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Original para a Internet

A adoração ao “Adorável Um e Uno”

Da edição de março de 2020 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 9 de dezembro de 2019.


Existe uma canção intitulada “Conhecê-lo é amá-lo” [To know him is to love him], que é um clássico e começa com estes versos: “Conhecer, conhecer, conhecê-lo é amar, amar, amá-lo”; essas linhas não foram escritas em louvor a Deus. A canção, em realidade, foi inspirada por palavras que descreviam o falecido pai do compositor. 

Contudo, eu frequentemente louvo a Deus repassando mentalmente esses versos. Às vezes imagino a Deus como “Ele” outras vezes como “Ela”, ou então canto dirigindo-me diretamente a Deus: “Conhecer, conhecer, conhecer-Te é amar, amar, amar-Te, e eu Te amo!” 

É claro que adorar a Deus requer mais do que cantar, ou repetir palavras, ainda que estas sejam as mais doces possíveis e embora isso certamente ajude a elevar nosso coração a Deus. No livro Miscellaneous Writings [Escritos diversos] 1883–1896, Mary Baker Eddy, a Descobridora da Ciência Cristã, nos faz notar que a melhor devoção é deixar que nossa vida ateste nossa sinceridade e alce louvores a Deus (ver p.106).

A ideia de louvar a Deus dessa maneira inclui darmos a Deus o primeiro lugar em nosso pensamento, deixando a materialidade para alcançarmos a compreensão de que a Vida, Deus, é o Espírito, e agirmos cada vez mais de acordo com a nossa natureza espiritual como a expressão de Deus. Honramos a natureza sagrada de Deus ou, como Jesus disse na Oração do Senhor, santificamos o nome de Deus, cada vez que percebemos em nosso íntimo, e expressamos exteriormente, a nossa santidade como criação de Deus.  

Essa ideia de santificar o nome de Deus é interpretada em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy (p. 16), como Deus sendo o “Adorável Um e Uno”. Esse significado soa realmente verdadeiro quando passamos a conhecer melhor a Deus. Ele é o bem ilimitado e inesgotável, é o Amor eterno, a inteligência infinita, então por que não adorar nosso Criador, que é nosso melhor e eterno amigo? 

Para o coração que aspira a um senso de pertencimento, ou deseja conhecer o propósito da existência, isso pode não fazer muito sentido. Talvez pensemos que queremos que Deus nos dê um amigo, em vez de Ele ser esse amigo. Talvez sejamos tentados a querer conhecer a Deus no intuito de alcançar êxito, em vez de conhecê-Lo para compreender que Ele constitui nosso êxito. 

Mas conhecer e louvar a Deus não é algo abstrato. A felicidade propiciada por um único momento de consciente comunhão com Deus é uma bênção tão poderosa que transforma a experiência humana, como foi comprovado pelas curas que Jesus realizou. O Cristo, a plena e clara compreensão que Jesus tinha a respeito do amor de Deus, alcançava e transformava os pensamentos dos outros, o que, por sua vez, trazia à luz a eterna presença do bem que parecia estar faltando humanamente. 

Da mesma forma, ao levarmos a Deus nossas necessidades, no “silencioso santuário dos desejos fervorosos”, como diz Ciência e Saúde (p. 15), podemos ter a expectativa de sermos transformados e, em vez de ficarmos ansiosos pelas promessas da matéria, buscamos o bem de Deus, o Espírito. Desse modo, reconhecemos que nossa carência de afeto é preenchida de maneira palpável pela percepção consciente do abraço contínuo da Alma divina. Compreendemos também que o propósito de vida, ao qual aspiramos, se cumpre por percebermos e seguirmos o caminho mental de progresso que a Mente divina nos mostra. Essas respostas espirituais aos nossos desejos não excluem a manifestação humana de ideias corretas como, por exemplo, emprego e companheirismo, ao contrário, traz à luz essas ideias de forma específica e individualizada, atendendo às nossas necessidades. 

A transformação que nos leva da esperança na matéria para a confiança no Espírito, Deus, é evidente de modo bastante vívido na experiência de Mary Baker Eddy; depois de perder entes queridos, ela ficou pobre, sem ter onde morar, e por fim acabou sofrendo um acidente que parecia ser fatal. Ao descrever como ela esgotara todas as esperanças na crença em uma consciência material, ela escreveu: “Anteriormente, a escuridão da mente mortal parecia ter um vislumbre de luz; mas naquela hora nem uma centelha se via. A matéria já não estava coroada pelo brilho promissor do arco-íris” (Retrospecção e Introspecção, p. 23).

Por mais que tenha sido difícil aquela carga de desilusão, esse foi também um ponto crucial no caminho da descoberta que ela veio a fazer. Em seguida ao acidente, ela teve uma cura que a levou a descobrir a Ciência da Mente, Deus. Ela viu que nossa vida não é como parece, uma mistura de algumas doses de bem e de mal materiais, mas sim é constituída do bem invariável e espiritual vindo de Deus. Pouco adiante, na mesma página, ela descreve a transição desde sua última, persistente esperança no que a matéria oferecia, até o que ela chamou de “o momento das bodas do coração com a existência mais espiritual”; ela diz: “Meu coração reconheceu o Redentor”. 

Uma mudança desse porte, do desalento para o louvor e reconhecimento da presença eterna de Deus, talvez leve bastante tempo de oração consagrada, quando nos sentimos perdidos ou solitários, ou estamos sofrendo. Ou, ainda, talvez tenhamos de lutar energicamente contra a tendência de adorar a matéria em vez de amar o Espírito, como quando buscamos objetivos egoístas ou cultivamos a gratificação do ego, hábitos esses que obscurecem a compreensão a respeito do nosso Criador. Mas a realidade é que estamos intimamente conectados ao Amor infinito, e espiritualmente somos um com o Adorável Um e Uno. À medida que persistimos em reconhecer e aceitar essa verdade, vemos cada vez mais claramente que o senso de pertencimento e propósito que anelamos alcançar já estão incluídos na nossa relação com Deus; apenas a névoa da crença de que a matéria possa suprir esse bem é o que gera a aparência de falta.

Foi o que Pedro e João, discípulos de Jesus, demonstraram ao curar um homem aleijado de nascença, que esmolava à porta do templo, no qual as normas culturais daquele tempo o impediam de entrar (Atos 3:1–8). Quando os discípulos o viram sob uma luz diferente, uma luz espiritual, disseram-lhe: “Anda!” e o ajudaram a levantar-se, ele não foi curado só da imobilidade e da condição de dependência. Ele foi também reconectado às normas sociais e irrompeu no templo com alegria. Ele também sentiu um senso mais profundo de que não estava excluído, pois seu coração se abrira para a verdadeira natureza do Criador. A Bíblia diz que ele entrou no templo “saltando e louvando a Deus”. 

A atitude de mentalmente saltar e louvar a Deus faz parte de nossa natureza, por sermos filhos e filhas dEle. Nossa verdadeira consciência, a consciência espiritual, é totalmente desperta para a inabalável conexão que temos com o Amor divino, e quando nos deixamos conduzir por essa compreensão, acontece como quando o sol desponta por trás das nuvens. Conhecer e amar a Deus faz com que os pensamentos sombrios se dispersem, e venha à luz a grandiosidade de nosso reflexo individual do Adorável Um e Uno. 

Tony Lobl
Redator-Adjunto

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