Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus...” (1 João 3:1). O conceito de sermos os filhos amados de Deus é um ponto central para o cristianismo, especialmente para a Ciência Cristã. É um conceito que inclui a cura, ao qual podemos recorrer quando confrontados com desafios de todo tipo. Então perguntamos: o que significa ser filho de Deus?
Primeiro, significa ser completamente cuidado, amado e protegido pelo nosso Pai-Mãe Deus, o Amor onipotente. Significa que cada um de nós tem um relacionamento reconfortante, sanador e restaurador com o nosso Pai divino, a quem Jesus chamava carinhosamente de "meu Pai".
O livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, nos oferece uma explanação clara do Confortador (a Ciência divina), sobre o qual Jesus disse: “...ele vos guiará a toda a verdade...” (João 16:13). Com a publicação desse livro, que mudou o mundo, veio uma compreensão mais clara de que Deus é Mãe, assim como Ele é Pai. Uma passagem nesse livro nos diz, em palavras reconfortantes: "Pai-Mãe é o nome da Deidade, que indica a terna relação que Ele tem com Sua criação espiritual" (p. 332).
Na sequência, nossa origem em Deus, o Espírito, significa que temos de ser e realmente somos inteiramente espirituais, pois o Espírito não cria e jamais poderia criar seu oposto, a matéria. No Glossário do livro-texto da Ciência Cristã, lemos esta definição de Crianças/Filhos: “Os pensamentos e representantes espirituais da Vida, da Verdade e do Amor” (p. 582). É o que todos nós realmente somos, ou seja, totalmente desvinculados do conceito de idade. Somos ideias de Deus, Sua imagem, conforme afirma o primeiro capítulo do Gênesis. Por refletirmos a natureza pura de Deus, somos inocentes, não sujeitos a condições materiais, sensuais ou pecaminosas, as quais não fazem parte da semelhança divina.
Em contrapartida, falando sobre o conceito mortal de homem, Mary Baker Eddy escreve: “A experiência humana, na vida mortal que começa de um óvulo, corresponde àquela de Jó, quando ele diz: ‘O homem, nascido de mulher, vive breve tempo, cheio de inquietação’. Os mortais precisam emergir dessa noção de que a vida material seja tudo-em-tudo. Precisam romper seu casulo mediante a Ciência Cristã e olhar para fora e para cima” (p. 552).
Jesus chamou os seus discípulos de filhos, quando eles haviam voltado a pescar depois da crucificação. Talvez por se sentirem desanimados, e procurando de novo a vida na matéria, não conseguiram pegar nenhum peixe durante toda a noite. Ao amanhecer, ouviram Jesus, chamando-os da praia: "...Filhos, tendes aí alguma coisa de comer? ..." (João 21:5). Estaria Jesus reconhecendo neles a imagem espiritual e pura de Deus, ideia que eles ainda não haviam compreendido, ou seja, nossa preciosa relação com o nosso Pai divino, que eles tinham, assim como todos nós temos? Talvez Cristo Jesus estivesse empenhado em elevá-los a compreenderem a identidade real e espiritual de cada um, como filhos amados de Deus. O eterno Cristo sempre nos conduz a não ter um conceito mortal a nosso próprio respeito, mas sim o conceito espiritual, verdadeiro.
A mensagem de Jesus era que somos tão perfeitos e eternos como o Pai. Somos nascidos do Espírito, e não temos nascimento nem morte materiais. Paralelamente, Paulo diz que devemos revestir o mortal de imortalidade (ver 1 Coríntios 15:53). Mais adiante, ele diz: “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo...” (Romanos 8:16, 17). Isso tem enormes implicações para nós.
Como filhos de Deus, todos nós somos amados e abençoados por igual.
