Certa vez passei por um período em que os artigos que eu enviava com muita esperança à Redação dos periódicos da Ciência Cristã, eram sistematicamente rejeitados. Falei a respeito com meu professor de Ciência Cristã, que perguntou: “Teria você pensado em escrever como um modo de expressar amor pelos seus leitores?”
Quando percebi que escrever era uma oportunidade de demonstrar amor, sentei-me imediatamente e escrevi sobre uma experiência que me havia provado que a oração científica pode anular em poucos momentos a ameaça de um mal inevitável. Com um sincero desejo de ajudar, partilhei as verdades espirituais que haviam vindo em meu socorro. O artigo foi aceito. Eu estava escrevendo para expressar amor.
Em Ciência e Saúde, a Sr.a Eddy, fundadora de nossos periódicos e sua primeira colaboradora, escreve: “A parte vital, o coração e a alma da Ciência Cristã, é o Amor. Sem o Amor, a letra nada mais é que o corpo morto da Ciência — sem pulso, frio, inanimado.” Ciência e Saúde, p. 113; Portanto, o Amor é o coração e a alma do ensino e da literatura da Ciência Cristã.
A obra centralizada no Amor pulsa, irradia, anima. O Amor pode inspirar, desenvolver, levar a cabo a mensagem e permear todas as vias do pensamento e da experiência humanos. O escrever motivado pelo Amor faz com que as palavras brotem vivas e curem.
Os artigos escritos para os periódicos devem refletir o propósito que tem o Amor divino de abençoar a humanidade toda. Compreender a missão curativa dos periódicos é escrever melhor, exercer sabedoria na escolha dos assuntos e ter interesse no desenvolvimento dos temas. Isso rompe as barreiras da limitação pessoal; ficamos livres para expressar o propósito divino.
Conhece-se o Amor por meio de sua expressão. O Amor deve animar quem escreve, a fim de abençoar quem lê. Pede a pureza do viver e do amor diários que dá apoio firme ao que é escrito. É isso o que o leitor nota — o ânimo espiritual do amor e da sabedoria de que está imbuído o tema. O amor abnegado torna-se a presença e o poder invisíveis.
Está você pronto para escrever, disposto a expressar amor? O amor pela humanidade o incentivará. O amor que de fato você sente, a gratidão, a alegria, o prazer de levar aos leitores uma mensagem prestativa, cingirá de força espiritual o seu trabalho. O que você escrever será fruto da convicção íntima e trará curas.
Os artigos dos periódicos e o artigo religioso publicado no jornal The Christian Science Monitor são traduzidos em vários idiomas e têm leitores em todo o mundo. Eis aí o Amor universal em ação. Podemos escrever para o homem que se encontra na Nigéria, para nossa cunhada que está na Argentina, para o novo vizinho. Podemos conservar nosso modo de escrever singelo, amável e cálido. Podemos aceitar a oportunidade de amar expansivamente.
Uma de minhas amigas recebeu uma promoção no trabalho. As responsabilidades inerentes ao cargo lhe pareciam avassaladoras. Naquele mesmo dia o artigo religioso do Monitor explanava a descoberta, na indústria, de que a contínua manutenção do equipamento em boas condições evita avarias de monta. O autor dava ênfase ao fato de que a espiritualização diária do pensamento evitava que aparecessem problemas de monta. Ao ler o artigo, minha amiga perdeu o medo. Aceitou seu novo cargo com alegria e continua a servir nele com sucesso marcante. Sem dúvida, muitos outros leitores foram abençoados por aquele artigo.
Um artigo inspirado pelo Amor age como a carta de um bom amigo, que vem animar e iluminar. Por que não resolvemos, com humildade e amor, escrever nossa mensagem aos amigos em todo o mundo que a esperam? Ela fará parte do registro vital a respeito da restauração, libertação e bênção que a Ciência Cristã traz à vida humana.
Nossas boas novas alcançarão até as regiões em que a Ciência Cristã ainda não dispoe de praticistas registrados, professores ou serviços de igreja. Ajudarão muitos leitores a ver cumprida a promessa bíblica que diz: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.” Mateus 5:6; Isso se refere a qualquer pessoa, em qualquer lugar, que almeja sentir e conhecer seu verdadeiro valor e suas verdadeiras capacidades — tal como minha amiga que encontrou seu domínio espiritual.
Os periódicos da Ciência Cristã têm como motivação o propósito cheio de amor de que todo coração humano seja tocado e transformado pela mensagem crística da verdade curativa. Quando um autor se alinha a esse ímpeto sagrado, move-se para diante com o impulso incitador da comunicação divina que atua na consciência de cada um.
A Sr.a Eddy considerava os periódicos da Ciência Cristã como órgãos essenciais à sua Igreja. Define ela “Igreja”, em seu sentido espiritual, como “A estrutura da Verdade e do Amor; tudo o que assenta no Princípio divino e dele procede”. E de sua evidência humana diz que “A Igreja é aquela instituição que dá provas de sua utilidade e que vem elevando a raça, despertando de suas crenças materiais a compreensão adormecida, para que perceba as idéias espirituais e demonstre a Ciência divina, expulsando assim os demônios, ou o erro, e curando os doentes” Ciência e Saúde, p. 583;.
Para alcançar o propósito do Amor divino, um artigo deve demonstrar a função que tem a igreja de beneficiar a humanidade. Será que a nossa mensagem ajuda a despertar “de suas crenças materiais a compreensão adormecida, para que perceba as idéias espirituais”?
O escrito que expressa Amor divino manifesta também outras qualidades divinas. Estimula, denota originalidade, aviva. Tem sabedoria, inteligência e veracidade. É poderoso para realizar o bem de forma ilimitada. O Amor, o Princípio divino, atua como uma lei invariável que faz com que se encontrem a mensagem e o leitor. Aquilo a que Deus, o Amor, dá origem, Ele torna ativo e orienta, trazendo prosperidade tanto ao autor como ao leitor. Ao Amor não pode ser negada participação ativa no cenário humano. O nosso artigo pode ser a resposta à oração feita por outra pessoa.
Cristo Jesus disse: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer.” João 5:15. Por meio de nossos periódicos podemos partilhar o que aprendemos e provamos a respeito do Amor que a tudo circunda e que cuida de todos e de cada um. O que escrevemos pode expressar o impulso desse Amor terno e poderoso. Pode expressar o Cristo sanador que se estende para chamar de amigos a todos os homens.
Afinal de contas, não será sobre um assunto ao qual temos imenso amor — a prática da cura pela Ciência Cristã — que nos encontramos escrevendo? Não estaremos escrevendo como membros de A Igreja Mãe, como Cientistas Cristãos ativos que vivem as verdades que conhecem? A cada dia nos encontraremos aclarando, purificando e espiritualizando nosso viver humano mediante a lei transformadora de nosso caráter à semelhança do Cristo. Quem conhecerá melhor do que você e o Pai as coisas maravilhosas que estão sendo comprovadas? Por que não partilhá-las com todo o mundo?