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Original para a Internet

COLUNA

Deixemos brilhar nosso Cristianismo

Da edição de julho de 2022 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 18 de abril de 2022.


“Será dever do Comitê de Publicação corrigir, de maneira cristã, conceitos impostos ao público a respeito da Ciência Cristã, injustiças cometidas contra a Sra. Eddy, ou contra membros desta Igreja pela imprensa cotidiana, por periódicos ou por qualquer espécie de publicação” (Mary Baker Eddy, Manual da Igreja, Capítulo XXXIII, Art. 2º).

O Cristianismo da Ciência Cristã torna-se com frequência intensamente real para aqueles que o vivenciam ou testemunham de perto o poder de cura do Cristo, por meio do estudo e da prática de seus ensinamentos. A importância da Bíblia na vida dos Cientistas Cristãos decorre naturalmente de seu humilde reconhecimento do significado da vida e dos ensinamentos de Cristo Jesus como o Filho de Deus e como o caminho da salvação. Mas, quando o Cristianismo da Ciência Cristã é publicamente depreciado ou negado, os Comitês de Publicação veem uma oportunidade de eliminar do pensamento do público, de maneira cristã, essas imposições que lhe são feitas, dando assim lugar a que algo da verdadeira luz do Cristo seja reconhecido, por aqueles cujo coração está aberto e receptivo.

Um livro recentemente publicado, cujo título é Batizar ou Não Batizar, escrito por uma pastora luterana e autora de vários outros livros e mais de 200 artigos, inclui uma situação que envolve um casal buscando o batismo para seu bebê. A mãe foi criada na Ciência Cristã e, por mais breve que seja o referido caso, inclui várias substanciais imposições feitas ao público, em relação à Ciência Cristã, incluindo a declaração: “Apesar do nome, ‘A Igreja de Cristo, Cientista’ não é uma igreja cristã”. O que segue é uma carta do Escritório do Comitê de Publicação, enviada à autora desse livro, que resultou em uma resposta gentil e ponderada da autora, reconhecendo o valor das bênçãos de Cristo, conforme evidenciado na carta.             

CARTA A UMA AUTORA QUE É PASTORA LUTERANA

Esta é uma resposta a seu livro, escrito de forma atenciosa e ponderada, intitulado “Batizar ou Não Batizar”. Fiquei inspirado pela profundidade e clareza de sua devoção ao testemunho do Cristo. O livro aprofundou meu apreço pelo batismo, tal como é praticado nas igrejas cristãs tradicionais. As seguintes frases estão entre as que me tocaram mais profundamente: “Deus é extremamente generoso em sua graça. Mas Deus não é nem aleatório nem vago em conceder sua graça”. Esse senso de propósito intencional no amor de Deus para cada um de nós é realmente poderoso! Ao mesmo tempo, desejo oferecer uma perspectiva diferente sobre a Ciência Cristã, perspectiva essa que diverge de como ela é retratada no caso mencionado, com relação a uma pessoa que deixou a Igreja de Cristo, Cientista, e se converteu ao luteranismo.

Sempre fui Cientista Cristão, estou vivo e posso escrever esta carta devido à cura espiritual vivenciada por minha avó materna, por meio da ajuda de um praticista da Ciência Cristã. Era um caso de meningite espinhal, que os profissionais médicos haviam considerado incurável. Meus bisavós recorreram à Ciência Cristã como último recurso. Isabel, minha avó, era adolescente quando essa bênção profundamente cristã aconteceu. Depois ela se casou e deu à luz minha mãe e outros quatro filhos saudáveis.

De acordo com um documento publicado recentemente: “A fé professada pelos Cientistas Cristãos está historicamente enraizada na religião Congregacional da Nova Inglaterra. Simplicidade de culto, igualdade na vida congregacional e a profunda ênfase puritana na graça interior, que está acima das formas externas, estão em nosso DNA espiritual” (resposta dada pela Diretoria da Ciência Cristã ao Conselho Mundial de Igrejas, que se encontra na publicação “Churches Respond to” The Church: Towards a Common Vision, Vol. 2, p. 83) [“Respostas das Igrejas” A Igreja: Rumo a uma Visão Comum], Vol. 2, p. 83)]. Os Cientistas Cristãos acreditam, antes de tudo, em um Deus soberano, que é o Amor divino infinito, e no homem (em um senso genérico) como criado à imagem e semelhança de Deus. Compreendemos que Jesus Cristo é o Filho de Deus, que veio à terra para curar e salvar a humanidade. Sua vida, incluindo a cura de doenças e deficiências e a superação da morte por meios puramente espirituais, juntamente com seus ensinamentos, conforme registrados no Novo Testamento, são considerados como nosso guia para a vida e para o desenvolvimento da salvação.

