Quando lhe perguntaram sobre o que era mais importante para herdar a vida eterna, Cristo Jesus respondeu com uma pergunta ao seu interlocutor, sobre o que estava escrito na lei. O homem respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lucas 10:27). Jesus aprovou a resposta, confirmando que o propósito primordial da vida é amar a Deus, e a todos os Seus filhos.
Ao longo de todo o seu ministério, Jesus levou adiante essa mensagem, e isso indica o quanto e o quão profundamente ele deve ter amado a Deus. Sua constante e transbordante adoração a Deus, a quem a Bíblia chama de Amor, proporcionou-lhe os meios para curar os doentes e pecadores, alimentar multidões, e até mesmo para vencer a morte.
Existem inúmeras maneiras de amar a Deus. No relato acima mencionado, Jesus aprovou quatro: amar a Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento. Essa importante instrução foi seguida pelo encorajamento de amar os outros com o mesmo grau de amor que temos por nós mesmos.
Amar a Deus de todo o nosso coração é incrivelmente fortalecedor. Significa dedicar todo o nosso existir, tanto para compreender como para servir a Deus. Significa renunciar aos nossos desejos pessoais, os quais são muito caros ao nosso próprio coração, em prol apenas do propósito de Deus. Assim o poder do Amor divino vem a apoiar nossos pensamentos e nossas ações e melhor nos capacitar para fazer o bem.
Por exemplo, Mary Baker Eddy, que fundou o movimento mundial da Ciência Cristã, vivenciou isso em primeira mão e disse: “O pouco que consegui fazer foi por meio do amor — esquecendo-me de mim mesma, com paciência e inabalável ternura” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Outros Textos], p. 247).
Dar tudo de si ao Amor divino abre a porta pela qual Deus pode, conforme a Bíblia explica, “[efetuar] em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Filipenses 2:13).
A “vontade” de Deus, a qual é boa — aquilo que Lhe agrada — é o amor vivido, sentido, expressado. Demonstramos nosso objetivo de viver para brilhar com a luz do Amor por meio de nosso comportamento. Amar a Deus de todo o nosso coração pode significar que, mesmo quando desempenhamos uma simples tarefa, expressamos amor profundo e intencional até o final dessa tarefa. Um efeito secundário desse comportamento é que nos sentimos abençoados muito além do que havíamos pedido.
Amar a Deus de toda a nossa alma significa ter fome da espiritualidade e da beleza do conhecimento divino, o que proporciona muitos tesouros, incluindo uma satisfação verdadeiramente duradoura. Jesus ensinou: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos” (Mateus 5:6). A satisfação material é de curta duração e transitória.
Como aluna de Jesus, Mary Baker Eddy aderiu a todos os conselhos do Mestre. Ela faz uma pergunta em seu livro sobre o Cristianismo científico, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Amas ‘o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento’? Esse mandamento encerra muito, até mesmo a renúncia a toda sensação, afeto e adoração meramente materiais” (p. 9).
Deixe que aquilo que você ama e sobre o qual você pensa, seja o Espírito, Deus.
Toda sensação, afeto e adoração meramente materiais são as falsificações da substância espiritual duradoura que o Amor divino proporciona constantemente a todos. A Ciência Cristã revela que só o Espírito é a verdadeira substância, e amar a Deus de toda a nossa alma é confiar totalmente em Deus, o Espírito, na busca por satisfação. Quando temos fome e sede, não de materialidade, mas de justiça e de bondade pura e isenta de ego, nossos desejos são abundantemente satisfeitos.
Também, em nosso amor a Deus, nós não investimos apenas um mero esforço medíocre. Não, mas com todas as nossas forças devemos amar com sinceridade e fazer com que esse amor fique evidente, seja quando estamos sozinhos ou em meio a uma multidão e, dessa forma, somos enriquecidos e nos sentimos realizados. Se amarmos apenas de vez em quando, ou apenas por obrigação, pouco realizamos. Em vez disso, a Bíblia nos diz: “…fazei tudo para a glória de Deus” (1 Coríntios 10:31), de forma constante e voluntária. A cada dia, podemos amar, com todas as nossas forças, e fazê-lo com satisfação!
