A situação financeira da igreja não estava boa. Na primeira assembleia de que participamos, na igreja da cidade para a qual havíamos nos mudado fazia pouco tempo, fiquei sabendo que quase metade dos membros havia se desligado da igreja com o desejo de construir uma igreja nova. Os membros que permaneceram tinham diante de si a metade das entradas que a igreja arrecadava antes com doações.
A comissão de finanças apresentou várias opções de corte de despesas. A sugestão parecia lógica, mas para mim era um passo de retrocesso. Sugeri que, antes de serem feitos cortes, a igreja criasse uma comissão metafísica para orar sobre nossas necessidades. A diretoria concordou e solicitou que eu coordenasse a comissão. Até então eu nunca fizera parte de uma comissão metafísica, mas participara de várias reuniões exitosas na igreja de que eu fora membro, e sabia que Deus nos ajudaria a encontrar uma solução para nossas necessidades financeiras.
Havíamos nos mudado para essa cidade porque A Igreja Mãe havia transferido meu marido, que era Capelão da Ciência Cristã para as Forças Armadas Americanas. Por isso, sentíamos que nossa mudança fora guiada por Deus. Comecei a buscar uma solução indicada por Deus.
Procurei o que a Bíblia diz sobre suprimento. Dois versículos se destacaram. O primeiro eram palavras de Jesus: “Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também” (Lucas 6:38). No segundo versículo é Deus quem fala: “Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida” (Malaquias 3:10).
A Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, também fez menção a dar, em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Dar não nos empobrece no serviço de nosso Criador, e reter tampouco nos enriquece” (p. 79).
Esses trechos abriram caminho para que compreendêssemos que há equilíbrio entre dar e receber. Dar não é apenas algo louvável para ser posto em prática; é o resultado da lei divina, espiritual. Dar e receber procedem de Deus, e ambos são necessários e inspiram um ao outro.
Com base nessa nova inspiração, a comissão metafísica começou a pensar em como poderíamos dar — não necessariamente em termos financeiros, mas como poderíamos dar o que somos, doar o que somos. Procuramos identificar como poderíamos estar mais atentos aos visitantes que vinham à igreja e dar-lhes as boas-vindas. Havia várias bases militares na região, e tratamos de ser mais atentos e ajudar melhor o pessoal militar dessas bases, o que abriu caminho para a formação de uma comissão de boas-vindas para alcançar nossa comunidade mais ampla.
Procuramos nos periódicos artigos sobre suprimento e os colocamos em uma mesa na Sala de Leitura, para que todos pudessem lê-los. Mantínhamos essa mesa sempre suprida com novos artigos. Estávamos tão inspirados com a ideia de dar, que o assunto sobre corte de despesas não foi mais mencionado.
Depois de um tempo os membros da comissão metafísica lembraram de um antigo projeto de transferir a Sala de Leitura para um local de mais fácil acesso ao público. Tentativas anteriores não haviam dado resultado, mas essa nova inspiração espiritual vinha-nos constantemente ao pensamento, à medida que mantínhamos vivo o desejo de dar. Decidimos fazer contato com o encarregado de um possível local. Esse passo de progresso foi o resultado direto de abrirmos nosso pensamento para o verdadeiro senso de dar.
O administrador responsável pelas lojas desse local era novo e foi muito receptivo à ideia de alugar-nos um espaço. Ele nos contou que tinha uma irmã Cientista Cristã, e nos disse que havia uma loja de frente para a rua, a qual podíamos alugar.
Apesar de parecer promissor o que estava acontecendo, comecei a sentir um pouco de dúvida, pois esse era o primeiro projeto da comissão a envolver dispêndio. No entanto, em uma reunião da igreja um membro relembrara a história da Sala de Leitura e de como, pela oração, fora possível mudar-nos para o endereço atual ao nível da rua. Mudar-nos agora parecia ser o desdobramento das orações anteriores, e a proposta de mudar o local da Sala de Leitura foi aprovada. Logo após essa decisão tomamos conhecimento de um empréstimo com juros muito baixos que possibilitaria reformar o novo local. Eu estava maravilhada.
Em pouco tempo estávamos em nossa nova e agradável Sala de Leitura, e o empréstimo foi pago em um ano. A igreja cumpriu seus compromissos e não se falou mais em corte de despesas. Meu marido e eu continuamos a receber em casa militares que estavam alocados nas bases militares próximas, e a igreja, por sua vez, também continuou a lhes dar as boas-vindas, bem como a outros visitantes. Novos membros se filiaram à igreja, e alguns dos que haviam se afastado voltaram. Em poucos anos construímos uma igreja nova, projetada por um membro que era arquiteto. Comparado com a primeira reunião da qual participamos, esse resultado pareceria impossível de prever.
A lição que aprendi com essa experiência, como membro novo, foi sobre a relação direta entre dar e receber. Quando temos uma necessidade — seja de recursos, saúde ou relacionamento — dar pode parecer a opção menos viável. No entanto, voltar o pensamento para a ideia de dar abrirá “as janelas do céu” e se derramará “sobre vós bênção sem medida”. Essa é a verdade espiritual.
