Durante muitos meses havia uma saliência dura no meio do calcanhar direito de Janise. Quando caminhava sobre a planta do pé, a saliência não a incomodava. Mas às vezes esquecia-se e pisava com o calcanhar. Então gritava: “Ai!”
Toda vez que a mãe ouvia Janise dizer “ai,” repetia: “Janise, acho que já está na hora de você cuidar deste caso.”
Janise sabia que a mãe queria dizer que estava na hora dela fazer uso do que já sabia sobre Ciência Cristã — a Ciência que cura como Cristo Jesus curava — a fim de ver-se livre daquela saliência. No entanto, a saliência não incomodava muito e Janise estava sempre muito ocupada. “Eu sei, mamãe”, dizia ela. “Vou dar um jeito, mas não tenho tempo agora.”
Desse modo os dias passaram e chegaram as férias escolares. Janise, com a mãe, o pai e os irmãos mais moços foram para a praia, como faziam todos os anos. Era sempre muito divertido e Janise havia esperado ansiosamente por essas férias.
Era noite quando chegaram na casa de veraneio. Já no carro, Davi havia adormecido profundamente. Janise e Ana estavam muito contentes por poderem ir dormir logo depois de ajudarem o pai a trazer a bagagem para dentro e fazerem as camas. Mal chegaram a desfrutar do ruído das ondas e já estavam profundamente adormecidas.
De manhã, logo depois de tomar café, lavar a louça e arrumar as camas, a família toda foi alegremente até a praia. Logo Janise descobriu que estar na praia não era tão divertido como esperava. Quando caminhava sobre a areia macia, seus pés afundavam tanto que, a cada passo, os calcanhares tocavam na areia. No mar, as ondas empurravam-na para lá e para cá e sempre que perdia o equilíbrio pisava com o calcanhar direito. Então Janise lembrou-se de todas as vezes em que a mãe lhe tinha oferecido ajuda para curar aquela saliência, e desejou lhe tivesse dado atenção.
Finalmente, sentou-se silenciosa pensando por alguns momentos, enquanto deixava a areia escorrer pelos dedos. Pensou: “Como posso curar um calcanhar?” Sabia que Deus a amava e não deixaria que coisa alguma a magoasse. Então reparou nos buracos que seus pés tinham feito na areia e começou a sorrir. Havia encontrado a solução.
Lembrou-se de que estudara o que Mary Baker Eddy diz em Ciência e Saúde: “Não há vida, verdade, inteligência, nem substância na matéria.” Ciência e Saúde, p. 468; Janise disse para si mesma: “Logo meu calcanhar não tem mais inteligência para dizer que dói do que a areia tem de queixar-se quando caminhamos sobre ela. Tanto o calcanhar como a areia são materiais e nenhum deles tem inteligência para se queixar.”
Janise estivera tão ocupada explorando as idéias que lhe vinham que não ouvira o pai e Ana lhe falarem até que uma bola saltou a seus pés.
“Olá, sonhadora, quer jogar conosco?” perguntou o pai.
“Claro”, disse Janise, saltando. Correu até a praia dizendo a si mesma firmemente que não mais seria enganada pela dor.
De início foi difícil acreditar que o pé não estava doendo, mas ela continuou recordando que o pé não tinha mais inteligência para queixar-se do que a areia. Logo esqueceu-se do pé.
De noite quando Janise lavou os pés antes de ir dormir, reparou que a saliência tinha desaparecido. Não havia nem uma marca para mostrar onde estivera. Correu para mostrá-lo aos pais. Sentiu-se mais ou menos como o homem da Bíblia que tinha sido coxo e fora curado por Pedro e “passou a andar e entrou com eles no templo, saltando e louvando a Deus” Atos 3:8..
“Olhe, mamãe” disse ela, vibrando. “Foi tudo embora! Isso estava me incomodando de fato na praia esta manhã e então decidi que estava na hora de parar de ser enganada.”
A mãe deu-lhe um grande abraço. “Estou tão grata”, disse ela.
“E eu também”, concordou Janise. “Espere até eu contar isto para a minha professora da Escola Dominical! Ela sempre diz que a Ciência Cristã pode curar todas as coisas mas que depende de nós prová-lo.” “Espere até eu lhe contar que já posso curar um calcanhar!”