Uma aluna que estava fazendo um curso ficou constrangida e perturbada em seu primeiro dia de aula, ao sentir uma forte atração física pelo professor. Os dois eram casados. Ela não queria que pensamentos imorais interferissem nessa experiência tão especial de aprendizado. Então, durante o intervalo, ela imediatamente confrontou o problema e contou ao professor o que estava acontecendo. Ela confiava na integridade dele e esperava que ele a ajudasse a colocar um ponto final no problema.
Sua expectativa era bem fundamentada. Com o estudo da Ciência Cristã, o professor ganhara uma visão da criação de Deus que está profundamente enraizada no senso espiritual da Bíblia. O primeiro capítulo do Gênesis explica que a verdadeira natureza dos filhos de Deus é totalmente boa e espiritual, refletindo e possuindo domínio “sobre todos os répteis que rastejam pela terra” (versículo 26). Ele reconheceu a atração sensual imoral como um “réptil”, e que essa atração com naturalidade é derrotada quando temos uma melhor compreensão daquilo que somos como bons filhos de Deus.
Quando a aluna lhe contou o que estava acontecendo, o professor explicou-lhe o domínio que ela já possuía sobre os insinuantes pensamentos sensuais. Ele foi amável em garantir-lhe que, como filha de Deus, ela somente podia se sentir atraída pelo bem que Deus criou. E, embora fosse natural sentir-se atraída pela expressão do bem de Deus, esse interesse mostrava o amor que ela sentia por Deus, não pela pessoalidade de alguém. A atração pelo bem de Deus é pura e espiritual, não é subversiva nem sensual.
As explicações do professor e o reconhecimento da aluna, do próprio bem que lhe era natural, libertou-a imediatamente dos pensamentos sensuais. Seus olhos foram abertos à ideia de que a verdadeira satisfação só é encontrada no bem que Deus nos dá, o bem espiritual, que não inclui nenhum elemento de distração nem de destruição.
Os sentimentos mortais e sensuais não podem medir adequadamente o que de fato está acontecendo. O bem é nosso único desejo natural e a única verdadeira influência sobre nós. O bem que se origina na Alma, o bem divino que é Deus, é refletido em toda a criação e isso inclui desejos puros. Mary Baker Eddy escreveu em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras:“O bem não cria uma mente susceptível de causar o mal, pois o mal é o erro que se opõe ao bem, não é a verdade da criação” (p. 93).
Cristo Jesus disse que “o reino de Deus” está dentro de cada um de nós (ver Lucas 17:21). Quando passamos a compreender melhor o que significa o reino de Deus estar dentro de nós, constatamos que somos completamente capazes de manifestar qualidades como alegria, paz, ternura, amor, compaixão, afeto, pureza, santidade e integridade. Como criação de Deus, cada um de nós possui o senso espiritual natural que reconhece o bem divino e o ama.
Jesus não ignorou o pecado e a sensualidade, contudo, compreendeu que os maus impulsos e o mau comportamento provêm de não compreendermos corretamente nossa verdadeira natureza à semelhança de Deus. Ele reconhecia o filho de Deus puro e bom, até mesmo naqueles que estavam lutando contra um senso sensual, pecador ou doentio de si mesmos. Isso o capacitou a falar com firmeza quando precisava despertar aqueles que estavam mentalmente adormecidos para sua própria verdadeira natureza, o bem. Isso também lhe permitiu ter compaixão para com aqueles que eram apanhados em comportamentos errôneos, mesmo que desejassem fazer o bem.
O sensualismo inverte a atração natural ao bem. Faz com que nos sintamos fracos e impotentes. Mas não somos impotentes para resistir ao sensualismo; podemos nos elevar acima disso, porque na verdade somos realmente puros e fortes. Quando compreendemos que o bem divino, Deus, é a fonte de nosso verdadeiro existir, então é natural que descartemos pensamentos insinuantes e perturbadores que visam a atrapalhar nossa harmonia e a ocultar de nossa experiência a pura atração do bem que Deus dá. Ciência e Saúde explica: “As emoções descontroladas, o amor ao ego, os vícios, o ódio, o medo, toda a sensualidade cedem à espiritualidade, e a superabundância do existir está do lado de Deus, o bem” (p. 201).
Tanto o amor de Deus por nós quanto nosso reflexo desse amor são puros. Deus traz à tona o melhor em nós e a atração mais elevada e pura que existe é a atração por Deus, o bem.
 
    
