Nos últimos anos, eu havia me tornado uma espécie de caçadora de notícias. Passava muito mais tempo assistindo aos noticiários da TV, e os alertas de notícias pingavam sem parar no meu celular, como que exigindo: “Pare tudo e leia-me agora mesmo!” Eu temia que, se perdesse alguma notícia, ou se não estivesse totalmente informada o tempo todo, estaria de alguma forma mais vulnerável ao perigo e ao mal. Tudo isso parecia quase um vício, portanto, comecei a me perguntar: “O que está por trás dessa necessidade compulsiva de assistir às notícias?”
Compreendi que é bastante comum pensar que saber mais sobre os problemas do mundo seja uma forma de autoproteção; que, quanto mais soubermos a respeito de um problema, menos provável será cair em sua armadilha. Mas isso é realmente verdade? Será que teremos mais controle sobre uma situação, se soubermos tudo sobre potenciais perigos? Muitos já constataram que isso não é verdade e que a avidez por um fluxo constante de informações só nos leva a mais medo e confusão.
Devido a isso, algumas pessoas decidiram simplesmente desligar a Internet, cancelar as assinaturas de jornais e trocar canais de notícias por programas que prometem histórias alegres com final feliz. Descobri, porém, que essa “abençoada” ignorância também não é uma solução. Ignorar os acontecimentos, ou ficar obcecado por eles, são duas faces da mesma moeda. Essa “moeda” é a crença equivocada de que temos uma mente própria, que se sente mais segura avaliando os acontecimentos materiais, em um mundo material, ou fica mais feliz ignorando o mundo completamente.
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