“Eu irei curá-lo.” Essas palavras, ditas por Cristo Jesus a um comandante romano que o havia procurado, pedindo-lhe que curasse seu criado doente, foram mais do que uma simples resposta a um apelo desesperado. Fizeram com que a ação imediata e a garantia da lei divina da harmonia — o Cristo sanador — ficassem para sempre registradas na memória de todos. O Cristo, a verdadeira ideia de Deus e de cada um de nós, veio e sempre virá em nosso auxílio em todos os momentos de necessidade, por mais desesperadora ou desanimadora que seja a situação.
Depois da humilde confissão de fé do centurião, Jesus lhe disse: “…Vai-te, e seja feito conforme a tua fé…”. E naquele momento, o servo ficou completamente curado (ver Mateus 8:5–13). Como poderia o centurião não acreditar, havendo recebido, do maior sanador de todos os tempos, a garantia de que seu servo se recuperaria completamente?
Já me peguei diversas vezes, ao enfrentar um desafio, pensando em como seria ideal se eu pudesse falar pessoalmente com o Mestre e ouvir dele essa mesma garantia. Fiquei imaginando como isso aumentaria a minha fé. Então, ao ler esse relato mais uma vez, parei para refletir, pois uma mensagem angelical me fez compreendê-lo melhor. Essas palavras não foram usadas por Jesus como aplicáveis a apenas uma ocasião. São as palavras que o Cristo está sempre dizendo a cada um de nós, dando-nos a garantia de que a cura não só é possível, como também é inevitável.
Cristo Jesus disse: “…As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras” (João 14:10). O Cristo está para sempre dizendo à consciência de cada um de nós: “Eu irei curá-lo”. É o que o Cristo eternamente promete, dando-nos a confiança de que podemos esperar e ver a cura em todos os momentos de necessidade.
Logo em seguida, veio outra constatação. Presume-se que esse tenha sido provavelmente o primeiro encontro do centurião com Jesus, e que o centurião nunca tivera o benefício de ser ensinado pelo Mestre. Sua compreensão a respeito do método de cura de Jesus era, sem dúvida alguma, mínima, quando comparada à dos discípulos. No entanto, a firme declaração do Cristo em sua consciência, somada ao admirável histórico de cura de Jesus, não deixou nenhuma dúvida na mente do centurião, de que essas palavras tinham autoridade e poder. E na medida em que ele acreditou, assim lhe foi demonstrado.
Essa constatação me levou a ponderar e a comparar o que vivenciamos hoje com o que era vivenciado naquela época. O Consolador, o Confortador, que Jesus profetizou que viria em seu nome — e “[nos ensinaria] todas as coisas e [nos faria] lembrar de tudo o que ele [lhes havia] dito” (João 14:26) — já veio! A Ciência divina, o Confortador, foi dada a você e a mim, e a toda a humanidade, como a irrefutável explicação de como Jesus curava, capacitando-nos, assim, a cumprir o que foi prometido: “Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (João 14:14).
Pensemos na grande vantagem que temos sobre o humilde centurião, que tinha apenas sua fé (e pouco entendimento a respeito dos ensinamentos de Jesus). Nós temos, na Ciência Cristã, o próprio Confortador. Se alguma vez pensarmos que estamos em desvantagem, devemos nos lembrar da revelação que recebemos por meio do pastor da Ciência Cristã, a Bíblia e Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy.
Orei não para mudar o problema físico, mas pela paz de espírito que obtemos por saber que o Cristo já está conosco.
Às vezes, quando as curas não ocorrem rapidamente, ficamos tentados a questionar: “Se é chegado o Cristo, por que não estou curado?” Mas, visto que a cura espiritual está fundamentada na lei divina, o questionamento sugere que estamos buscando a comprovação no lugar errado. Nosso corpo — bem como nossos negócios, família, relacionamentos e assim por diante — são a objetificação do nosso pensamento. Da mesma forma que um projetor projeta uma imagem em uma tela, nossos pensamentos são projetados em nosso corpo e em nossa experiência. A imagem na tela não muda, a menos que a imagem no projetor mude. Por isso, a evidência física é incapaz de nos informar a respeito da nossa verdadeira saúde, mas somente reflete aquilo que estamos pensando.
A cura tem de acontecer no pensamento, antes de ser refletida no corpo — e é por isso que o Cristo vem a nós. O Cristo liberta nosso pensamento das crenças escravizantes do pecado, da enfermidade, da doença e da morte. À medida que as algemas mentais são retiradas, nosso corpo também é libertado. Essa renúncia às falsas crenças, em favor de obtermos a compreensão de nossa perfeição espiritual como filhos abençoados de Deus, é uma evidência do Cristo e do reino dos céus que está dentro de nós. Quando o Cristo está presente, a discórdia se dissolve e a harmonia divina passa a reinar.
