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Original para a Internet

O céu aqui e agora

Da edição de janeiro de 2021 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 5 de novembro de 2020.


Às vezes ouvimos as pessoas dizerem: “Quando eu for para o céu…” e depois ficam devaneando sobre todo o bem que irá acontecer para elas no reino de Deus em algum lugar longínquo no futuro.

Com toda a certeza, o reino dos céus está associado ao bem inesgotável para todos, à eterna saúde e felicidade, e ao existir imortal. Ali Deus governa com amor, harmonia e propósito sagrado tudo o que Ele criou. Nenhum limite de tempo ou espaço define esse reino, apenas a presença da Mente divina e de sua criação, que está sempre se desdobrando. No reino dos céus tudo é espiritual, portanto, não existe nenhuma substância material limitada sujeita a acidente, dor, doença, deficiência, pecado, ou morte. As leis, as forças, as crenças, as opiniões, as teorias e os prognósticos materiais são inexistentes, porque a lei da harmonia inquebrantável de Deus reina para sempre.

Mas, será o céu um lugar ou um acontecimento longínquo? Será que temos de esperar para vivenciar essa harmonia divina? Cristo Jesus tinha muito a dizer sobre o reino dos céus, incluindo esta declaração: “…Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus…” (Mateus 4:17). Assim, toda a harmonia e todo o bem infinito, associados ao reino dos céus, já estão acontecendo agora mesmo, em toda parte.  

Embora não possamos vê-lo com nossos sentidos físicos, nós já estamos aninhados no reino — e ele está dentro de nós. Jesus também pregou: “…Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17:20, 21). Cada um de nós, então, já está no reino dos céus, onde as bênçãos do Amor divino envolvem cada filho de Deus. Como é maravilhoso saber que Deus nos dá o reino, a consciência da harmonia universal e a compreensão do nosso verdadeiro e completo existir individual, em toda a sua glória. 

Uma palavra-chave que Jesus incluiu em sua maravilhosa declaração da presença do reino foi arrependimento, que é uma tradução de uma palavra grega que significa “pensar de forma diferente”. É uma mudança de pensamento o que revela a harmonia celestial. Significa mudar de uma perspectiva material para uma perspectiva espiritual, e não um mudar de local ou de época. Essa mudança vem por meio da atividade do Cristo: “…a mensagem divina de Deus aos homens, a qual fala à consciência humana”, conforme Mary Baker Eddy escreve em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras (p. 332). Essa mensagem divina de Deus ao homem revela os fatos do existir, fazendo com que o pensamento mude e passe a ter a Deus como ponto de partida. Essa consciência espiritual semelhante à do Cristo, essa nova forma de pensar, pode ser encontrada no sermão do monte, e também nas mais de trinta parábolas que Jesus nos legou, e em seus outros ensinamentos.

Por exemplo, no Sermão do Monte encontramos: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mateus 5:48). Como é maravilhoso sermos chamados a ser perfeitos porque a nossa completude e plenitude têm origem em Deus. Essa mensagem do Cristo nos convida a pensar de forma diferente e a deixar para trás a visão material de nós mesmos e, em vez disso, a acolher em nossa consciência o absoluto agora que inclui nossa saúde e integridade perfeitas como filhos espirituais de Deus. É assim que chegamos a ver a harmonia do céu.

Jesus não só pregou a eterna presença do reino dos céus, mas suas incontáveis curas constituíram uma comprovação da existência desse reino aqui e agora. Ele trouxe à luz o poder e a presença do amor de Deus, expressado exatamente aqui e agora na terra, em tempo real. Lemos em Lucas: “…as multidões. . . seguiram-no. Acolhendo-as, falava-lhes a respeito do reino de Deus e socorria os que tinham necessidade de cura” (9:11). Quando Jesus curou o homem da mão ressequida, mostrou a perfeição sempre presente daquele homem ali mesmo, e naquele mesmo momento. Ao alimentar milhares de pessoas com uma pequena quantidade de comida, ele mostrou que a abundância está presente em cada momento. E a ressurreição de Jesus provou que a vida indestrutível está aqui e agora. Todas as curas de Jesus são janelas abertas, pelas quais podemos ver aqui e agora a realidade do céu. 

Dessa maneira, Jesus fez a conexão entre o reino dos céus e a cura. Ele disse aos discípulos: “…à medida que seguirdes, pregai que está próximo o reino dos céus. Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai” (Mateus 10:7, 8). Não estava ele dizendo que, por estar o reino dos céus ao nosso alcance, e por ser eterno, exclui o pecado, a doença e a morte?

O mandamento de Jesus continua a nos falar até hoje. As condições discordantes são vencidas à medida que nos damos conta de que o reino de Deus está aqui e agora, e está dentro de nós. Ciência e Saúde fornece esta definição espiritual do reino dos céus: “O reino da harmonia na Ciência divina; o âmbito da Mente onipotente, infalível e eterna; a atmosfera do Espírito, onde a Alma é suprema” (p. 590). Esse reino dos céus dentro de nós demonstra o terno controle do Amor e o reino da Alma. Quando vivenciamos a cura metafísica, compreendemos que o reino dos céus está reinando dentro de nós.

O nosso trabalho é aceitar, afirmar e reconhecer aquilo que é bom, e lançar fora o que é ruim.

Tive uma experiência que me ofereceu a oportunidade de me arrepender, ou seja, “pensar de forma diferente”, e a vivenciar esse reinado do reino dos céus em minha própria experiência. Fazia pouco tempo que havíamos nos mudado de casa, e eu precisava providenciar algo rapidamente. O comando elétrico da porta da garagem não estava funcionando, e a porta não tinha um puxador manual no lado externo, por isso coloquei os meus dedos no espaço entre duas das secções horizontais, pensando que usaria aquele espaço como apoio para que minha mão puxasse a porta para baixo, e depois eu a retiraria rapidamente, antes que as secções horizontais se fechassem, não deixando nenhum espaço entre elas. Mas a porta moveu-se depressa demais, e meus dedos ficaram presos quando a porta se fechou com estrondo.

