Estas duas frases resumem o que a Ciência Cristã significa para mim: “Quem é que, tendo sofrido a perda da paz humana, não sentiu o desejo mais acentuado de ter a alegria espiritual? A aspiração pelo bem celestial vem mesmo antes de descobrirmos o que pertence à sabedoria e ao Amor” (Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 265).
Quando comecei a estudar a Ciência Cristã, há muitos anos, estava buscando apenas paz de espírito — eu não sabia que a Ciência Cristã traz a cura. Três pessoas me haviam dito que eu estava em uma busca espiritual: um pastor, um terapeuta e um orientador vocacional. Mas eu não queria acreditar, e neguei veementemente essa avaliação.
Na época, eu estava com raiva, por ser uma mulher divorciada com dois filhos pequenos em uma sociedade patriarcal que desaprovava tal coisa. Parecia que não havia lugar para alguém como eu na igreja que eu frequentava, o que me fazia sentir sozinha e infeliz. Nesse ponto, comecei a experimentar diferentes estilos de vida e crenças New Age.
Visitei feiticeiras modernas e pulei sobre arbustos fumegantes. Tentei ver OVNIS (Objetos Voadores Não Identificados, ou seja, discos voadores) e assisti a “sessões de canalização”. Estudei uma religião egípcia e li parte de um livro sobre cientologia. Eu até me tornei membro, e depois desisti, de uma igreja que inicialmente parecia oferecer o que eu estava procurando na época, mas que depois me decepcionou.
Quando trabalhava em um banco, notei o quão inteligente e cheia de vitalidade era uma de minhas clientes — e quanta integridade ela expressava. Um dia, perguntei: “Você pertence a algum tipo de religião que a faz assim?” Ela respondeu: “Sim, sou Cientista Cristã”.
Sem saber, eu tinha acabado de ser apresentada ao que acredito ser a “pérola de grande valor” mencionada na Bíblia (ver Mateus 13:45, 46). E a partir desse momento, comecei a “vender tudo o que possuía”, para obtê-la. Comecei a aprender que o cerne da Ciência Cristã é seguir os ensinamentos da Bíblia e da vida de Cristo Jesus.
Quando comecei a ler Ciência e Saúde, não foi fácil para mim, mas eu não conseguia parar. Gostei muito das ideias que estava aprendendo, como, por exemplo, o fato de que Igreja não é um edifício, mas um modo de vida. Também percebi que não necessitava de um intermediário para falar com Deus, mas, ao contrário, eu podia, e devia, me esforçar para reconhecer minha própria relação com Deus. Uma nova compreensão foi de que, como cada um de nós é amorosamente governado pela autoridade de Deus, o grande Eu Sou, pode haver igualdade entre os sexos!
Comecei a ter muitas curas, o que aconteceu tão naturalmente, que não parei para me perguntar como foi que elas ocorreram. Continuei lendo e aprendendo a respeito de Deus. Fiquei curada de enxaqueca, algo de que eu havia padecido continuamente. Rememorando, percebo que a cura acontece quando paramos de pensar em nossos problemas e entregamos tudo a Deus. Tudo se trata de Deus, não de nós.
Depois, fiz o Curso Primário da Ciência Cristã. No terceiro dia, a professora disse: “Este é o dia em que vocês, ao saírem daqui, deverão curar alguém”. Fiquei muito surpresa. Eu não sabia que o curso era para ensinar como me tornar sanadora. Eu pensava que fosse algo para eu me tornar uma boa Cientista Cristã. No momento em que a professora fez aquela declaração, senti dor nas pernas e durante três noites tive sobressaltos e não consegui dormir direito.
Depois de três longos dias, aproximei-me de minha professora, porque queria lhe dizer que não achava que a Ciência Cristã fosse para mim, e que eu simplesmente não estava à altura. Antes de chegar até onde ela estava, ouvi a Deus falando comigo: “Mary Ann, eu não lhe daria nada com que você não pudesse lidar”. Foi uma afirmação tão direta, que eu não podia ignorá-la! Então dei meia-volta, retornei ao meu lugar e me sentei. Percebi que a verdadeira cura é natural e que devemos ter a expectativa de cura. Mesmo que tenhamos apenas um pouco de compreensão a respeito de Deus e do Cristo sanador, podemos continuar a crescer espiritualmente, podemos curar e ajudar os outros a fazerem o mesmo. Cessaram as noites sem dormir e a dor nas pernas.
Meu comprometimento com a Ciência Cristã incluiu tornar-me membro dA Igreja Mãe (A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, em Boston) e de uma igreja filial. Atuei em comitês, na Escola Dominical, na diretoria da minha igreja filial e na Sala de Leitura da Ciência Cristã, e também como Primeira e Segunda Leitora. Finalmente, tornei-me praticista da Ciência Cristã, anunciando-me no The Christian Science Journal como disponível em tempo integral para ajudar as pessoas por meio da oração, o que ainda faço até hoje.
Não há dúvida de que eu realmente estava em uma busca espiritual, embora não o soubesse na época. E encontrei exatamente o que eu não percebia que estava procurando.