O Cristo, a verdadeira ideia de Deus, está sempre dizendo à consciência de cada um de nós: “Eu irei curá-lo”.
Em certos momentos de minha vida, busquei a Deus e senti de maneira tangível a garantia do Cristo: “Eu irei curá-lo”. Anos atrás, fiz um esforço excessivo em uma atividade física extenuante e sofri uma distensão de tendões, nas duas pernas. A dor foi tão forte que caí no chão e não conseguia movimentar as pernas. Com o auxílio de minha esposa, consegui ir para a casa onde estávamos hospedados e, em um apelo desesperado, busquei ajuda em Deus.
Tenho de admitir que foi difícil não ficar focado na dor. Era quase impossível ter algum pensamento inspirador. Eu não conseguia encontrar uma posição confortável. Todavia, recordar todos esses anos em que testemunhei a cura por meio da oração, não apenas para mim mesmo, como também para os outros, foi a mensagem que me disse “Eu irei curá-lo”, a qual me trouxe esperança em meio à escuridão. Tive a certeza de que ficaria completamente curado, apesar da gravidade da situação.
Passei a noite lutando contra o forte desconforto e o medo de não conseguir aguentar a ida ao aeroporto e depois o longo voo de volta para casa no dia seguinte. Mas com o apoio da oração, por parte de minha família, pude realizar a viagem de volta. Ainda não conseguia caminhar sem apoio, nem esticar as pernas.
Não pensei em nenhuma outra forma de tratamento além da oração, apesar de o mundo dos esportes afirmar que pode levar meses para a recuperação desse tipo de lesão. Inverti toda sugestão mental agressiva que vinha ao meu pensamento. Firmei-me no fato da minha perfeição inata como a perfeita imagem e semelhança de Deus, insistindo a todo o momento em que o Cristo, a quem Ciência e Saúde descreve como: “…a ideia verdadeira que proclama o bem, a mensagem divina de Deus aos homens, a qual fala à consciência humana” (p. 332), estava ali presente para me curar.
À medida que aumentava a confiança na perfeição que Deus me deu, as evidências físicas diminuíam na mesma proporção. Assim como o centurião, acreditei. E devido ao estudo da Ciência Cristã, eu também sabia que não estava curando um problema físico. Eu estava libertando minha consciência da crença de que pudesse haver um problema físico que precisasse ser curado, ou que pudesse me definir como inferior à expressão perfeita da criação de Deus. Essa compreensão, mesmo parecendo mínima na época, foi o suficiente para que eu tivesse domínio sobre pensamentos de desânimo — uma comprovação maior de que o Cristo viera e estava em ação em meu pensamento.
Eu era gerente de uma empresa relativamente grande naquela época. No dia seguinte, consegui cumprir minhas responsabilidades sem precisar sair muito da minha mesa e de maneira que ninguém notasse algo estranho. Eu não queria dar margem a especulações inúteis que pudessem diminuir a minha confiança no progresso que eu estava fazendo.
Ao fim daquela tarde, tive de comparecer a um importante evento de negócios. No elevador, indo ao local, orei com toda a sinceridade — não para mudar o problema físico, mas pela paz de espírito que obtemos por saber que o Cristo não apenas está vindo, como já está conosco, onde quer que estejamos.
E o Cristo estava ali. Saí do elevador sentindo-me mais livre, de uma maneira que ainda não havia sentido naquele dia. Durante todo o evento, pude cumprir todas as minhas obrigações. Depois, quando fui embora, caminhei três quadras até a Igreja de Cristo, Cientista, que frequento, onde eu tinha de conduzir a Reunião de Testemunhos de quartas-feiras à noite, como Primeiro Leitor. Subi os degraus do púlpito, os primeiros que eu subia desde o acidente, e conduzi o culto sem sentir nenhuma dor. Dois dias depois a cura estava completa. A partir daí não houve mais nenhum desconforto nem restrição de movimentos.
Em 1906, um titular de cargo oficial dA Igreja Mãe disse na Assembleia Anual: “O Cristo está aqui, chegou à consciência de cada um; e o fiel discípulo se alegra com o cumprimento da profecia: ‘E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século’ ” (Mary Baker Eddy, The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Outros Textos], p. 44). A voz atemporal do Cristo nos fala hoje por meio de toda palavra do pastor da Ciência Cristã. É uma tábua de salvação em momentos de necessidade. A ação imediata, a garantia e a expectativa de cura, estão ao nosso alcance agora, assim como haviam estado para o centurião. A promessa do Cristo é para todos os tempos: “Eu irei curá-lo”. E que maravilha o que nos prometeu!
