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Original para a Internet

A quietude que cura a solidão

Da edição de dezembro de 2020 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 1º de outubro de 2020.


O longo período de confinamento, devido à pandemia de COVID-19, fez com que nossa rotina diária sofresse grandes mudanças, o que levou algumas pessoas a se sentirem solitárias, distantes, isoladas e desmotivadas. Mas será que o isolamento físico tem de forçosamente levar à solidão?

Ao refletir sobre isso, recentemente, a diferença entre solidão e quietude me chamou a atenção. Muitos de nós já se sentiram solitários em algum momento, seja pela falta de companhia, seja pelo anseio por um contato mais pessoal, ou pelo medo de ser excluído ou de perder algo. A quietude, por outro lado, é geralmente caracterizada por um estado mental calmo, confiante e em paz. E, assim como é possível nos sentirmos solitários mesmo rodeados de outras pessoas, também podemos encontrar a quietude em meio a grande agitação e tumulto.

No seu significado espiritual, quietude é sentir-se próximo a Deus, é a calma que sentimos quando elevamos o pensamento acima do caos e da incerteza do dia a dia para um senso mais elevado do existir. O Salmo 139 nos assegura que temos essa proximidade com Deus. “Senhor, tu me sondas e me conheces … Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também … Se eu digo: as trevas, com efeito, me encobrirão, e a luz ao redor de mim se fará noite, até as próprias trevas não te serão escuras…” (Salmos 139:1, 7, 8, 11, 12). Somos sempre um com Deus e nunca podemos estar separados dEle, nem mesmo por um instante. Como o Salmo acima deixa claro, mesmo se desejássemos nos afastar de Deus, não haveria a menor possibilidade de isso acontecer!

Existem, contudo, ocasiões em que nos sentimos sozinhos, momentos em que Deus nos parece irrelevante, distante, separado de nós. Em momentos como esse, nossos pensamentos podem parecer obscuros, repletos de dúvida, raiva e medo, repletos de tudo, exceto de quietude. É em momentos assim que talvez nos pareça difícil lembrar-nos de que Deus está sempre próximo a nós, sempre zelando por nós, orientando e apoiando, não importa o quanto tenhamos nos afastado dEle.  

Todavia, encontrar o caminho de volta para Deus pode ser simples como mudar o pensamento. Sabemos que nos afastamos dEle, quando nossos pensamentos se tornam confusos, nebulosos e voltados ao próprio ego. As ideias parecem girar em nossa mente como um carrossel, não levando a lugar nenhum. Mas podemos tomar a decisão de nos afastar dos pensamentos negativos e atormentados, e humildemente pedir a Deus que os substitua por pensamentos melhores: pensamentos bons, de compaixão, esperança, paciência. Esse esforço intencional para mudar o pensamento, esforço esse a que chamamos de oração, pode parecer desafiador, às vezes. Mas se persistimos, constatamos que podemos substituir os pensamentos de mal ou de derrota, que não vêm de Deus, por ideias espirituais práticas que nos elevam, inspiram e conduzem corretamente.

Mesmo que quiséssemos nos afastar de Deus, não haveria a menor possibilidade de isso acontecer.

Dessa maneira, vivenciamos momentos de paz e total renúncia ao ego, e a quietude que sentimos é a prova de que nosso pensamento está alinhado com o de Deus. Percebemos que nossos pensamentos incluem menos “eu”, “mim”, “meu”, e estão mais centrados em Deus, em como podemos refletir melhor Suas qualidades em nossas atividades diárias e melhor expressá-Lo, ajudando outras pessoas. Dar prioridade a Deus em nosso pensamento significa que estamos nos tornando mais humildes, vivendo nosso amor por Ele, confiantes de que Ele cuidará de nossas necessidades. E se seguirmos diligentemente esse curso de ação, veremos que não há limites para a paz e as bênçãos que virão.

Há alguns anos, antes de conhecer a Ciência Cristã, tive uma experiência que me revelou o poder da quietude. Fui demitido e fiquei desempregado por quase 18 meses, e todos os meus esforços fervorosos à procura de emprego foram infrutíferos. Além disso, me vi em um casamento conturbado e solitário, e a maioria dos meus amigos não fazia mais parte da minha vida. Comecei a me sentir isolado e deprimido como nunca me sentira antes. 

Em profundo desespero, busquei a Deus de uma nova maneira, do fundo do meu coração e com uma disposição incondicional de seguir tudo aquilo que Ele me dissesse para fazer. Com isso, senti uma grande calma tomar conta de mim — uma sensação de quietude e segurança que me lembrou o amor de meus pais, quando criança. 

Nos dias que se seguiram, minha busca frenética por emprego tornou-se tranquila e organizada. Fui guiado a me candidatar outra vez a uma das centenas de vagas que eu não havia conseguido. Na realidade, era uma vaga em uma área em que eu nunca havia trabalhado e para a qual não estava tecnicamente qualificado. Mas meu novo senso de quietude guiou-me em cada etapa, ajudando-me a navegar com calma pelo processo de recrutamento e a expressar com confiança minhas melhores qualidades, nas entrevistas. Um pouco para minha surpresa, fui contratado, e lancei-me em uma longa e bem sucedida carreira. 

Pouco tempo depois, meu casamento infeliz se desfez de forma amigável e por consentimento mútuo, minha esposa e eu seguimos caminhos diferentes. Logo depois disso, um amigo me apresentou a Ciência Cristã, que alimentou minha nova fome espiritual e continua a me proporcionar inúmeras bênçãos para minha vida.

Em seu livro-texto, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy nos oferece conselhos práticos para cultivar a quietude: “Para orar corretamente, temos de entrar no quarto e fechar a porta. Temos de cerrar os lábios e silenciar os sentidos materiais. No silencioso santuário dos desejos fervorosos, temos de negar o pecado e declarar a totalidade de Deus. Temos de nos resolver a tomar a cruz, e prosseguir de coração honesto para trabalhar e vigiar a fim de discernir a sabedoria, a Verdade e o Amor” (p. 15).

Hoje, encontro meu “quarto” — aquele lugar quieto e calmo no pensamento — em lugares surpreendentes: enquanto ajudo meu filho com o dever de casa; fazendo caminhadas entre as árvores; esperando em uma fila enorme no supermercado ou até mesmo limpando a garagem!

“Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros…” (Tiago 4:8). Quando nos aproximamos de Deus com humildade e disposição, os sentimentos de solidão e isolamento são substituídos pela certeza da segurança, realização e confiança. Nossos dias ficam mais luminosos e cheios de esperança. Abrem-se novos caminhos para nos conectarmos com outras pessoas e sentimos mais o bem e o amor de Deus, por meio desses contatos. Os momentos passados com os outros se tornam mais ricos e harmoniosos, e o tempo a sós se torna mais simples, mais profundo, mais inspirado por Deus. 

E o mais importante, aproximar-se de Deus significa que demos passos espirituais definitivos, de maneira que abençoarão permanentemente a nós mesmos e àqueles ao nosso redor.

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