Quando eu estava aprendendo danças de salão, tive dificuldade de deixar que meu parceiro me guiasse. Eu tentava acompanhar seus movimentos, mas como não estávamos dançando com um estilo determinado, nem sempre eu sabia para onde iríamos ou qual passo viria a seguir. Em essência, ambos estávamos tentando liderar. Finalmente, meu parceiro disse: “Não fique na ponta dos pés; relaxe; e deixe-me guiá-la”. Depois que deixei de sentir a necessidade de assumir o controle, e realmente confiei em meu parceiro, tudo deu certo! Na verdade, foi muito libertador deixar que ele me conduzisse.
Os conceitos sobre querer controlar em vez de se deixar guiar também se aplicam à oração. Às vezes somos tentados a dar ordens a Deus — a dizer a Ele como gostaríamos que as coisas acontecessem. Mas quando reconhecemos que Deus é a Mente suprema e que Ele vai nos liderar sempre do modo como é o melhor para nós, não duvidamos de que é exatamente isso que Ele fará. Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, o livro-texto da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy lança um desafio aos leitores: “Podemos informar a Mente infinita de algo que já não compreenda?” (p. 2).
A infinita Mente divina, que tudo sabe, é o próprio Deus amoroso que nos conduz apenas para o que é realmente o melhor para nós e para todos. Conforme lemos no Salmo 23: “O Senhor é o meu pastor; … Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso; refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome” (versículos 1–3).
Achando que nós sabemos o que é melhor para nós, e tentando fazer as coisas acontecerem por meio de nossos próprios esforços, tornamos tudo mais difícil e travamos o verdadeiro progresso.
A Bíblia relata a história de Moisés, liderando o povo de Israel para fora do Egito. Moisés não se considerava uma pessoa muito especial, por isso inicialmente questionou como ele poderia fazer o que Deus lhe estava pedindo. Mas Deus prometeu estar com Moisés, e lhe reafirmou Sua autoridade suprema como o único e grandioso Eu Sou (ver Êxodo 3:11–15). Quando Moisés compreendeu a onipresença e onisciência de Deus, pôde confiar na orientação do grandioso Eu Sou, e assim foi bem-sucedido na liderança do povo israelita para fora do cativeiro, apesar de todas as dificuldades que pareciam insuperáveis.
O que teria acontecido se Moisés tivesse decidido seguir suas próprias ideias a respeito de como o povo de Israel deveria sair do Egito? Certamente teria fracassado. Em vez disso, ele obedientemente seguiu a orientação divina, e as experiências dele e dos israelitas, nos quarenta anos de jornada, demonstraram repetidamente que “...para Deus tudo é possível” (Mateus 19:26).
Ciência e Saúde explica: “Assim como os filhos de Israel foram guiados triunfalmente através do Mar Vermelho, o sombrio fluxo e refluxo das marés do medo humano — assim como foram conduzidos através do ermo terreno, caminhando cansados pelo grande deserto das esperanças humanas, antegozando a alegria prometida — da mesma forma, a ideia espiritual guiará todos os desejos corretos na sua passagem dos sentidos para a Alma, de um senso material de existência para o espiritual, elevando-os à glória preparada para aqueles que amam a Deus” (p. 566).
A Ciência Cristã ensina que, conforme lemos na Bíblia, cada um de nós é a imagem de Deus, o Espírito, e cada um é, portanto, inteiramente obediente à Mente divina, que é a Mente verdadeira de todos. Essa Ciência explica também que a Mente sustenta e governa ativamente todos os aspectos da imagem divina, e que os filhos e filhas de Deus, ou seja, Suas ideias , “...obedecem à Mente que as cria” (Ciência e Saúde, p. 295). Portanto, é natural seguirmos a orientação divina, por sermos as obedientes ideias da Mente.
Eu aprendi uma lição sobre me deixar guiar por Deus, quando senti que estava na hora de conhecer alguém e me casar. Tenho de reconhecer que eu estava um pouco impaciente. Notei que estava constantemente tentando criar situações que pudessem me ajudar a conhecer alguém. Depois de vários meses, ainda sem ter encontrado ninguém especial, eu estava ficando frustrada. Comentei o assunto com uma colega de trabalho, e ela me disse que, se eu parasse de procurar, a pessoa apareceria.
Com isso, dei-me conta de que eu estava tentando mandar em Deus. Disse à colega que eu iria parar, e tive a certeza de que podia confiar em Deus para me guiar.
Depois de duas semanas, um rapaz foi designado para o nosso departamento, e era atribuição minha proceder ao treinamento dele. E por eu estar nessa altura espiritualmente receptiva e confiante em Deus, pude perceber as ótimas qualidades dele. Deus o havia colocado bem na minha frente, literalmente! Ele era exatamente a melhor pessoa para mim, e há mais de trinta anos nosso casamento tem sido cheio de alegria e crescimento espiritual.
Não somente o relacionamento foi enriquecedor para ambos, mas representou também uma mudança de vida para ele, que buscava um conceito melhor a respeito de Deus, e conseguiu encontrar na Ciência Cristã aquilo que buscava.
Minhas ideias iniciais quanto a um futuro marido haviam sido tão limitadas — e egocêntricas! Pensava no que um marido poderia me oferecer, não no que eu poderia oferecer a ele. Ao longo do nosso tempo de namoro, percebi que Deus tinha para nós planos mais elevados do que nós dois poderíamos sequer ter imaginado, e compreendi que eu poderia confiar completamente em Deus para nos guiar.
Desde aqueles momentos iniciais, meu marido e eu adotamos o hábito de prestar atenção à orientação vinda de Deus, todas as vezes em que nossa família necessita tomar uma decisão.
É muito reconfortante e libertador saber que o grandioso Eu Sou está nos guiando em todos os aspectos de nossa experiência. Ele é o “parceiro” que nos guia na dança da vida.
