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Original para a Internet

A luz do Cristo não pode ser escondida

Da edição de dezembro de 2020 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 23 de dezembro de 2019.


No dia 25 de dezembro de 1945, um grupo de devotados Cientistas Cristãos se reuniu para uma festa Natalina na casa da família de Miyo Matsukata, em Kamakura, no Japão. O término da Segunda Guerra Mundial marcou o final de um período de quatro anos em que a Ciência Cristã havia sido praticada às escondidas. A Ciência Cristã havia chegado ao Japão apenas vinte anos antes, e aquele Natal foi uma ocasião de muito júbilo para todos os que ali se reuniram, entre eles, capelães militares, membros das forças de ocupação, correspondentes do The Christian Science Monitor e trabalhadores voluntários. Em vez de um pinheiro, eles enfeitaram um pé de bambu, e comemoraram com um peru assado, trazido pelos convidados americanos. Foi realmente um congraçamento de culturas e corações.

Muitos de nós seremos convidados para festas de Natal este ano, embora sem nenhum marco histórico como aquele no Japão. A maioria dos Cientistas Cristãos no mundo inteiro tem o privilégio de praticar a Ciência Cristã abertamente há muitos anos. Que presente maravilhoso é a liberdade religiosa!

Durante aqueles anos de guerra, quando a Ciência Cristã ainda era um movimento incipiente no Japão, a Sociedade da Ciência Cristã em Tóquio foi desfeita, e os membros tiveram de praticar a Ciência em sigilo, devido às possíveis repreensões do governo. Miyo Matsukata chegou até mesmo a fazer cultos às escondidas em casa, até o bombardeio de Tóquio, em abril de 1942. (ver no site da Biblioteca Mary Baker Eddy o blog Mulheres que fizeram história: Miyo Matsukata e A Precious Legacy: Christian Science Comes to Japan [Um legado precioso: a Ciência Cristã chega ao Japão], de Emi Abiko.)

A perseguição à ideia-Cristo acontece sob formas variadas em todos os tempos, e se manifesta por críticas ou mesmo ódio declarado, provenientes do que o apóstolo Paulo, em sua Epístola aos Romanos, chamou de “pendor da carne”: “O pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar” (Romanos 8:7).

Maria e José encontraram esse tipo de inimizade, após o nascimento de Jesus. Prudentemente, eles esconderam o recém-nascido, protegendo-o contra a fúria do rei Herodes, o Grande, sedento de poder. E conseguiram escapar ao édito que ordenava a matança de todos os meninos de dois anos ou menos, nos arredores de Belém. Mesmo assim, Jesus foi perseguido ao longo de sua trajetória de cura, e demonstrou, por meio de seus ensinamentos e ressurreição, que não existe poder algum na natureza do mal.

Jesus advertiu seus discípulos contra o fermento dos fariseus e de Herodes Antipas (ver Marcos 8:15). Em outras palavras, alertou-os para que o mal e a hipocrisia não se enraizassem secretamente em seu pensamento e viessem a destruir a ideia-Cristo de dentro para fora. Ele sabia que o que a consciência humana acalenta determina a experiência humana. Ele também explicou, por meio da parábola da mulher que tomou e escondeu o fermento em três medidas de farinha (ver Lucas 13:20, 21), como é que o reino de Deus, o governo da suprema Verdade, opera na consciência humana.

No capítulo “Ciência, Teologia e Medicina”, em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy se refere à importância dessa parábola da mulher com o fermento, e pergunta: “Não será a moral dessa parábola uma profecia que prediz a segunda manifestação do Cristo, a Verdade, na carne, manifestação essa encoberta em santo sigilo ao mundo visível?

 “Os séculos passam, mas esse fermento da Verdade está sempre em atividade. Tem de destruir a inteira massa do erro, e ser assim eternamente glorificado na liberdade espiritual do homem” (p. 118).

