A Bíblia traz exemplos brilhantes de força e vitalidade permanentes que expressam a imortalidade do nosso Criador, o Espírito divino. Esses exemplos demonstram a falácia de que supostamente o envelhecimento seja inevitável, assim como sofrer alguma deterioração ou ver diminuídos nossos talentos e capacidades dados por Deus. Calebe, “que perseverara em seguir o Senhor”, declarou aos oitenta e cinco anos que se sentia tão forte e cheio de vida quanto se sentira 45 anos antes, quando Moisés o enviara “para espiar a terra” de Canaã (ver Josué 14:6–11). A missão extremamente desafiadora de Moisés, de levar os filhos de Israel à Terra Prometida — uma jornada que os manteve vagando pelo deserto por quarenta anos — começou quando ele mesmo já tinha oitenta anos. E várias mulheres mencionadas na Bíblia — como Sara, Ana e Isabel, por exemplo — deram à luz com idade muito além da considerada normal para se ter filhos.
Será que hoje em dia ainda é possível estarmos livres dos efeitos habitualmente associados à idade? Sim, quando reconhecemos a saúde, a vitalidade e o vigor espirituais da criação imortal de Deus — Sua imagem e semelhança totalmente espiritual (ver Gênesis 1:26, 27).
Este é o conceito radical, a ideia principal, que mostra a diferença entre a teologia demonstrável da Ciência Cristã e qualquer outro sistema de pensamento: Deus, que é perfeito, o Espírito divino e imortal, criou o homem — a todos nós — perfeitos e imortais, à Sua imagem e semelhança; portanto, o homem é inteiramente espiritual, não é material e não é uma mistura de matéria e Espírito. Estarmos conscientes desse fato nos liberta das limitações e traz o desdobramento das infinitas possibilidades de demonstrar a Vida, Deus, o bem.
Na realidade, toda criança, mulher e homem tem uma identidade espiritual imortal. Essa verdadeira individualidade, que é totalmente separada da matéria, não tem idade, não é medida pelo tempo e não se cansa. As ideias espirituais de Deus não são governadas por calendários ou relógios, eventos ou prazos, e sim pela lei divina do bem ilimitado e em eterno desdobramento. Cada um de nós pode começar agora a identificar-se corretamente como ideia imortal de Deus — repleto de força, sabedoria e vigor em todas as idades.
Compreender e aceitar esse ponto metafísico fundamental traz cura para qualquer problema. Faz novas todas as coisas. Embora a compreensão espiritual do existir não seja sustentada pelos sentidos materiais, é totalmente sustentada pelo Espírito infinito e todo-poderoso, Deus, e é discernida por nosso senso espiritual. Nossa intuição espiritual inata, que nos é dada por Deus, ajuda-nos a separar, das crenças materiais e fictícias, que acabam sempre produzindo a desarmonia, os fatos espirituais do existir, que manifestam a harmonia e a imortalidade,
Há vários anos, eu estava sofrendo de uma dor crônica no ombro, relacionada à idade. Certa manhã, depois de ler a Lição Bíblica semanal do Livrete Trimestral da Ciência Cristã, dei-me conta de que não era necessário eu continuar sofrendo com essa dor. Tenho certeza de que foram as verdades espirituais da Lição Bíblica, que eu havia acabado de estudar, que deram fim à minha apatia, e me despertaram. Esse foi o efeito do Cristo, “a ideia verdadeira que proclama o bem, a mensagem divina de Deus aos homens, a qual fala à consciência humana” (Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 332).
O senso de que Deus me conhece, me ama e sustenta com ternura meus passos em direção ao Espírito, fez parte dessa busca pela cura — o esforço para melhor compreender a Deus e minha presente imortalidade como Sua imagem ou reflexo.
As ideias espirituais de Deus são governadas pela lei divina do bem ilimitado em eterno desdobramento.
O ponto de partida da minha oração foi identificar corretamente a existência espiritual como a realidade presente do existir, a única realidade, apesar de os sentidos físicos darem testemunho em contrário. Afirmei que Deus é o Espírito divino, é a Vida eterna, a causa única e o único Criador do universo, universo esse que é inteiramente espiritual, não é material. Isso quer dizer que em Deus o tempo não existe, Ele jamais se cansa e tem de ser manifestado em Sua criação espiritual, que inclui a mim. O Espírito, o bem imortal, não teria criado nem criaria nada que fosse capaz de envelhecer ou entrar em declínio, nem que pudesse estar sujeito à erosão, perda ou falha. As belas e puras ideias espirituais do Espírito permanecem frescas como uma manhã de primavera, incansavelmente cheias de vida, para sempre novas e imutáveis. A Bíblia nos assegura que Deus faz novas todas as coisas (ver Apocalipse 21:5).
