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Original para a Internet

Paz e boa vontade para com todos

Da edição de setembro de 2022 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 12 de maio de 2022.


“Paz na terra, boa vontade para com os homens.”*

Era uma noite linda e tranquila em minha infância. O céu estava lentamente se transformando em uma colcha estrelada que cobria minha parte do mundo. Sentada ali na encosta de uma colina, olhando para as fazendas e bosques que cercavam minha casa, respirando o ar perfumado de madressilva, abraçando meu cachorro, aquelas palavras me vieram à mente. E eu senti minha consciência preenchida pela ideia de que aquelas palavras não se destinavam a algum futuro desconhecido. Tampouco que elas se limitavam aos tempos bíblicos ou à época do Natal. Pelo contrário, eram uma promessa para o aqui e o agora.

Eu estava aprendendo na Escola Dominical da Ciência Cristã que Deus é nosso Pai-Mãe divino sempre presente, onisciente, onipotente e sábio, que não somente criou tudo o que foi feito — incluindo cada um de nós — mas que tudo que Ele criou é bom.

E será que alguém que criou algo, e ama esse algo, não gostaria de mantê-lo seguro?

Sim!

Em minha igreja, estas palavras de Mary Baker Eddy, a Descobridora da Ciência Cristã, adornam a parede frontal: “O Amor divino sempre satisfez e sempre satisfará a toda necessidade humana” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 494). O Amor, nos diz a Bíblia, é um dos nomes que significa Deus. E esse Amor divino protege toda a sua criação, satisfazendo a cada uma das nossas necessidades.

Paz e boa vontade são necessidades inegáveis. Deus está conosco não só a cada momento, mas em todos os momentos, enviando-nos anjos, ou pensamentos espirituais, que trazem paz e boa vontade. Mas, para vivenciar tais resultados de uma forma mais constante em nossos relacionamentos e em nossas atividades do dia-a-dia, algo é exigido de nós, ou seja, receptividade ao fato espiritual da supremacia de Deus, o bem.

Faz alguns anos, nós nos mudamos para outra casa. Praticamente desde o início, tivemos problemas com um dos vizinhos. Eu acenava, cumprimentando-os, mas eles nem olhavam para mim. Quando ditas, as poucas palavras geralmente eram duras e críticas.

Eu pensava comigo mesma: “Como posso esperar que todos no mundo se deem bem uns com os outros, quando estou achando difícil até mesmo gostar dos meus vizinhos ao lado?” Durante anos eu orei de vez em quando sobre esse problema, mas nunca parei de cumprimentá-los, acenando com a mão. Também nunca parei de tentar ser boa vizinha. Mas as coisas não mudaram.

Um dia, cansada de tentar consertar as coisas, eu mentalmente e de todo o coração me voltei a Deus em oração. O que me ocorreu foi que nada pode extinguir a Deus, o Amor divino ou as ideias do Amor. Deus é imortal, permanente, sempre presente. Às vezes, tal como uma nuvem esconde o sol, a raiva ou o ressentimento podem obscurecer esse Amor em nosso pensamento. Mas esse Amor nunca pode ser extinto.

Existe uma saída para toda situação desarmoniosa, uma saída que está acima de todo planejamento humano. É uma solução divina, revelada pelo Princípio divino. Compreendi que eu tinha de deixar de lado qualquer obstinação com relação a como melhorar as coisas e, em vez disso, ver o que já estava ali: o Amor divino e sua bela, terna e harmoniosa expressão. Isso é tudo o que realmente existe.

A partir daquele momento, a grosseria e a indiferença deixaram de me incomodar. Compreendi que aquelas ações não refletiam o Amor divino e, portanto, não tinham poder de permanência. Elas não faziam parte da verdadeira natureza de ninguém como filho de Deus, porque como a imagem e semelhança do Amor divino, somos feitos para expressar bondade e paciência.

Uma vez, na época do Natal, meu marido e eu fizemos bandejas de biscoitos para oferecer aos residentes do bairro. Quando chegou a vez desses vizinhos em particular, fizemos várias tentativas de entregar-lhes uma bandeja, mas eles nunca estavam em casa. Foi tentador pensar: “Por que vou me preocupar? De qualquer maneira, eles realmente não gostam de nós”. Achei que simplesmente nós mesmos deveríamos comer aqueles biscoitos. Mas então, a certa altura, bem no meio do dia, ocorreu-me levar os biscoitos naquele exato minuto.

O vizinho me recebeu na porta, bastante surpreso, mas emocionado e muito feliz com as guloseimas. A partir daquele momento, a relação se tornou agradável — com muito bate-papo, sorrisos e acenos, como se os anos de indiferença e aspereza nunca tivessem existido. Aliás, na realidade de Deus, eles nunca existiram mesmo.

A Sra. Eddy escreve em seu livro Não e Sim: “Em todos os tempos e em todas as latitudes, o lema do Cristianismo deve ser: ‘Paz na terra, boa vontade para com os homens*’ ” (p. 44). Minha experiência com os vizinhos não é nada, comparada a alguns dos problemas que o mundo enfrenta. Mas cada interação em nossa vida tem o potencial de enviar um efeito expansivo de amor, paz e boa vontade, provando em certa medida que a paz e a boa vontade para com todos são de fato possibilidades presentes.

* Lucas 2:14, conforme a Bíblia em inglês, versão King James

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