Embora seja prudente proteger a verdade para abrigá-la de alguma perseguição semelhante à que foi perpetrada por Herodes, perseguição essa que busca negar e destruir o Cristo, mesmo assim, sempre podemos, ao mesmo tempo, reconhecer que o Cristo, a Verdade, está livre e ao alcance de todos, e pronto para ser encontrado, percebido e reconhecido na vida de todos. O Cristo é um presente que cada um de nós pode receber diariamente de Deus, não apenas durante a época natalina. E esse fermento, que é a Ciência do Cristo, está em atividade nas três áreas do pensamento do mundo onde é mais necessário: na ciência, na teologia e na medicina.

Em meu trabalho de Comitê de Publicação para o estado onde moro, tive a oportunidade de ver em atividade esse fermento da Verdade, quando fui informada de que, em uma universidade local, ia haver um curso para ex-alunos, a respeito de Mary Baker Eddy. Logo vi que o próprio título do curso necessitava de correção. Não fiquei surpresa ao saber do escasso material para o curso que, em grande parte, consistia em relatos imprecisos da vida e dos ensinamentos de Mary Baker Eddy. Mas ao mesmo tempo eu também sabia que nada poderia esconder daqueles alunos a verdade sobre ela.  

É interessante que, no mesmo dia em que fui notificada a respeito do curso, eu havia orado com devoção pelo meu trabalho de Comitê da Publicação, reconhecendo que nada poderia me impedir de cumprir o meu dever de “corrigir, de maneira cristã, conceitos impostos ao público a respeito da Ciência Cristã, injustiças cometidas contra a Sra. Eddy, ou contra membros desta Igreja pela imprensa cotidiana, por periódicos ou por qualquer espécie de publicação”(Mary Baker Eddy, Manual dA Igreja Mãe, p. 97). Esse era o trabalho que eu queria realmente fazer, por isso havia orado, buscando me assegurar de que nada daquilo que necessitasse ser corrigido para ser apresentado ao público escaparia à verdade. Percebi que a luz do Cristo iria, com naturalidade, pôr a descoberto todos os erros, e corrigi-los. Assim, vi com clareza o alinhamento dessa oportunidade corretiva com meu preparo mental, o que estava evidenciando para mim, mais uma vez, que é o Cristo que nos conduz a fazer nosso trabalho, e nos dá a convicção e a força necessárias para realizá-lo bem.  

Entrei em contato com o professor do curso, e ele me escreveu imediatamente um e-mail bastante amistoso, convidando-me a falar para a classe. Pediu-me também para me encontrar com ele e alguns dos alunos e respectivos cônjuges, para assistirmos à reunião de testemunhos de quarta-feira nA Igreja Mãe, na semana anterior à minha palestra. Ao término do culto, quando os alunos se levantaram e caminharam para sair do auditório dA Igreja Mãe, a mudança no pensamento deles era visível em seus semblantes, e vários pararam para me dizer o quanto haviam gostado do que ouviram.     

Quando chegou o dia de minha palestra, o professor começou por pedir aos alunos para que dissessem o que haviam achado do culto nA Igreja Mãe. Todos os que falaram, sem exceção, a começar pelo professor, manifestaram genuíno apreço. O professor ficara surpreso com a presença de tantos jovens no culto, e também com o fato de que os testemunhos, muito bem recebidos pela congregação, relatavam curas profundamente significativas. Os estudantes elogiaram o belo edifício, e alguns disseram que não sabiam que os cultos eram abertos ao público, independentemente de filiação religiosa. Além disso, observaram que a Bíblia se destacava claramente durante a leitura.

O Cristo é um presente que cada um de nós pode receber diariamente de Deus, não apenas durante a época natalina.

A aula prosseguiu com perguntas provocativas e bem articuladas, inclusive a respeito da prática da cura na Ciência Cristã. Após conversarmos por aproximadamente uma hora, uma aluna levantou a mão e disse: “Creio que em verdade não sabemos quem foi Mary Baker Eddy, e menos ainda o que é a Ciência Cristã. Quantas vezes você já falou com pessoas que tinham ideias erradas sobre Mary Baker Eddy, e sobre a religião que você professa? E então essas pessoas perceberam que estavam equivocadas?” Dessa vez achei engraçado, pois essa aluna havia acabado de descrever o meu trabalho de Comitê de Publicação! E sendo esse um grupo de pessoas cultas, incentivei-as a lerem as obras publicadas, de autoria de Mary Baker Eddy, e recomendei-lhes que se perguntassem se estavam tendo uma compreensão unilateral. Falei também da necessidade de não subestimarem a importância da vida de Mary Baker Eddy, uma mulher que deixou uma marca tão significativa na história da religião e das mulheres americanas, sem falar de sua influência na vida de pessoas no mundo inteiro, há um século e meio. 

