimento e conveniência, ela também expõe informações pessoais de modo nunca imaginado. Medidas de segurança que antes pareciam praticamente invulneráveis já não são seguras. Então, como podemos nos proteger?
Há algum tempo, sofri uma fraude em meu cartão de crédito. Ao receber a conta do cartão, notei que havia o equivalente a uns mil dólares em compras e retiradas em caixas eletrônicos em outro país, nenhuma das quais realizada nem por mim nem por meu marido. A companhia do cartão de crédito nos ajudou a fazer a denúncia da fraude, para que fosse feita uma investigação, mas avisou que poderíamos vir a ser responsabilizados pelo pagamento.
Essa não foi uma boa notícia, e o medo começou a se infiltrar no pensamento. Senti como uma violação, o fato de que alguém se apossara de minhas informações pessoais e roubara meu dinheiro. Tinha dúvidas quanto ao pessoal do cartão de crédito levar a cabo as investigações e coletar as provas necessárias para que não fôssemos responsabilizados pelo pagamento. Parecia muito injusto ter de pagar pela desonestidade de outros.
Compreendi, porém, que esse modo de pensar não ajudava em nada e não levava a lugar algum. Eu sabia, devido a experiências anteriores, que a melhor coisa a fazer seria deixar de me focar tanto no ressentimento e, em vez disso, perguntar: O que é que Deus sabe a respeito disso tudo?
Ora, em primeiro lugar, venho aprendendo por meio de meu estudo e prática da Ciência Cristã, que Deus é bom, que Ele é quem nos dá todo o bem. Nada do que Deus nos dá pode ser, jamais, tomado de nós. Sendo nosso Criador, Deus também preserva nossa verdadeira identidade de filhos e filhas dEle, espirituais. Compreendi assim que nada dessa identidade proveniente de Deus pode ser roubado ou usado indevidamente.
Deus realmente defende e preserva nossa identidade, que nunca pode ser roubada.
Orei para incluir nesse modo de ver também os outros envolvidos; por exemplo, para ver que os funcionários da companhia do cartão de crédito também eram filhos e filhas de Deus, a expressão espiritual da Verdade divina, criados para ser confiáveis. Minha desconfiança a respeito dos esforços que teriam de fazer, se transformou em gratidão pelo fato de estarem dispostos a investigar a questão. Fiquei agradecida pelo atendente que foi bastante paciente, quando ele me explicou todos os procedimentos investigativos, e também pelos detetives que estavam verificando os caixas eletrônicos e as lojas onde o cartão havia sido usado.
Foi encorajador um versículo bíblico que diz: “Nada há encoberto que não venha a ser revelado; e oculto que não venha a ser conhecido” (Lucas 12:2). Eu esperava que essa verdade fosse literalmente provada com a recuperação dos fundos, mas também vi aí a ideia de que a capacidade de expressar qualidades como honestidade e integridade não poderia jamais ser de fato perdida, porque vem de nossa verdadeira identidade espiritual. Do mesmo modo, nossa integridade e pureza outorgadas por Deus jamais podem ser roubadas, mesmo quando parece que fomos defraudados.
Umas duas semanas depois, alegrei-me ao saber que os responsáveis haviam sido presos. E fiquei surpresa ao notar que, além de ter sido creditado o valor equivalente à fraude, no saldo do cartão de crédito havia também um montante de mais ou menos mil dólares creditados por engano.
Agora era minha vez de praticar a honestidade e a integridade! Quando notifiquei a empresa do cartão de crédito sobre o depósito a mais, eles descobriram que um vírus no software deles resultara no duplo estorno. Ninguém os alertara para isso antes. Corrigiram o problema não somente do meu cartão, mas também, agora, puderam resolver um grave problema para eles e para as companhias com as quais negociam; eles também foram ajudados.
Deus realmente defende e preserva nossa identidade, que nunca pode ser roubada, violada ou tirada de nós. O reconhecimento dessa realidade espiritual nos prepara para ver mais evidências da realidade em nossa vida.
