Dos anos recentes, 2018 foi quando ocorreu o maior número de suicídios na história dos Estados Unidos. Foi o ano também em que, com tristeza, tomei conhecimento de que um amigo bem próximo desejava fazer parte dessa estatística. Embora na escola nos houvessem informado a respeito dessa tendência trágica no país, foi apenas depois que comecei a ter longas conversas com meu amigo, tentando desesperadamente convencê-lo a não se matar, que pensei em recorrer à Ciência Cristã em busca de uma solução.
Inicialmente, eu não sabia o que fazer a respeito desse problema. Já havia lido muitos testemunhos maravilhosos nos quais as pessoas foram quase instantaneamente curadas apenas com a leitura do livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy. Mas, lamentavelmente, ajudar meu amigo não seria tão fácil quanto dar um livro a ele, pois, além de não ser muito religioso, ele também não gosta de ler. Ainda assim, eu sabia que, mesmo não estando ele muito interessado em aprender a respeito de Deus por si próprio, minhas orações poderiam fazer diferença, se eu buscasse tornar mais clara minha própria compreensão de que meu amigo era amado por Deus, conhecido por Deus, e protegido por Deus.
Como ponto de partida, estudei na Bíblia o capítulo que relata como foi que o profeta Elias ouviu a Deus (ver 1 Reis 19:1–12). Elias se deparou com algumas situações terríveis, como um terremoto e fogo, que podem ter feito parecer que Deus estava muito distante. Mas a Bíblia diz que, embora Deus não estivesse no caos, Deus continuava ali; e Elias pôde ouvir a voz de Deus como “um cicio tranquilo e suave”.
Esse último verso foi importante para mim, pois eu podia colocar qualquer problema humano (depressão, suicídio etc.) no lugar do fogo e esse relato se aplicaria à minha vida. Deus não está nos problemas caóticos que parecemos enfrentar todos os dias. Ao contrário, Deus é a voz tranquila e suave a nos guiar rumo a uma vida plena, para nos sentirmos valiosos e protegidos.
A história de Elias também me ajudou a orar a respeito da tendência suicida do meu amigo, pois Elias, depois de fugir de alguns problemas que o estavam atormentando, chegou a implorar que Deus lhe tirasse a vida. Porém, ao ouvir o cicio tranquilo e suave de Deus, Elias acabou sendo guiado na direção certa; não apenas saindo do desespero, mas também seguindo rumo a soluções específicas para os problemas (ver versos 15 a 18). Depois de ler esse relato, senti-me muito mais segura de que eu não estava sozinha nesse empenho em ajudar meu amigo.
Deus me mostrara um modo correto de pensar a respeito da situação, mas a questão ainda continuava: se eu não podia compartilhar com ele essas ideias, como poderiam minhas orações ajudá-lo a mudar seu estado mental? Continuei a orar a respeito dessa questão, e também li alguns testemunhos no Christian Science Sentinel, relacionados com a prevenção do suicídio. Em um deles, me chamou a atenção este trecho de Ciência e Saúde: “A Verdade tem efeito de cura, mesmo que não seja de todo compreendida” (p. 152).
Subitamente compreendi que, mesmo meu amigo não sabendo isso, ele não podia escapar da presença, do cuidado e do amor de Deus, porque a presença de Deus, Seu cuidado e Seu amor são a verdade e a realidade da vida de cada um de nós. Independentemente do que alguém acredite, todos estão protegidos contra o medo, a tristeza e a depressão, e podem ser conduzidos por Deus para fora de qualquer pensamento ou situação aflitivos; porque essa é a natureza de nossa relação com Deus, pois somos Seus filhos e filhas a quem Ele muito ama. Compreendi que no nível mais profundo, meu amigo estava em segurança, sempre protegido por Deus, sempre amado, e podia sempre se sentir assim.
O que eu aprendi, por ter orado pela prevenção do suicídio, foi que todo indivíduo é necessário para a inteireza e completude da obra de Deus; e que cada um de nós é um precioso e amado filho de Deus, não um corpo físico a ser contado em estatísticas. Agora, mais do que nunca, percebo esse valor em meu amigo e em mim. Durante o período em que estive orando, o meu modo de pensar melhorou, e o dele também, e sei que continuarei a orar pela prevenção desse tipo de problema, pois agora sei quanta diferença a oração pode fazer.
