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A imoralidade pode ser vencida

Da edição de janeiro de 1976 dO Arauto da Ciência Cristã


Em Londres na época da Batalha da Inglaterra uma jovem mãe estava esperando seu segundo filho. O céu estava repleto de aviões, haviam caído bombas na rua em que ela morava, e as sirenas soavam dia e noite.

Apesar disso, em meio ao tumulto, uma clara oração ocorria-lhe constantemente. Tomou a forma das duas primeiras linhas de um hino que havia cantado muitas vezes na Igreja de Cristo, Cientista, que freqüentava:

Minha vida consagrei
Toda a Ti, ó meu Senhor.Hinário da Ciência Cristã, n° 324;

Longe de ser uma mera repetição de palavras confortadoras, essa oração — que ela pronunciava para proteger a criança e constantemente recorria à medida que a criança crescia — refletia o desejo sincero da mãe (e mais tarde o da criança, uma filha) de obedecer à lei absoluta de Deus.

Como Cientista Cristã, a mãe compreendia que Deus, o Espírito, o Amor, a Vida, é nosso Pai-Mãe. Sabia que o homem verdadeiro — a verdadeira identidade dela mesma e de seu bebê — é totalmente espiritual, a expressão das qualidades divinas do Amor; é imortal, isento de pecado e puro. Havia aprendido que a evidência dos sentidos mortais — a vida baseada na materialidade, sujeita à pecado, doença, morte — é um ponto de vista enganoso apresentado devido à ignorância do que o Espírito infinito e onipotente, verdadeiramente, é. Portanto, estava na realidade orando para que na experiência humana a criança conhecesse e expressasse sua verdadeira identidade, as qualidades, a realidade eternamente presente do Espírito.

Entre as qualidades que a mãe considerou, estavam pureza, reverência a Deus, dedicação a Deus e obediência à lei de Deus. Essas são armas eficazes contra as sugestões de que a vida é mais agradável se vivida de acordo com os modos de vida opostos: impureza, irreverência, indiferença a Deus, desobediência. As qualidades que a mãe constantemente reivindicava para sua filha, auxiliaram essa a crescer amando a Deus, esforçando-se para obedecer à Sua lei e a encarar seu Pai-Mãe Deus como a origem de sua individualidade verdadeira e espiritual.

Quando jovem a filha teve a oportunidade de viajar sozinha, longe de casa, mais ou menos uns vinte e dois mil quilômetros. Diariamente estudava a Bíblia e Ciência e Saúde de autoria da Sr.a Eddy. Ela levava consigo o amor à lei de Deus que havia aprendido em casa, mantendo outrossim, sua alegria e gratidão pela proteção divina. Apesar de muitas vezes estar sozinha, completou sua viagem sem que uma única vez sua integridade moral tivesse sido ameaçada. Cheias de gratidão, ela e a mãe atribuíram isso à compreensão acerca da lei de Deus e sua aplicação à existência humana.

Numa ocasião anterior, a jovem foi roubada de noite por um grupo de jovens que tentaram arrastá-la para dentro de um carro tomando-lhe a bolsa. Não havia ninguém por perto, mas repentinamente deixaram-na e foram-se embora com a bolsa. A salvo, em casa, deu graças pela proteção que havia tido; então acalmou-se para firmemente e em espírito de oração inverter toda e qualquer tentação de abrigar ressentimento, medo, ódio e sensação de perda. Se seu verdadeiro ser era a expressão do Amor infinito, raciocinou, não poderia perder nada em mãos de mortais maus e ignorantes. Somente o bem poderia fluir onde a totalidade de Deus fosse reconhecida.

Ao contrário das previsões pessimistas da polícia, a bolsa — com todos seus objetos de valor e documentos — foi recuperada, mas sem o dinheiro que nela havia. No entanto, mais oração conduziu-a a um harmonioso e inesperado emprego de verão que nem sequer havia sido planejado, e que a proveu da exata quantia que havia na bolsa, além de oferecer-lhe a oportunidade de servir a outros. Ela nada havia perdido; apenas ganhara.

