Perdi o emprego na época da pandemia. Como havia milhões de pessoas acessando o sistema, dar entrada nas informações para solicitar o seguro-desemprego no meu estado era difícil ou quase impossível. Além disso, como não tenho muita habilidade com a tecnologia, minhas perspectivas para obter o seguro-desemprego eram desanimadoras, para dizer o mínimo.
Tentei dar os passos que me pareciam lógicos, inclusive pedindo ajuda a amigos mais experientes nesses assuntos (visto que as linhas telefônicas oficiais estavam congestionadas e os e-mails não eram respondidos), mas descobri que eles também não haviam conseguido nada.
Como sou estudante da Ciência Cristã, finalmente percebi que minha verdadeira necessidade não era de dinheiro, mas, daquilo a que Mary Baker Eddy se refere como “pensamento calmo e elevado, isto é, a percepção espiritual”, a qual ela diz que “está em paz” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 506). Quando comecei, de fato, a reivindicar essa calma como parte da herança que recebi de Deus, nosso Pai-Mãe, a lembrança de um episódio marcante que ocorrera havia muito tempo, quando a minha necessidade tinha sido atendida, veio ao meu pensamento.
Embora naquela época eu morasse em um estado de clima quente no Sul dos Estados Unidos, eu havia me candidatado para cursar uma faculdade localizada no Meio-Oeste, onde os invernos são rigorosos. Esperei ansiosamente durante todo o verão pela carta de aceitação da escola, que chegou apenas três semanas antes do início das aulas. A boa notícia era que eu fora aceita como aluna da faculdade. A má notícia era que minha família possuía recursos muito modestos, e eu não tinha uma única peça de roupa adequada para um clima mais frio.
Ao falar sobre isso com minha mãe, e me queixar dessa carência, ela calmamente respondeu que toda ideia de Deus (inclusive eu) vem com um pão virtual debaixo de cada braço. Para mim, isso queria dizer que Deus nos supre com tudo aquilo de que precisamos no momento em que precisamos. Ela sabia que isso era verdade, porque a mãe dela, minha avó, lhe havia dito isso quando a minha mãe estava grávida de mim - e foi comprovado que essa declaração é sempre verdadeira!
Ao perceber que minha única e verdadeira responsabilidade era confiar em Deus com compreensão, mudei o meu pensamento da preocupação para a calma em relação à minha necessidade de roupas quentes. Certamente Deus não me levaria apenas até a metade do caminho. Em poucos dias apareceu uma oportunidade inesperada e, por meio dela, ganhei um guarda-roupa completo de uma renomada loja de roupas femininas.
Essa experiência sempre me faz pensar que nossas necessidades são atendidas de maneiras que, às vezes, parecem milagrosas. Passadas várias décadas, era necessário que eu recuperasse aquela convicção e reconhecesse que essa mesma lei do suprimento continuava agindo em minha vida, agora em relação à burocracia e à tecnologia. Gosto muito da promessa que encontramos em Escritos Diversos 1883–1896, de autoria de Mary Baker Eddy: “Deus te dá Suas ideias espirituais, e elas, por sua vez, te dão o suprimento diário. Nunca peças para amanhã; é suficiente o fato de que o Amor divino é uma ajuda sempre presente; e se esperares, jamais duvidando, terás todo o necessário, a cada momento. Que maravilhosa herança recebemos, ao compreender o Amor onipresente! Mais, não podemos pedir; mais, não queremos; mais, não podemos ter. A doce certeza desse fato é o ‘Acalma-te, emudece’ para todos os temores humanos, para todo tipo de sofrimento” (p. 307).
Concluí que minha capacidade de ser receptiva a Deus, que é minha fonte infinita do bem, permanecia inalterada. Em seguida, sentei-me diante do computador, veio-me uma intuição do que fazer, e deu certo!
Isso aconteceu em março de 2020. Posteriormente, por algum motivo, minha conta ficou repentinamente inacessível, não me permitindo efetuar a certificação quinzenal necessária. Tentei os canais lógicos para resolver o caso, mas não consegui. Cheguei a ficar oito dias na fila de espera de retorno do pessoal do atendimento, sem conseguir ser atendida.
A Lição Bíblica daquela semana, constante do Livrete Trimestral da Ciência Cristã, era “A Vida” e o Texto Áureo afirmava: “A nossa suficiência vem de Deus” (2 Cor. 3:5). Suficiência é definida como “exatamente suficiente, justa, que atende às necessidades de alguém”. Ou, como um de meus filhos disse certa vez: “O suficiente é muito!”
Apoiada nessa compreensão, parei de tentar resolver o problema e, literalmente, deixei essa tarefa com Deus. Cerca de dez minutos depois, no meio de uma tarefa doméstica, repetidamente começou a vir ao meu pensamento a mensagem: “Mude sua senha”. A princípio pensei: “Isso não vai resolver, só vai atrapalhar; eles perderão todas as minhas informações; vou perder meu lugar na fila do atendimento”. Eu sabia, porém, que o melhor a ser feito era não discutir com a orientação divina. Então fui até o computador, sentei-me e mudei a minha senha.
Acesso instantâneo! Conta reaberta, dinheiro enviado diretamente para minha conta bancária − e minha impressora também funcionou para registrar a transação (outro pequeno milagre). Com alegria informo que desde esse período consegui voltar a trabalhar em período integral.
Sem dúvida, sou grata por essas experiências e pela resolução do problema financeiro, mas sou ainda mais grata por me fazerem lembrar de que Deus está sempre nos dando tudo o que precisamos — inclusive orientações — a todo instante. Só precisamos ouvir!