Nossa herança consiste em ideias e qualidades espirituais, outorgadas a todos nós pela Mente única, Deus, que é o próprio Amor, e não cria nem permite competições entre Seus filhos. Os bens espirituais ilimitados, o bem infinito, que nosso Pai-Mãe Deus celestial nos concedeu, são maiores até do que as águas das enormes Cataratas do Niágara, que não podem ser detidas. Esse fato é verdadeiro, quer sejamos refugiados em um país estrangeiro, quer sejamos governantes desse país. “...Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas...” (Atos 10:34). Mary Baker Eddy escreve, fazendo referência a Apocalipse 1:6: “A Bíblia declara que todos os que creem são feitos ‘reis e sacerdotes para Deus’ ” (Ciência e Saúde, p. 141).
Como filhos de Deus, todos nós somos amados de maneira incomparável, e todos somos abençoados por igual. Compreender que esse fato é espiritualmente verdadeiro abre as portas do reino dos céus para todos nós.
Jesus ensinou, na parábola do filho pródigo, que nossa herança infinita do bem está universalmente ao alcance de todos. O filho leal está indignado e com inveja das prodigiosas festas de boas-vindas que o pai preparou para o outro filho que regressara, tendo desperdiçado toda a sua herança. Mas o pai lhe responde: “...Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu” (Lucas 15:31). Aqui está outro aspecto do que significa ser filho de Deus: nossa união com o nosso Pai divino. Não podemos ser separados do nosso Deus, o Amor, da mesma maneira como os raios de sol não podem ser separados do sol. Quer sejamos, para o senso humano, maduros, imaturos, pais, ou filhos, não estamos sozinhos. Pelo contrário, somos a própria expressão do ser de Deus, inseparável da Mente, Deus, como Sua ideia.
Como é que nos damos conta desse bem e como o comprovamos diariamente? Reservando tempo para a oração; ouvindo conscientemente a voz de Deus; vivendo os Dez Mandamentos e as Beatitudes; obedecendo ao mandamento de Jesus: "...que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei" (João 15:12); estudando constantemente a Bíblia e os escritos de Mary Baker Eddy. Tudo isso nos ajuda a compreender e a comprovar todos os benefícios de sermos filhos de Deus.
A infinitude do bem que possuímos como filhos de Deus é algo que podemos comprovar, porque somos Seus filhos e refletimos o domínio de Deus sobre tudo o que é dessemelhante do bem. Jesus prometeu: “...aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai” (João 14:12).
Muitas vezes, quando meus filhos eram pequenos, eu recorria primeiramente a Deus, seu Pai, para obter orientação, quando parecia que se haviam machucado ou que estavam doentes. Eu sempre me lembrava da relação deles com Deus, o Amor, o Espírito, que cuidava deles sem interrupção. Mesmo quando um ferimento ou doença pareciam reais e convincentes, eu sabia que meus filhos estavam sempre protegidos pelo Pai-Mãe Deus, que estava expressando neles o Seu bem infinito. Esse bem não é aleatório. É contínuo, a expressão do Princípio divino imutável.
Afirmar essas verdades, e negar em oração as aparências materiais contrárias, trouxe proteção imediata e completa ao meu filho pequeno quando, ao fechar uma porta, grande parte da sua mão ficou presa na fechadura. Quando a porta foi aberta, cobri sua mão com a minha e orei durante vários minutos. Quando soltei a mão dele, não havia nenhum indício de ferimento. Outra vez, acidentalmente, coloquei em cima de sua mão uma panela com ervilhas fervendo, que eu havia acabado de retirar do fogo. Cobri sua mão com a minha e declarei mentalmente sua imunidade a acidentes, como ideia espiritual sob o cuidado contínuo de Deus. Não ficou nenhum sinal de queimadura.
Minha filha acordou no dia do seu primeiro aniversário com manchas vermelhas por todo o corpo. Mas, com a ajuda em oração de um Praticista da Ciência Cristã, ela ficou completamente livre na manhã seguinte, e isso jamais aconteceu de novo. Essas curas indicam as grandes bênçãos que resultam de identificar corretamente nossos filhos e a nós mesmos como filhos espirituais perfeitos de Deus, do Amor.
Por meio da oração dirigida a Deus, todos podem vivenciar a inocência, a proteção, a saúde, a harmonia e a liberdade, que são inerentes à identidade dos filhos de Deus. “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Romanos 8:16). Todos nós!