O símbolo impresso em nossa literatura oficial da igreja, uma cruz e uma coroa, indica o fundamento compartilhado por todas as igrejas cristãs — a crucificação, a ressurreição e a ascensão de Jesus Cristo, as quais consideramos como eventos reais e históricos. Ao aceitar o relato bíblico de que o Espírito Santo gerou a gravidez da Virgem Maria, vemos a origem divina de Jesus, e a vida que se seguiu a partir dessa origem, como única em toda a história humana. Um ex-colega escreveu em um artigo na revista Patheos que, de acordo com a fundadora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy: “A resposta que Jesus deu à difícil situação mortal não foi um dogma, mas uma vida. Ela [a Sra. Eddy] considerava a vida de Jesus — especialmente sua ressurreição e suas obras de cura — como um desafio ao cerne do materialismo” que define e limita grande parte da experiência humana.

Os Cientistas Cristãos têm se beneficiado muito dos encontros ecumênicos com cristãos de várias tradições religiosas, ao longo do último meio século. Embora a Ciência Cristã trilhe um caminho específico, focado na espiritualidade, inquestionavelmente diferindo da tradição cristã em algumas questões de doutrina, acredito que haja uma faixa em comum mais ampla de compromisso com os fundamentos cristãos, que ainda está por ser geralmente entendida, incluindo a natureza da fé bíblica, o pecado e a graça, a experiência espiritual do batismo e, especialmente, a missão redentora da igreja no mundo.

Houve um diálogo especialmente significativo e frutífero entre A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e o Reverendo Dr. Michael Kinnamon, que foi Secretário Geral do Conselho Nacional de Igrejas. “Quando eu era secretário-geral do Conselho Nacional de Igrejas, o CNI, convidei a Ciência Cristã para enviar representantes como membros plenamente participantes da Comissão do Conselho, porque estou convencido de que sua comunidade é uma parte valiosa do único corpo de Cristo — uma posição que recentemente foi apoiada por outros, incluindo o Conselho Nacional de Igrejas Reformadas na França”, observou o Rev. Dr. Kinnamon. “Hoje é a quinta vez que me encontro com líderes da Ciência Cristã, não porque eu concorde em todas as coisas com vocês e com a Sra. Eddy, mas porque em vocês vejo a graça de Deus”. As observações completas do Rev. Dr. Kinnamon sobre a Ciência Cristã foram publicadas em Ecumenical Trends [Tendências Ecumênicas] (Vol. 41, No. 10, de novembro de 2012).

O que acho mais importante transmitir aqui é a distância abismal entre a teologia e prática da Ciência Cristã e o maniqueísmo e o gnosticismo. Também não é correto dizer que a Ciência Cristã surgiu “sob a rubrica do Novo Pensamento”, enfatizando “a mente sobre a matéria”. Essas afirmações requerem maiores explicações.

O dualismo do maniqueísmo e do gnosticismo — afirmando que Deus, que criou a realidade espiritual, existe tanto quanto um mal oposto ou divindade menor que criou o universo material — está em completo desacordo com a teologia da Ciência Cristã, que tem uma visão unitária de Deus, o Espírito, como a fonte soberana e singular da realidade una e única, todo-abrangente. As únicas escrituras adotadas pela Ciência Cristã são o Antigo e o Novo Testamento da Bíblia Sagrada. Digo mais, o misticismo e o esoterismo encontrados no maniqueísmo e no gnosticismo não têm correlatos na Ciência Cristã.

Em The Emergence of Christian Science in American Religious Life [O Emergir da Ciência Cristã na Vida Religiosa Americana], Stephen Gottschalk argumenta que “a Ciência Cristã pode ser mais bem compreendida como uma interpretação pragmática da revelação cristã”. Parte da elaboração de Gottschalk sobre esse ponto inclui o seguinte: “Em seu sentido filosófico básico, o pragmatismo é uma atitude que insiste em que a teoria coerente tem de estar relacionada à prática, que o significado de um conceito deve ser encontrado em sua relação com a experiência, e que a verdade de uma ideia deve ser testada pelas consequências reais de se acreditar nela”. Os Cientistas Cristãos levam muito a sério as palavras de Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço...” (João 14:12).