Amar a Deus de todo o nosso entendimento implica escolher a perspectiva e a vontade de Deus, em vez da nossa própria. Assim se nos abrem oportunidades de progresso e crescimento, que estão sempre presentes. O exemplo de Jesus nos mostra que é realmente uma escolha simples. Progredimos espiritualmente até o ponto em que obedecemos apenas à vontade amorosa de Deus, o que significa que devemos nos manter disciplinados a respeito da direção dos nossos pensamentos, não nos deixando desviar para coisas que Deus nunca fez, tais como a vanglória pessoal, a vingança, ou a timidez. Por que passar o tempo especulando sobre o que poderia ser, quando existe apenas uma única Verdade, uma única realidade, ou seja, o Amor divino e sua perfeita manifestação ou criação, conforme descrita no primeiro capítulo do Gênesis? Em vez disso, podemos aperfeiçoar a nossa expressão do amor de Deus, passo a passo, mantendo a verdade de Deus em nosso coração. Mesmo nos menores detalhes da vida, em cada pensamento, em cada ação, podemos ser uma transparência para o Amor divino que é Deus.
É amar sempre a Deus de todo o coração, alma, força e entendimento o que nos identifica como um seguidor de Jesus. Ele também disse: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (João 13:35). Será que realmente temos amor suficiente dentro de nós para amar a todos? Nós não o teríamos se fosse alguma espécie de amor pessoal, ou seja, um amor originado humanamente com o qual devemos amar os outros. Em vez disso, nos valemos inteiramente do amor incessante e sem limites de Deus!
Você pode testar o imenso amor de Deus a fim de aprender mais sobre ele. Tente este teste: da próxima vez que estiver orando, imagine Deus amando alguém que parece ser um inimigo seu. O amor de Deus é absolutamente infinito, portanto, há amor suficiente para lavar e limpar todas as impressões de que o mal, o ódio ou o egoísmo façam parte de qualquer pessoa. Contemple calmamente o amor de Deus que repousa sobre cada um e sobre todos, incluindo aquele suposto inimigo, que é, em realidade, uma criação espiritual de Deus. Não permita que a inspiração se dilua; deixe que o Amor divino lhe dê o poder de permanecer mental e claramente ciente a respeito do que é espiritualmente verdadeiro.
Ao refletir uma vez mais sobre a resposta àquela pergunta vital feita a Jesus — O que é mais importante de se fazer para herdar a vida eterna? — como podemos medir com precisão o grau de crescimento do nosso amor a Deus, o qual vivifica? Ciência e Saúde nos diz: “Se o Amor divino está se tornando mais próximo, mais querido e mais real para nós, então a matéria está se submetendo ao Espírito” (p. 239).
Agora, com mais frequência, deixe que aquilo que você ama e sobre o qual você pensa, seja o Espírito, Deus. Você pode orar para tornar-se consciente de como, em realidade, cada indivíduo é sempre o filho do Amor divino e, por reflexão, ele está cheio de tudo o que é amoroso e bom. O grande amor de Deus está constantemente ativo em cada um de nós, governando tudo o que sentimos, conhecemos e vivenciamos.
Todas as palavras que jamais foram escritas ou faladas sobre o Amor divino são necessárias e belas, contudo a substância delas não é vivenciada até que o amor de Deus seja profundamente sentido e expressado. Conhecer o amor de Deus, e também vivê-lo, nos traz felicidade e fazer isso nos revela muito mais da natureza eterna da própria Vida.
“Guardai-vos no amor de Deus”, a Bíblia diz (Judas 1:21). Seja ativo na maneira pela qual você demonstra o amor de Deus. À medida que se dispuser a assim fazer, você saberá que sua vida está no caminho certo, porque, como Jesus afirmou: amar a Deus de todo o nosso coração, alma, força e entendimento é o propósito primordial de todos nós.