Há um padrão absoluto, espiritual que constitui de fato a realidade do ser verdadeiro? Partindo-se da premissa de que Deus é Tudoem-tudo, o Espírito infinito, o Amor divino — a própria Alma ou Princípio do universo real e espiritual, como a Ciência Cristã afirma — a lei verdadeira ou absoluta só pode ser a lei de Deus eternamente presente. Portanto, tudo o que for desobediente a essa lei — ou seja, tudo o que for obediente apenas às injunções do pensamento material e limitado — pode ser considerado imoral. A maneira de inverter tal imoralidade é reconhecer, reivindicar e expressar o tipo de qualidades mostradas na vida de Cristo Jesus, o exemplo supremo de como viver de acordo com a lei de Deus. Tais qualidades incluem pureza, reverência, dedicação, obediência.

A maior parte dos cristãos está familiarizada com a resposta de Jesus ao intérprete da lei que lhe perguntou: “Mestre, qual é o grande mandamento na lei?“ Jesus respondeu em termos tais que nos equiparam com as armas humanas mais poderosas contra os argumentos da imoralidade, sejam quais forem as formas que tomarem. Disse ele: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” E concluiu: “Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” Mateus 22:36–40;

Então, se formos tentados a amar qualquer outra coisa além de Deus — ou seja, a pôr dinheiro, fama, posição, álcool, drogas, infidelidade, gratificação dos sentidos mortais, em lugar de Deus, em nossos pensamentos — estaremos desobedecendo o “primeiro e grande mandamento”. Se formos tentados a considerar a identidade de outra pessoa, qualquer que seja a pessoa — preta, branca, oriental, ocidental, com muita escolaridade, com pouca escolaridade, homem, mulher, pobre, rica — como menos importante que nossa própria identidade, menos do que a amada idéia do Amor, então estaremos violando o segundo mandamento. Em termos de obediência à lei espiritual, essa conduta é imoral. A resposta, porém, está sempre à mão.

As armas contra as pretensões da imoralidade são vivamente mostradas no relato de Lucas, que conta quando Jesus estava comendo na casa de Simão, o fariseu, que uma mulher arrependida lavou seus pés com lágrimas, secou-os com seus cabelos e ungiu-os com um caro ungüento. Suavemente Jesus repreendeu a autojustificativa de seu anfitrião (que se perguntou porque jesus não reconhecia que tal mulher era “uma pecadora”) ao relatar a parábola do credor que perdoou a um devedor quinhentos denários e a outro cinqüenta. Simão disse supor que aquele a quem mais havia sido perdoado seria o mais grato. Então Jesus mostrou o quanto aquela mulher havia feito para mostrar sua penitência. Disse ele: “Perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.” Lucas 7:47;

A mulher se havia arrependido. Ela havia procurado a pureza que Jesus representava. Ela havia demonstrado reverência, humildade, gratidão por sua bondade e força espiritual. Essas mesmas qualidades nós também podemos reivindicar e expressar, aqui e agora.

A Sr.a Eddy escreve: “A afirmação de que a matéria é uma lei ou legislador, é anômala. Onde quer que a lei esteja, a Mente está; e a noção de que a Mente possa estar na matéria é grosseira infidelidade, que ou bem exclui Deus do universo, ou O inclui em todas as formas e modos de mal.” Mais adiante ela diz: “A distinção entre aquilo que é, e aquilo que não é lei, precisa ser feita pela Mente e como Mente. A lei pode ser tanto uma força moral como imoral. A lei de Deus é a lei do Espírito, uma força moral e espiritual da Mente divina e imortal. A assim chamada lei da matéria é uma força imoral da errônea mente mortal, aliás das mentes dos mortais.” Miscellaneous Writings, pp. 256–257;

As armas da pureza, da reverência e da dedicação a Deus, e as da obediência às Suas leis são mais do que suficientes para desbaratar a aparente fortaleza da imoralidade. Poderemos ficar momentaneamente atemorizados ante o quadro que o pensamento mortal tenta mostrar-nos: não apenas imoralidade pessoal, mas comportamento imoral por parte de organizações, grupos, governos e até mesmo nações. “Que posso eu fazer?” sussurra a voz da dúvida. Então ocorre-nos a afirmação de Paulo: “O fim da lei é Cristo para a justiça de todo aquele que crê.” Romanos 10:4.

O homem, a idéia de Deus, mora para sempre na Alma, isento de tentação, completo, livre e puro. Estar constantemente consciente da pureza da Alma infinita — é o que se faz necessário. A lei de nosso Pai-Mãe, Amor divino, é suprema. Vence tudo o que é dessemelhante a Deus.

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