Na carta do apóstolo Paulo aos Filipenses, que está na Bíblia, lemos: “...tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4:13). Essa afirmação vale para todos nós. Para mim, significa que temos a capacidade para solucionar problemas ou superar as dificuldades com as quais nos defrontamos, por meio do Cristo, ou seja, do poder de Deus manifestado.
O Jesus humano, nosso Mestre, nos ensinou a ter a expectativa de que, embora enfrentemos desafios, podemos ser bem-sucedidos no esforço de superá-los por meio do Cristo, a verdade sobre o existir espiritual, que nos é concedida por Deus. Jesus disse: “...No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (João 16:33). Ademais, Mary Baker Eddy nos assegura que Deus nunca nos pede para fazer algo que não somos capazes de fazer, e que o Cristo está aqui para nos auxiliar. Ela escreve: “...o progresso é a lei de Deus, lei que exige de nós apenas aquilo que com certeza podemos cumprir” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 233).
Esse fato foi comprovado muitas vezes em minha experiência e eu gostaria de compartilhar um exemplo específico.
Minha formação é direito e finanças. Por isso, fiquei bastante surpreso quando me pediram para ser gerente de produto de duas importantes redes de telefonia, que havia muito tempo tinham enormes e complicados problemas de produção. A incapacidade de obter certos produtos vitais no prazo previsto estava causando sérios problemas para a empresa e seus clientes. Eu não tinha conhecimento técnico nem experiência em produção, que me houvesse preparado para esse desafio, mas a administração sabia que eu tinha “jeito para resolver grandes problemas”. O “jeito” que eu tinha era a Ciência Cristã e a compreensão que ela nos dá de Deus como a Mente divina e do Cristo como o caminho para ouvir, compreender e seguir as ideias inteligentes da Mente.
Pensei nessa minha tarefa tal como fez S. Pedro, quando curou o homem coxo que pedia esmolas nos degraus do templo. Pedro disse ao homem: “...Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” (Atos 3:6). Em outras palavras, eu não tinha recursos humanos nem materiais para enfrentar esse desafio, mas, pensei, realmente tenho “a mente de Cristo” (1 Coríntios 2:16), e isso é tudo quanto necessitamos.
Quando assumi o cargo, havia um plano em andamento, visando a resolver o problema dentro do período de alguns meses. Deveríamos fazer todo o possível para manter esse complexo projeto em vigor e seguir em frente. Tal como inúmeros planos que haviam falhado ao tentar corrigir a situação, esse dependia enormemente de fatores externos e de fornecedores.
Muito perto do momento em que tudo teria de estar resolvido, o gerente veio muito desesperado e me informou que as coisas tinham novamente falhado. Um novo projeto, que requeria muitos meses a mais, teria de ser elaborado, mas essa situação era inaceitável para os executivos da firma, inclusive para o CEO (Diretor Geral). O prazo que nos deram foi de três dias para se chegar a um novo plano, e vencia ao meio-dia da sexta-feira imediata, em três dias.
Na sexta-feira de manhã, quando eu estava orando com as ideias da Lição Bíblica semanal do Livrete Trimestral da Ciência Cristã, esta afirmação destacou-se e chamou minha atenção: “Temos de examinar profundamente o que é real, em vez de aceitar apenas o senso exterior das coisas” (Ciência e Saúde, p. 129). Isso me fez lembrar de outra declaração em Ciência e Saúde: “Os mortais precisam olhar para além das formas finitas que se desvanecem, se quiserem obter o verdadeiro senso das coisas. Onde é que o olhar repousará, senão no reino insondável da Mente?” (p. 264).
Reuni cerca de vinte dos melhores gerentes de todas as áreas, coloquei-os em uma sala e afirmei, com plena segurança, que eles iriam resolver esse problema antes do meio-dia. Prometi que eu iria conferir o andamento do trabalho a cada trinta minutos. Fui ao meu escritório para orar, sabendo que a Mente infinita tinha a resposta e que ela se manifestaria pelo reflexo da Mente, “...os filhos e as filhas de Deus” (Ciência e Saúde, p. 503).
Várias vezes fui ver como iam as coisas e finalmente às 11:00 horas me reuni novamente com o grupo. Naquele momento todos eles estavam com semblante frustrado, e havia uma atmosfera pesada, de desespero. Eu disse que desta vez ficaria ali com eles, orando. Essa atitude visível de confiança na imediata presença de Deus e em Sua amorosa ajuda trouxe uma crescente receptividade à orientação de Deus. Em poucos minutos, radiante de alegria, o chefe do grupo gritou: “Encontrei a solução!” E havia de fato encontrado. Sua simples solução era retirar de outro produto, não relacionado, a peça indispensável necessária (que o fornecedor não podia mais entregar). Tínhamos essa peça em estoque em larga escala, e podíamos usá-la para completar nossos sistemas de telefonia. Todos concordaram que isso funcionaria sem nenhuma consequência para o outro produto, e assim foi. O problema foi solucionado de um modo extraordinariamente simples e essa solução permaneceu em vigor. Todos se alegraram por ver resolvido aquele problema tão antigo.
Sou imensamente grato por essa demonstração do poder de Deus por meio de Seu Cristo, para solucionar todo tipo de desafio. Eu havia sido testemunha, uma vez mais, de que “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tiago 1:17).
Bob Rupp
Seattle, Washington, EUA 
    