Embora a Ciência Cristã e o Novo Pensamento às vezes tenham sido erroneamente entendidos como amalgamados na mesma coisa, há uma forte base de evidências para delinear esses movimentos, os quais, embora compartilhem pontos parecidos em suas histórias iniciais, são movidos por crenças e práticas tão fundamentalmente divergentes, que se tornam teologicamente irreconciliáveis. Aspectos que estão no âmago da Ciência Cristã, tais como a necessidade essencial de redenção da carne, o depender da revelação divina, o conceito de regeneração por meio de Jesus Cristo, a distinção fundamental entre Deus e o homem, e o estar focada na revelação bíblica — especificamente a vida e os ensinamentos de Jesus — estão longe do núcleo daquilo que é o Novo Pensamento. Quando examinadas em profundidade, nenhuma dessas distinções teológicas é sutil, mesmo que as semelhanças superficiais na linguagem e na proximidade histórica sugiram o contrário.

A Ciência Cristã não era “a religião esotérica, teosoficamente adjacente, e que os adeptos emergentes do Novo Pensamento desejavam encontrar e passaram a construir independentemente; nem era um tipo de Cristianismo já existente”, observa Amy B. Voorhees em seu livro de 2021, A New Christian Identity: Christian Science Origins and Experience in American Culture [Uma Nova Identidade Cristã: Origens e Experiências da Ciência Cristã na Cultura Americana], (The University of North Carolina Press). “A cada passo, os textos e a vida dos adeptos da Ciência Cristã refutavam tais descrições” (p. 231).

A Ciência Cristã é muito frequentemente estereotipada como se aceitasse o conceito de “a mente sobre a matéria”, ou como uma abordagem de pensamento positivo com relação à cura. Essa caracterização perde totalmente de vista a verdadeira natureza de uma prática espiritual fundamentada na Bíblia, que tem tudo a ver com o esforço de seguir fielmente a descrição que Jesus dá de discipulado, registrada em Marcos: “Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem: ... se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados” (Marcos 16:17, 18). Essa abordagem requer ir além da vontade humana ou do mero otimismo para receber algo da surpreendente luz e poder do Cristo. Receber essa luz espiritual — que transforma o coração e cura o corpo humano — requer uma consagração mais profunda do que a superficialidade do pensamento positivo jamais poderia compreender. Isso não quer dizer que todos os Cientistas Cristãos tenham constantemente alcançado esse padrão, mas lapsos que ocorrem como exceções não podem substituir a autenticidade espiritual de um incontável número de experiências de vida.

Se você me perdoar por eu me prolongar um pouco mais, quero também oferecer algumas palavras sobre o significado e a prática do batismo na Ciência Cristã. Gostei muito de ler sobre sua própria experiência, e compreensão cada vez mais profunda a respeito do batismo, em seu artigo “Still Life with Baptism” [Natureza Morta e Batismo], e apreciei as citações significativas de Martinho Lutero, entrelaçadas no conteúdo do artigo. Uma delas encontrou eco em minha experiência de batismo como Cientista Cristão: “Assim, uma vida cristã nada mais é do que um batismo diário, que inicia uma vez e continua para sempre”. Compreendo que as palavras “inicia uma vez” se referem a um ato físico envolvendo água, mas certamente o batismo contínuo e diário ocorre no santuário privado do coração.

Os Cientistas Cristãos procuram viver em conformidade com as palavras de Jesus, conforme registradas no Evangelho de João: “Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores” (4:23). Para nós, o batismo não é um evento que acontece uma única vez, envolvendo água, mas uma purificação do coração e da consciência — uma purificação do pecado e da complacência espiritual, a fim de entrarmos em comunhão com Deus e sentirmos mais profundamente a influência santificadora e transformadora da santidade e da graça de Deus. Esse profundo encontro interior com Cristo por meio de sua Palavra é algo que nos esforçamos para vivenciar como um elemento central e contínuo da vida cristã.

Nas palavras de um dos meus autores Cristãos favoritos, Dietrich Bonhoeffer: “Toda manhã Deus nos dá o dom de compreender novamente sua eterna fidelidade; assim, em meio à nossa vida com Deus, podemos diariamente começar uma nova vida com ele”.

Bem, se você leu até aqui, agradeço sinceramente sua atenção!

Desejando-lhe todas as bênçãos em Cristo, . . .

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