Vendo que a porta estava completamente fechada sobre meus dedos, perguntei-me como meus dedos poderiam caber exatamente em um espaço onde não havia nenhum espaço! Imediatamente parei de olhar para esse quadro e de pensar nele e no choque da dor extrema, e rapidamente levantei a porta com minha outra mão, libertando meus dedos. Entrei no carro e orei.

Este era o momento de pensar de forma diferente, de passar do quadro material para o ponto de vista do reino dos céus. Uma das parábolas de Jesus me veio ao pensamento: “O reino dos céus é ainda semelhante a uma rede que, lançada ao mar, recolhe peixes de toda espécie. E, quando já está cheia, os pescadores arrastam-na para a praia e, assentados, escolhem os bons para os cestos e os ruins deitam fora” (Mateus 13:47, 48).

A parábola chamou minha atenção para a maneira como a demonstração da harmonia celestial nos obriga a organizar o quadro apresentado pelo mundo, onde prevalece um estado de mistura, que sugere a coexistência do bem e do mal. Nosso trabalho, nossa alegria de existir, é aceitar, afirmar e reconhecer aquilo que é bom, e lançar fora o que é ruim.

Naquele momento, aceitar primeiro o bem foi um claro reconhecimento de onde eu realmente estava, ou seja, em segurança no reino onde o Espírito é supremo, onde a Ciência divina da harmonia reina. O primeiro aspecto ruim da situação, que lancei fora, foi a tentação de olhar para a mão. Se eu confiasse no quadro material para que me dissesse qual era o estado em que estava a minha substância, eu estaria perpetuando o quadro falso, em vez de honrar o “reino da harmonia na Ciência divina”.

A primeira frase da “declaração científica sobre o existir” em Ciência e Saúde foi de grande ajuda para determinar o que lançar fora: “Não há vida, verdade, inteligência, nem substância na matéria” (p. 468). Tomando cada aspecto dessa declaração, lancei fora o pensamento de que poderia haver vida na matéria, uma força destrutiva que poderia ferir. Não havia nenhuma verdade ou realidade presente no quadro da matéria, pois não correspondia à visão celestial. Não havia inteligência na matéria que pudesse cometer um erro, nem uma inteligência que causasse ou sustentasse a dor. Não havia nenhuma substância na matéria, sujeita a sofrer acidentes ou danos.

Logo comecei a pensar na linha seguinte na declaração: “Tudo é a Mente infinita e sua manifestação infinita, porque Deus é Tudo-em-tudo”. Toda vida, verdade, inteligência e substância expressam a Mente infinita, que está perpetuamente desdobrando harmonia.

Não tive nenhuma dúvida de que essas verdades com as quais eu estava orando eram declarações da Ciência divina, o reino dos céus dentro de nós, revelando a harmonia inquebrantável e eterna do meu existir, já presente ali mesmo! Essa convicção não era algo pessoal que eu precisava expressar com coragem e valentia. Eu estava sentindo a convicção que o Espírito de tem de sua própria supremacia, sendo evidenciada como o meu existir consciente, por eu ser testemunha do Espírito. Isso foi semelhante ao que diz a Primeira Epístola de João: “Maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo” (4:4). Independentemente do que a visão do mundo estava dizendo, o reino dos céus dentro de nós é supremo. 

Essa oração durou apenas alguns minutos, mas me pareceu mais como um foguete que me elevou instantaneamente às alturas do céu. Naquilo que parecia um nanossegundo, essas verdades espirituais no pensamento impeliram-me para cima da aparente escuridão do senso material de dor e ferimento grave, para a luz do sol e do céu límpido da presença da harmonia celestial! Sem sombra de dúvida, eu nunca havia saído da lei celestial da harmonia de Deus.

Senti a presença amorosa do Cristo, revelando que Deus e eu éramos um no existir, no aqui e no agora. Ali mesmo e naquele exato momento eu estava em união com o Espírito. Deus estava cuidando de mim, mantendo-me exatamente como Ele me fez, perfeita, intacta. Esse amor inabalável do Amor, a realidade da Verdade, a supremacia absoluta do Espírito e o fato de eu poder testemunhar tudo isso ficou super claro! Senti a alegria pura de estar no reino dos céus e sabia que tudo estava bem.

Em seguida fui ao mercado, preparei o jantar, fui a uma reunião na igreja, fiz a contagem dos votos em papel da votação ocorrida durante a reunião, todas essas atividades foram feitas com facilidade e sem dor. Quando meu marido e eu voltamos para casa depois da reunião, contei sobre minha experiência. Ele pegou minha mão e viu que os dedos estavam normais, ilesos, movimentando-se livremente.

A profunda gratidão continuava a dar asas ao meu pensamento. Durante os vários dias que se seguiram, ponderei com admiração as infinitas implicações dessa simples prova do reino celestial e do meu existir espiritual. Essa experiência abriu para mim uma janela do céu, que me proporcionou um claro vislumbre de que todos nós somos verdadeiramente espirituais, expressando nossa vida e nossa substância imortais dadas por Deus — no reino aqui e agora. O governo do reino é a adesão e coesão da Vida, uma força todoabrangente que sustenta e perpetua a integridade e a plenitude do nosso existir para sempre. Há paz, segurança, autoconfiança e cura na contemplação do céu como a consciência sagrada da perfeição divina todoabrangente, aqui e agora.

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