Sem o apoio do culto na Igreja e do membro da Igreja que me alertara a respeito dessa oportunidade de falar em uma sala de aula, essa importante atividade corretiva não teria acontecido.

A mente carnal tentaria minimizar, limitar e destruir a atividade do Cristo, e também nosso envolvimento e participação nessa atividade. Esse é simplesmente um golpe da ignorância e da maldade, para desviar-nos o pensamento e a atenção que queremos dedicar ao nosso verdadeiro trabalho. Mas podemos ter sabedoria e não nos deixar interromper nesse processo, e assim o caminho se abre para que cumpramos com nosso dever, que é, na verdade, a obra de Deus, à qual Ele nos conduz. Como disse Cristo Jesus ao enviar seus discípulos para que pregassem o Evangelho: “Eis que vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas” (Mateus 10:16). 

Diz Mary Baker Eddy: “O espírito antagonista do mal ainda percorre a terra; mas o espírito do Cristo, que é maior, também percorre a terra — ressuscitado do sudário da tradição e do túmulo da ignorância. Que os atalaias, nas torres de vigia de Sião, gritem outra vez: ‘Um menino nos nasceu, um filho se nos deu’.

“Em diferentes épocas, a ideia divina assume diferentes formas, de acordo com as necessidades da humanidade. Nesta época, mais inteligentemente do que nunca, essa ideia assume a forma da cura cristã. É esse o recém-nascido que devemos acalentar. É esse o recém-nascido que abraça amorosamente o pescoço da onipotência, e invoca o cuidado infinito do amoroso coração divino”. (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 370).

Para aconchegar o bebê da cura Cristã, os estudiosos da Ciência Cristã necessitam abrir o pensar, para poderem compartilhar a cura com “milhões de mentes sem preconceitos” (ver Ciência e Saúde, p. 570) que estão genuinamente em busca da verdade. A luz da Igreja, posta em prática coletivamente, elimina as trevas da ignorância, do ódio e das impressões errôneas. 

Disse-nos Cristo Jesus: “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas, no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus (Mateus 5:14–16).

Ou, em outras palavras, conforme a interpretação que Eugene Peterson dá a esses versos, em seu livro The Message [A Mensagem]: “Vocês estão aqui para serem a luz, evidenciando no mundo as cores criadas por Deus. Deus não é para ser mantido em segredo. Vamos deixar isso bem claro, tão evidente quanto uma cidade na montanha. Se eu fizer de vocês portadores da luz, vocês não vão pensar que vou escondê-los debaixo de uma mesa, certo? Estou colocando vocês no velador. Agora que coloquei vocês no topo da montanha, no velador, brilhem! Mantenham a casa aberta; sejam generosos na vida. À medida que vocês se abrirem para com os outros, as pessoas irão se abrir mais rapidamente para Deus, esse generoso Pai que está nos céus”.  

Há alguns anos, na véspera do Natal, decidimos ir a um culto à luz de velas na Igreja Peregrina Congregacional em nosso bairro, o que veio a se tornar nossa tradição anual. É algo muito especial nos sentarmos nessa igreja histórica, com as luzes apagadas, e ver a pessoa sentada ao nosso lado acender a nossa vela. Gradativamente a igreja fica toda iluminada pelas chamas da vela que cada um está segurando. A cada ano o pastor nos relembrava da importância de compartilharmos nossa luz coletiva, até que esteja acesa em todo o mundo.

Do mesmo modo que aqueles membros da igreja em Tóquio celebraram abertamente a declaração da cura pelo Cristo e foram destemidos em praticá-la, nós também podemos ter plena confiança em aconchegar o presente da cura pelo Cristo que nos foi dado, e compartilhá-lo abertamente.

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