À medida que eu orava, ia percebendo que uma dor no ombro não é realmente um problema físico. Visto através da lente da Ciência Cristã, esse problema, baseado na crença errônea de que haja inteligência na matéria, é posto a descoberto como mera falsa sugestão, que existe só na mente mortal. E a mente mortal é a crença de que exista uma mente separada de Deus — quando o fato é que Deus é a Mente infinita. Quando a mente mortal invade nosso pensamento com sugestões como: “Algo está doendo, pois estou ficando velho” e: “Estou sofrendo de dores”, podemos imediatamente anular essas mentiras, declarando os fatos científicos: “Sou a ideia espiritual imortal e eterna de Deus, portanto não posso sentir dor” e “estou livre da dor neste mesmo instante”.
Continuando em minha oração, segui estas instruções do livro-texto da Ciência Cristã: “Mantém claramente no pensamento o fato de que o homem é filho de Deus, não do homem; que o homem é espiritual, não material; que a Alma é o Espírito, fora, nunca dentro, da matéria, e nunca dá vida e sensação ao corpo. O sonho da doença acaba quando se compreende que a doença é formada pela mente humana, não pela matéria, nem pela Mente divina” (Ciência e Saúde, p. 396).
Mesmo antes de a cura se tornar evidente, regozijei-me por ter a certeza da minha imortalidade presente como filha abençoada e amada de Deus, o reflexo eterno do infinito — sem ter nem mesmo um minuto de idade, mas eternamente nova e ativa, jovial e cheia de vida, como reflexo imortal de Deus, perpetuamente mantida por Ele, no ponto da maturidade espiritual e completude. Essa imortalidade não é carne e osso, mas qualidades espirituais, que jamais se cansam, são livres do tempo, e constituem o verdadeiro existir — que inclui flexibilidade, resiliência e movimento elegante, sem esforço.
Mantendo-me em oração, não me deixei levar pela apatia nem pelo desânimo devido à dor. A Sra. Eddy escreve: “Elevando o pensamento acima do erro, ou da doença, e argumentando com persistência a favor da verdade, destróis o erro” (Ciência e Saúde, p. 400). Decidi que cada vez que meu ombro doesse, eu rejeitaria a frustração, substituindo-a pela exigência feita pelo Cristo, a Verdade, de que haja ação espiritualmente mental — a forte afirmação da minha saúde presente e permanente como a sempre fresca, sempre nova, sempre renovada reflexão espiritual de Deus, cheia de vida.
Precisei ser persistente. Mas em poucos dias a dor no ombro desapareceu, para nunca mais voltar. Meu coração encheu-se de alegria e gratidão quando percebi que eu estava livre!
Depois, no início de 2020, comecei a ter dificuldade para caminhar devido a uma dor no quadril. Ao orar com ideias similares, em poucos dias recuperei totalmente os movimentos e não senti mais dor. A energia divina fez até mesmo com que meu andar ficasse mais ágil!
As dores relacionadas à idade — aliás, qualquer tipo de desconforto — podem ser curadas por meio da oração na Ciência Cristã. Reconhecer que toda desarmonia é uma ilusão, completamente irreal, que nunca fez nem fará parte do nosso verdadeiro existir, acalma o medo e vence o erro — as crenças falsas. Como a doença é uma crença errônea, pode ser tratada na consciência, com êxito, e ser permanentemente curada.
O terno amor de Deus está para sempre ao nosso alcance para atender às nossas orações em busca de alívio. A mensagem divina da cura por meio do Cristo, a Verdade, desperta-nos da apatia e do desânimo, encoraja-nos a procurar a cura por meio de uma compreensão melhor de Deus e de nossa união com Ele, e liberta-nos do sofrimento desnecessário. Agora é o momento perfeito para compreender, declarar e demonstrar que, como ideia imortal de Deus, o homem é livre do tempo, e jamais se cansa.