A julgar pela quantidade de recursos que existem hoje, visando à saúde mental, parece que muitas pessoas lutam com sentimentos de turbulência interior. Alguns acham difícil pensar com clareza e permanecer em paz e produtivos durante um dia inteiro.
Entretanto, não seria natural acreditar que todas as pessoas têm direito à paz e ao progresso? A Ciência Cristã mostra que a tranquilidade constante, associada a uma vida plena e gratificante, é um direito divinamente natural, dado por Deus.
Cristo Jesus descreveu de maneira interessante nossa individualidade inigualável e nosso propósito. Ele disse: “Vós sois a luz do mundo” e “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5:14, 16). Muito embora essas palavras tenham sido ditas séculos atrás, ainda hoje elas nos dizem respeito, e de forma prática. Essa “luz” refere-se a tudo o que é sagrado, bom, amoroso e justo em nossa consciência. Ela é, em essência, a nossa espiritualidade. Encontra expressão em nosso caráter, ou seja, em nossos esforços para nos desprender do ego, ser gentis, bondosos, honestos e puros. Se alguém estiver honestamente se empenhando para abençoar os outros, para ser prestativo, isso pode ser uma força para o bem na vida dessa pessoa, agregando alegria e contentamento ao seu perfil.
Entretanto, se nos parece que essa luz está oculta — se parece que fomos privados da nossa capacidade de viver uma vida produtiva e cheia da graça divina — a solução é compreender melhor a fonte da nossa luz, da nossa espiritualidade e bondade inatas. A luz sempre tem uma fonte. A fonte dessa espiritualidade invisível, como a Ciência Cristã revela, é Deus, a Mente única, divina, suprema em sabedoria, sempre presente, irradiando luz sobre todos e perpetuando o bem inerente à Sua criação, por meio de Seu governo inteligente e amoroso. Em um dos livros da Bíblia, Deus é descrito desta maneira: “...se ele resolveu alguma coisa, quem o pode dissuadir? O que ele deseja, isso fará” (Jó 23:13).
O caminho, então, para encontrar cada vez mais a paz mental não está em “endireitar” nossa mente, mas sim em abrir o pensamento para uma compreensão e uma confiança mais elevadas na Mente divina como sendo a única Mente. Quão reconfortante também pode ser reconhecer que essa Mente todo-amorosa e inteiramente boa está sempre presente.
Pense no sol brilhando em toda a sua plena irradiação e glória. Se pensarmos no sol como um símbolo para Deus, a Mente única e infinita, o Amor divino, livre e desimpedido, então os raios que dele emanam poderão representar cada um de nós, ou seja, as expressões puras dessa fonte constante e bela. O sol não produz muitos pequenos sóis, mas raios individuais que expressam a natureza e a qualidade do original. Será que podemos começar a pensar em nós mesmos, não como um invólucro material com uma mente por dentro, mas sim como o reflexo da própria Mente única — inteiramente espiritual em essência, tendo nosso próprio lugar e propósito, e expressando o caráter e a natureza da nossa fonte sagrada?
Em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, fala da Mente, um sinônimo para Deus, desta maneira: “A Mente, suprema sobre todas as suas formações e governando-as todas, é o sol central de seus próprios sistemas de ideias, é a vida e a luz de toda a sua própria vasta criação; e o homem é subordinado à Mente divina” (p. 209).
Descobrir que dependemos unicamente de Deus, do Amor divino, para receber todos os nossos pensamentos corretos e todas as nossas ações corretas, acalma o medo e prepara o terreno para a cura. Abandonar a força de vontade e a ansiedade provenientes da crença de que estejamos separados de Deus e, em vez disso, ouvir com atenção a Mente misericordiosa, que está sempre falando conosco, faz com que sintamos alívio da angústia mental e passemos a ter um senso de controle mais firme. Ciência e Saúde declara: “A Mente divina mantém distintas entre si e eternas todas as identidades, desde a de uma folha de relva até a de uma estrela” (p. 70).
Nosso Pai amoroso nunca deixa Seus filhos na escuridão.
