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Ser dona de casa — uma vocação celestial

Da edição de outubro de 1975 dO Arauto da Ciência Cristã


Ser dona de casa não é apenas cuidar da casa como esposa. Muito embora os deveres do lar tomem muito tempo e requeiram carinhosa atenção, ser dona de casa inclui muito mais do que a simples preocupação com os cuidados e a manutenção de uma casa. Nenhuma mulher que tenha aceito a tarefa de formar e manter um lar, deve considerar-se apenas governante ou doméstica.

Considerado espiritualmente, que vem a ser o lar? O Salmista, louvando a habitação do Espírito, Deus, diz: “Bem-aventurados, Senhor, os que habitam em tua casa.” Salmos 84:4; Desse modo a Bíblia estabelece um elo entre a habitação, ou o lar, e a presença de Deus. A verdadeira expressão de lar, portanto, inclui qualidades que derivam de Deus, tais como paz, harmonia, alegria, segurança, ordem, asseio, cortesia e afeição desprendida. A dona de casa que se esforça por viver conscientemente essas qualidades de pensamento cheias de pureza, está cultivando um sentido espiritual de lar que a torna uma força poderosa para o bem.

Quais são algumas das exigências para exercer a vocação de dona de casa? Como acontece com qualquer cargo que envolve relações humanas, é de capital importância a habilidade de saber conviver e trabalhar em harmonia com outros. A base do sucesso reside no fato de que, como a Sr.a Eddy nos diz: “A harmonia no homem é tão real e imortal como na música.” Ciência e Saúde, p. 276;

A aptidão da dona de casa em manter harmonia no lar não reside na sua habilidade de adular ou intimidar outros, mas sim na prática do amor desprendido. Se for Cientista Cristã, terá aprendido, por seu indispensável estudo da Bíblia e dos escritos da Sr.a Eddy, que o homem real é espiritual e imortal e reflete as eternas qualidades de seu criador, Deus, o Amor infinito, o Espírito todo-harmonioso. Essas qualidades espirituais mantêm no lar uma atmosfera livre de tensão ou de brigas mesquinhas.

Para assegurar um relacionamento feliz no lar, é essencial pensar a partir da base do Princípio divino, o Amor imortal, e não da personalidade humana. A Ciência Cristã afirma: “A verdade do ser torna o homem harmonioso e imortal, enquanto que o erro é mortal e discordante.” ibid., p. 337;

O fato espiritual é que Deus, o Amor divino, mantém cada idéia em perfeito relacionamento com as demais. Nenhuma soma de planejamento ou de vontade humana pode usurpar a prerrogativa que o Princípio tem de governar todas as idéias em harmonia. O erro, ou o mal, a crença num poder separado de Deus, o bem, não pode romper ou dividir nossas famílias se nos recusarmos a permiti-lo; o erro não pode ridicularizar nossa habilidade de erguermos o pensamento para a Verdade e o Amor infinitos e de demonstrarmos o controle do Amor sobre nossas relações humanas.

A verdade é que o mal não tem entidade real. Ele é desprovido de substância e de poder e em realidade não está acontecendo, porque Deus, o bem, é Tudo. Manifestar amor abnegado é manter-se firme no Princípio, sem deixar-se perturbar por desejos pessoais, egotísticos, que só provocam cisões.

Donas de casa genuínas vivem essas verdades com destemor, mas de maneira afável. Sua crescente compreensão acerca de Deus, como a Mente genitora de todos os que compõem o seu lar, reflete a inteligência da Mente em toda situação, obtendo orientação segura. Elas podem afirmar diariamente sua união com a Alma, a fonte de toda harmonia, e confiantemente declarar a habilidade que a Alma tem de governar harmoniosamente todos os que estão sob seus cuidados. Com esse modo de pensar centralizado na Mente, no Amor, no Princípio, a dona de casa deixa transparecer seu altruísmo e assim irradia e faz sentir por todos o controle que o Amor exerce sobre as relações do lar. Tal modo de dirigir o lar estará exemplificando esta grande, porém simples, regra dada por Cristo Jesus: “Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.” João 15:12;

Outro requisito para a vocação de dirigir cristã e cientificamente o lar é a habilidade de manter o lar livre da dominação pessoal. É a mente mortal, a falsa crença na existência de muitas mentes, que age através do sentido pessoal de quem é o maior; é ela que procura sufocar a individualidade, e toldar as habilidades, por sua crença tanto em personalidades dominadoras como em personalidades servis. A Ciência Cristã ensina que o homem, a idéia da Mente, Deus, não domina nem pode ser dominado. O homem permanece sempre em união com a Mente, está sempre consciente do controle benigno da Mente, e de boa vontade a obedece.

Assim, a dona de casa que tem o pendor do Espírito, confirma a integridade dos que vivem em seu lar; reconhece-os como idéias completas, orientadas pela Mente, e que possuem em seu Pai-Mãe Deus todo o necessário para uma existência abundante e guiada por Deus. Por isso não dependem dela mas da Mente divina e não podem esgotar-lhe a força e a energia ou perturbar sua boa disposição. Cada um deles reflete a inteligência da Mente todo-harmoniosa. Nessa atmosfera mental e harmoniosa podem florescer e desenvolver-se as habilidades individuais, não atrofiadas pela crença em dominação que a mente mortal procura impor.

