A Ciência Cristã, a Ciência do Cristo, o Consolador, o Confortador prometido por Cristo Jesus, nos ensina muitas coisas maravilhosas. Por exemplo, como proteger o pensamento contra qualquer coisa que se oponha ao Cristo, a Verdade; e mostra também como podemos identificar a nós mesmos e aos outros como ideias espirituais de Deus — ternamente supridos, queridos, protegidos, cuidados e amados por nosso divino Pai-Mãe.
Com a Ciência Cristã também aprendemos a amar nosso próximo como a nós mesmos, e a incluir toda a humanidade no mesmo afeto. Também compreendemos que temos de orar por nossos entes queridos, nossa família e nossa comunidade. Eu mesma gosto de incluir em minhas orações as crianças de nosso bairro, comumente chamadas de "crianças de rua”, e que não vivem mais com suas famílias.
Certo dia, tive a oportunidade de testemunhar as bênçãos advindas de tal oração, quando eu estava em um ponto de ônibus na cidade. Um grupo de crianças de rua me cercou e me pediu dinheiro. Enquanto eu explicava a eles que não tinha nada comigo, um que estava à minha esquerda enfiou a mão dentro da minha bolsa para pegar o que pudesse encontrar.
A caminho da cidade, eu estivera pensando na parte da definição espiritual de crianças, filhos, a qual lemos em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, livro escrito por Mary Baker Eddy: "Os pensamentos e representantes espirituais da Vida, da Verdade e do Amor” (p. 582).
Essa definição me havia inspirado muito, pois proclama a verdadeira natureza de cada criança como representante completo de Deus — inteiramente espiritual, criado para expressar qualidades como inocência, bondade, amor, obediência, cortesia etc. E nosso Mestre, Cristo Jesus, amava as crianças em virtude de serem elas naturalmente receptivas ao bem e à verdadeira natureza da relação que elas têm com seu Pai-Mãe, Deus.
Essa inspiração me ajudou a manter a calma naquela situação. Não tive medo de perder nada, pois permaneci consciente de que Deus estava no controle, e Deus é a Mente única, divina, que possui todo o bem e é inteiramente bom. Em Deus não há perda.
Também reconheci a natureza pura, livre e inocente daquelas crianças. Tive plena certeza de que todos éramos filhos bem-amados de Deus, supridos por Deus e completos, não nos faltando nada. Somos os filhos perfeitos de Deus, e cada um de nós tem direito a um lugar no reino de Deus, recebendo todo o bem que provém da única fonte dos recursos infinitos, a qual é Deus.
Ponderei essas verdades e fiquei convicta de que essa oração teria efeito. Então, uma das crianças comentou que estava errado seu amigo enfiar a mão na minha bolsa. Quando tornei meu olhar para o menino que estava fazendo isso, ele rapidamente retirou a mão, sem pegar nada; depois verifiquei o conteúdo dentro da minha bolsa e vi que estava intacto.
O Amor divino é mais poderoso do que as más ações, e tem poder suficiente para derrotar as eventuais influências malignas. Todos são capazes de constatar e reconhecer cada vez mais, a cada dia, a eficácia da Ciência Cristã para destruir tudo o que não seja amoroso. O amor de Deus, que cura, é poderoso o suficiente para alcançar até mesmo os problemas que parecem mais enraizados, como a pobreza e as dificuldades dos sem-teto; e quando reconhecemos essa verdade, podemos inspirar nossas orações em prol de nossa comunidade, e mais além de nossa comunidade.
Serei sempre infinitamente grata pelos ensinamentos da Ciência Cristã, os quais considero como a "pérola de grande valor” (Mateus 13:46).
Marie Tshiota Lupongo
