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Original para a Internet

Eleve-se acima do pensamento do mundo

Da edição de janeiro de 2020 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 31 de outubro de 2019.


Quando me reintegrei ao mercado de trabalho, depois de um período em que havia me dedicado somente a cuidar de meus filhos e do lar, orei para que Deus me orientasse a respeito do próximo passo a dar, para que fosse a coisa certa para mim e para a família. Fui levada a fazer um curso para me tornar corretora de imóveis e, quando passei no exame, assinei um contrato para trabalhar em uma empresa imobiliária. 

No entanto, durante o treinamento no escritório, comecei a questionar se eu havia sido levada à profissão certa. As aulas eram demasiadamente focadas em como persuadir os clientes e eu não me sentia confortável com essa estratégia. Eu pensara que ia aprender a ter uma perspectiva de atendimento ao cliente, na qual eu estaria realmente atandendo às necessidades tanto dos compradores como dos vendedores, mas o treinamento tinha como objetivo principal influenciar os clientes com respostas programadas e destinadas apenas a anular suas objeções. A principal prioridade era realizar a venda.

Em vez de apenas concordar com o pensamento do mundo, procurei, em espírito de oração, a verdade daquilo que Deus reservara para mim. Comecei por afirmar que nosso divino Pai-Mãe conhece cada um de nós como Sua imagem e semelhança, ou seja, como a amada expressão de tudo o que Deus é, eternamente inseparável de Deus. As implicações dessa verdade são infinitas e nos forçam a observar todos os aspectos de nossa vida a partir dessa perspectiva espiritual.

Paulo, em sua epístola aos Romanos, nos encoraja a ver além do ponto de vista limitado com o qual o mundo pensa sobre nós: “Não vos conformeis com este mundo: mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2, conforme a Bíblia em inglês, versão King James).

Visto que Deus é o bem infinito, a vontade de Deus só pode incluir o bem e a perfeição para cada um de nós, como Sua imagem. Na oração, o reconhecimento habitual dessa verdade espiritual torna clara a nossa perspectiva e nos ajuda a não adotar uma visão limitada e material.

A resposta à minha oração, com o intuito de encarar minha situação sob um ponto de vista espiritual, foi que o ponto de vista do mundo (ou pelo menos a visão predominante no setor imobiliário) a respeito da melhor forma de ajudar as pessoas a encontrar ou a vender uma casa, podia não coincidir com a minha opinião pessoal. Eu tinha a liberdade para agir de acordo com a inspiração que viesse de Deus.

A maneira pela qual eu entendo o significado de casa, ou lar, é moldada pelo Salmo 23 e pela interpretação espiritual que Mary Baker Eddy dá a esse salmo em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras. Na página 578, ela escreve: “Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa [a consciência] do [Amor] para todo o sempre”.

Tive a certeza de que essa maneira de ver o que realmente é a casa, ou o lar, ou seja, a consciência do Amor, Deus, apoiaria meu trabalho, e que a visão humana limitada de compra e venda de imóveis não tinha de definir como eu abordava os clientes.

Outro ponto de vista predominante no mundo era que meu êxito como corretora de imóveis viria, em parte, graças a uma boa rede de contatos com pessoas conhecidas. Mas, fazia pouco tempo que havíamos nos mudado para essa cidade, e eu não tinha uma lista muito extensa de possíveis clientes. No entanto, veio-me o pensamento tranquilizador de que aquilo que determinaria meu êxito era quem eu conhecia de fato. E eu conhecia a Deus.

Sou grata por poder dizer que os cinco anos em que passei trabalhando no setor imobiliário foram plenos de êxito em todos os sentidos dessa palavra e, por ter mais do que atingido as metas da nossa família, até nos mudarmos para outro estado, quando tivemos a oportunidade de aceitar uma nova oferta de trabalho. Isso me mostrou o quanto é importante fundamentar nosso ponto de vista, nossos pensamentos e ações naquilo que Deus conhece, e não naquilo que o mundo pensa.

A Sra. Eddy nos incentivou a ter a certeza de que estamos reconhecendo e seguindo a orientação de Deus, ao cumprir o propósito que Ele tem para nós, em vez de permitir que as opiniões do mundo moldem nossa vida. Em Ciência e Saúde, ela usa a metáfora de um escultor que, quando está esculpindo, olha para o modelo. Ela compara isso a pessoas que esculpem seus pensamentos, ou olhando para um modelo mortal imperfeito, ou para um modelo perfeito, espiritual.

“Não ouves a humanidade toda falar do modelo imperfeito?”, escreve ela na página 248. “O mundo o coloca continuamente diante de teus olhos. O resultado é que ficas sujeito a seguir esses padrões inferiores, a limitar a obra de tua vida e a adotar na tua experiência o contorno anguloso e a deformidade dos modelos da matéria”.

 Nosso divino Pai-Mãe conhece cada um de nós como Sua imagem e semelhança.

“Para remediar isso, temos primeiro de volver o olhar para a direção certa, e então seguir esse caminho. Precisamos formar modelos perfeitos no pensamento e contemplá-los continuamente, senão nunca os esculpiremos em uma vida sublime e nobre”.

Uma passagem bíblica, que é lida no encerramento de cada culto dominical da Ciência Cristã, inclui uma referência a “mundo”, e enfatiza qual deve ser nosso foco. Essa passagem começa assim: “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo” (1 João 3:1). A magnitude do amor de Deus por nós como Seus filhos espirituais não é percebida pelo pensamento do mundo. A visão predominante de que o homem é uma pessoalidade material, separada de Deus, não se dá conta da importância da mensagem de Cristo Jesus, de que o homem é um com o Pai.