Outro requisito para se ter bom êxito na vocação de dona de casa é honestidade profunda aliada à humildade e mansidão. A mansidão é necessária para aperceber-se e chegar a apreciar o significado espiritual das tarefas domésticas, que as transfere do domínio meramente mundano e material para o reino do Amor. É preciso honestidade para encarar o fato de que não podemos pedir a outros para fazerem coisas que em nosso íntimo não estamos dispostas a fazer. O Salmista já estava cônscio da perscrutadora luz da oração honesta que implora: “Absolve-me das [faltas] que me são ocultas.” Salmos 19:12;

A dona de casa honesta consigo mesma percebe que só na medida em que o seu amor pelo lar envolver também as tarefas e deveres atinentes à sua manutenção, poderá ela delegar obrigações a outros sem encontrar resistência. É necessária a força do amor, em vez da força de vontade, para distribuir as tarefas com justiça. Ao acalentar e ampliar seu conceito espiritual de lar e suas atividades correlatas irá vencer o medo de encontrar oposição ao pedir aos filhos que executem certas tarefas, porque em seu próprio pensamento não haverá resistência alguma que venha interpor-se ali. Tal preparação espiritual permite ficar firme no que é direito sem deixar-se perturbar ou impressionar caso a vontade própria tente rebelar-se.

O que é que a dona de casa pode fazer para satisfazer ao desejo de ter tudo no devido lugar e vencer o sentido de frustração que tão freqüentemente surge quando procura manter as coisas em ordem? Precisa dar-se conta do fato de que a ordem é uma qualidade da Mente e, como tal, está sempre presente. A ordem é uma qualidade do pensamento, e não simples asseio humano. Às vezes nos enchemos de alegria por termos conseguido deixar um aposento reluzentemente limpo nos mínimos detalhes. Essa limpeza pode ser expressão exteriorizada de algum erro que tenha sido varrido do pensamento. A energia resultante de tal purificação nos inspira a ter ordem e harmonia ao nosso redor.

Há mais do que satisfação pessoal em arrumar e limpar uma casa quando esta tarefa se torna uma demonstração da verdade espiritual de que a ordem e a harmonia são qualidades sempre-presentes da Alma. A dona de casa alerta, contudo, vigia para que o simples zelo humano de manter limpos os objetos não seja confundido com o sentido espiritual de harmonia e de ordem. A necessidade real é a de espiritualizar o pensamento. O importante é o estado de nosso pensamento e não em que condições se encontra a nossa sala de estar.

Instituir um sentido correto de ordem em seus afazeres domésticos diários é outro desafio para a dona de casa. A Ciência Cristã ajuda a encarar a rotina de modo espiritual e também diversificado. A dona de casa alerta não se deixará obcecar por rotinas ao ponto de que estas não possam ser alteradas ou reorganizadas; tampouco as negligencia por considerá-las insuportáveis ou sem valor. Por achar-se muitas vezes rodeada de tarefas que aparentemente não requerem pensamento inspirado, é essencial que a dona de casa tenha a habilidade de abordá-las espiritualmente. Poderá ser tentada a sentir-se frustrada ou ressentida em tais ocasiões, ou talvez a abandonar-se a devaneios. Mas essas tendências hipnóticas podem ser caracterizadas em sua forma real — como tentativas insistentes da mente mortal de usurpar as prerrogativas da Mente divina. A Mente governa cada uma de suas idéias com criatividade, originalidade e inteligência. Confirmado o controle da Mente, a energia do Espírito, podemos efetuar qualquer tarefa com alegria e sem esforço.

A estudante de Ciência Cristã, que escolheu seguir a elevada vocação de dona de casa, logo se compenetrará de que não está trabalhando com idéias abstratas, mas com poderosas verdades perfeitamente demonstráveis. Sendo o lar o seu campo de atividade, é ali que encontrará a realização que tais demonstrações proporcionam. Isso porá na perspectiva correta as inumeráveis atividades humanas fora do lar que pedem atenção e lhe mostrará a melhor maneira de prestar qualquer ajuda necessária. Porém seria bom ter sempre em mente esta declaração apropriada da Sr.a Eddy: “Correr agitadamente de um lado para outro não constitui prova de grande realização.” Miscellaneous Writings, p. 230.

À medida que a dona de casa, que tem inclinação espiritual, mantém constantemente no pensamento a sublime meta de um lar feliz, conseguirá com êxito demonstrar amor desprendido e atividade satisfatória. Expandindo nosso conceito de lar para abarcar-lhe as qualidades espirituais, veremos que o bem que procuramos pode ser alcançado e demonstrado ali mesmo.

Ser dona de casa é uma ocupação celestial; proporciona a cada pessoa que aceita esse sublime encargo a oportunidade de demonstrar o reino dos céus como uma realidade presente, isto é, o lar.

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