Deus sempre Se comunica com Seus filhos da maneira que cada um de nós pode entender. A verdade que vem a nós, proveniente de Deus, sempre que oramos e ficamos atentos, é o Cristo sempre presente, a mensagem divina de cura e salvação.
Ao longo de toda sua carreira terrena, Jesus manifestou plenamente a identidade do Cristo. Por meio de seus ensinamentos e do seu exemplo, ele nos mostrou como despertar para a sagrada influência de Deus, que silencia e destrói pensamentos negativos e sombrios. O apóstolo Paulo explica: “...vós todos sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite, nem das trevas” (1 Tessalonicenses 5:5). O Evangelho de João também descreve essa luz do Cristo, o poder de Deus, como “a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem” (1:9).
Nosso Pai amoroso nunca deixa Seus filhos na escuridão. A luz do bem e da inteligência é um aspecto permanente da nossa identidade. Essa luz nunca pode realmente mudar ou ser perdida, porque Deus, a Mente eterna, não muda. Seu amor por todos nós, ou seja, como Ele vê cada um de nós e nos define eternamente, nunca pode ser destruído ou obscurecido. Essa visão mais clara e mais elevada, a respeito de nós mesmos e da nossa relação com Deus, silencia pontos de vista materialistas que sugerem que estamos à mercê da matéria, ou do cérebro, e separados dos cuidados de Deus. As experiências de cura registradas nesta e em outras publicações da Ciência Cristã, bem como na Bíblia, exemplificam como uma consciência ampliada de que Deus é a nossa Mente, a única Mente que existe, e de que Seu cuidado por nós é imutável, traz descanso e paz ao pensamento humano conturbado.
Quando o pensamento está receptivo à luz do Cristo, a Verdade, ele está fechado ao erro, está fechado aos pensamentos perturbadores ou temerosos, que não têm fundamento nem permanência real. Poderíamos nos perguntar: “Será que pensamentos sombrios fazem parte de mim? Será que eles têm poder ou autoridade suprema em minha vida?” Uma vez que a turbulência mental, a ansiedade e a depressão não se originam em Deus, que é a fonte do nosso existir, elas não podem permanecer em nós. Uma sombra não pode vir do sol, nem pode a escuridão penetrar um raio de sol. Pensamentos negativos são conceitos equivocados ou crenças falsas; eles não têm nenhum fundamento na Verdade e, portanto, nenhuma existência real. Eles não podem fazer parte da nossa identidade genuína, que é o reflexo espiritual de Deus, portanto podemos impedir-lhes a entrada em nosso pensamento.
Mantendo essas verdades como base e orientação de nossas orações, estamos munidos e preparados para defender nosso direito divino à paz e, de maneira fervorosa, até mesmo com veemência, podemos negar que a turbulência mental tenha algum poder. Cristo Jesus, o Filho de Deus, quando ficou sozinho no deserto durante quarenta dias, resistiu intrepidamente às tentações que o assediaram. Essas imposições, ou sugestões, não conseguiram convencê-lo de que houvesse outro poder além de Deus e que seu sagrado propósito de vida pudesse ser comprometido. Ele reconheceu que esses pensamentos eram totalmente alheios à sua verdadeira natureza espiritual. Sua resposta: “Está escrito: ...Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás culto” (Lucas 4:8), indica uma convicção de que tudo o que se lhe opunha, negando a onipresença de Deus, era totalmente destituído de poder. Ele sabia a verdade e compreendia que as alegações do mal eram infundadas.
Como Jesus demonstrou, nada tem o poder de roubar nossos talentos e nosso propósito. O direito que temos de expressar a paz de Deus e de sermos úteis à humanidade não pode ser subvertido, nem pode sucumbir ao cerco do medo. Estamos aqui para deixar nossa luz brilhar, como Jesus ordenou, e para ser uma bênção para o mundo, como reflexos amados de Deus.
Por sermos filhos de Deus, é natural que nos volvamos à nossa origem. Não há nenhum poder senão o do Cristo em nós, que nos acalma e conforta — brilhando em nosso coração, iluminando nosso caminho, revelando uma renovação de propósito e orientação. A luz do Cristo nos desperta para ver nossa herança e nossa paz eterna por sermos “filhos da luz”.