O texto bíblico declara a seguir que nossa filiação com Deus está ocorrendo agora e eternamente, e que nossa correta percepção a respeito de Jesus e de sua missão lança luz sobre essa filiação. Como Ciência e Saúde observa: “Nem a origem, nem o caráter, nem a obra de Jesus foram de modo geral compreendidos. O mundo material não soube apreciar com acerto nem um só aspecto que compunha sua natureza” (p. 28). 

É preciso exercer vigilância constante para demonstrar a verdade de que somos um com Deus, e para rejeitar suposições mundanas sobre nossa vida.

No ano passado, meu amado marido, meu companheiro de 39 anos de casamento, faleceu. Ele foi o melhor amigo, marido, pai e avô que eu conheci. Nós dois reconhecíamos que Deus havia nos unido e tínhamos gratidão, porque isso era muito evidente no companheirismo constantemente feliz e abençoado que tínhamos um com o outro.

O que é que o mundo diz, quando perdemos entes queridos, e somos deixados para trás? Espera-se que haja tristeza, até mesmo um sentimento equivocado de que o pesar faça verdadeiramente parte das honras prestadas ao ente querido que faleceu. No entanto, a Ciência Cristã nos lembra da insistência de Jesus, de que somos todos um com Deus, sempre, apesar do que o mundo possa pensar.

Por exemplo, a Bíblia registra a oração de Jesus a Deus antes de sua crucificação: “Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos...” (João 17:22). E Ciência e Saúde diz: “Assim como uma gota de água é uma com o oceano, um raio de luz é um com o sol, do mesmo modo Deus e o homem, Pai e filho, são um no existir” (p. 361).

Posso com honestidade e gratidão dizer que a convicção dessas verdades me poupou de passar por um período de pesar. Eu tive imediatamente uma percepção tangível do amor de meu marido por mim e do amor de Deus por nós dois. A garantia de que nenhum de nós jamais poderia se separar do Amor não me deixou sentir pena de mim mesma e me convenceu de que meu marido continuava a glorificar a Deus e a demonstrar o propósito de Deus para ele.

Minha gratidão pelo cuidado contínuo de Deus por nós me apoiou muito nos primeiros dias após o falecimento do meu marido. Fiquei grata por poder relembrá-lo, sem sofrimento, com familiares chegados que se reuniram comigo para me dar apoio; por continuar minha participação ininterrupta na igreja duas vezes por semana; por consolar outras pessoas que estavam sentindo falta do meu marido ou preocupadas comigo; e por ter clareza e confiança ao tomar as decisões que as circunstâncias exigiam.

Tive mais uma prova desse domínio, quando houve uma homenagem ao meu marido, algumas semanas depois, durante nossa reunião de faculdade. Fiquei muito satisfeita por poder fazer parte do reconhecimento por sua contribuição à nossa querida faculdade, onde havíamos morado e trabalhado nos dez anos anteriores. Enquanto eu ia dirigindo para o evento notei, com alegria, que eu estava cantando hinos. No "Hino de Comunhão", da Sra. Eddy, fiquei impressionada com estas palavras:

Ao triste chama: “Vem ao meu peito,
Teu pranto quero secar
E a tristeza dissipar;
Lar sublime vim te dar
Entre as glórias de um dia sem fim”.
(Hinário da Ciência Cristã,298, trad. © CSBD)

Fiquei intrigada com o fato de essa estrofe ter surgido em meu pensamento, pois eu não conseguia me identificar com as referências a lágrimas e tristeza. Lembrei-me então de que parte do meu propósito de participar desse evento era testemunhar que o Amor, Deus, desfaz a tristeza de todos que estejam precisando de conforto. Sou muito grata por essa inspiração e pela preparação adicional do meu pensamento, pois fui capaz de não apenas garantir a meus ex-colegas que eu estava bem, mas também de confortar algumas pessoas que ficaram gratas pela convicção de que poderíamos nos lembrar de todas as boas qualidades que meu marido expressava, sem nenhum tom de tristeza. Deus é nosso Criador, a fonte de tudo o que realmente somos, por isso sabemos que a eterna e única individualidade de cada um de nós está para sempre em unidade com Deus e se expressa continuamente.

O pensamento do mundo, com seus resultados e restrições apoiados em pontos de vista materiais limitados, não pode exigir nada de nós. Na medida em que estamos atentos à direção de nosso pensamento e reconhecemos que Deus, a Mente divina, é a verdadeira fonte de todas as ideias, podemos nos elevar acima de qualquer tentação de limitar nossa liberdade dada por Deus. Esse posicionamento honra a Deus, nosso Criador, de acordo com a instrução dada no Primeiro Mandamento: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êxodo 20:3).

É preciso disciplina para ouvir apenas o que Deus está nos dizendo para fazer, mas nossa humilde disposição de obedecer a esse mandamento nos mantém espiritualmente no rumo certo. É a oração sincera que revela a orientação de Deus para nós. À medida que agimos a partir da alegria e da coragem duradouras que nos pertencem, por sermos a expressão do Espírito divino, encontramos oportunidades para demonstrar nosso verdadeiro propósito, nosso potencial ilimitado e nossa eterna unidade com o Amor.

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