Quando solicitei filiação em uma Sociedade de Ciência Cristã, durante a entrevista que precedeu minha admissão, perguntaram-me: “Para a Senhora, o que é Deus?” Espontaneamente respondi: “Minha felicidade!” Por que respondi dessa maneira? Por que não respondi: “Deus é Amor”?
Em resposta à pergunta: “O que é Deus?” a Sr.a Eddy escreve em Ciência e Saúde: “Deus é Mente, Espírito, Alma, Princípio, Vida, Verdade, Amor, incorpóreos, divinos, supremos, infinitos.” Ciência e Saúde, p. 465; De todos esses sinônimos de Deus, Amor era o que tinha mais significado para mim. Quando comecei o estudo da Ciência Cristã, as palavras “Deus é Amor” provocaram tal impacto em mim que impeliram-me a estudar com grande interesse. Passo a passo aprendi que Deus, a Alma, o Amor divino, é a fonte de toda verdadeira felicidade.
Quando aceitamos a grande verdade de que Deus é Amor e vivemos plenamente essa compreensão rejeitamos com naturalidade os argumentos do erro que tentam convencer-nos de que temos motivo para nos sentirmos tristes, ansiosos, preocupados ou desapontados. Essa rejeição não se origina na força de vontade humana, mas na compreensão de que somente o bem — a felicidade, a harmonia e a alegria — emana de Deus.
As aparências materiais podem tentar sugerir vários motivos para não nos sentirmos felizes. No entanto, não podem ser bem sucedidos em envolver nossos pensamentos, se compreendemos que estamos em união com a alegria que se origina na Alma. Nossa felicidade não depende de nada que seja material ou humano; depende de Deus, a Alma.
Essa felicidade é tão natural quanto a canção de um pássaro. Essa canção brota do coração por reconhecer que as razões para sentirmo-nos gratos são inúmeras. Há beleza, harmonia, bondade em tudo à nossa volta quando demonstramos a harmonia da Alma e rejeitamos como irreal as limitações dos sentidos materiais que aceitam a discórdia, a tristeza e a dor, como naturais.
Quando Cristo Jesus falou a seus discípulos ao término de sua carreira, disse-lhes: “Tenhovos dito estas cousas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo.” João 15:11; Não estaria ele se referindo à alegria espiritual que provém do fato de conhecermos o amor do Pai, amor que ele manifestou com tamanha naturalidade?
Podemos expressar a alegria que provém da Alma, Deus, a fonte verdadeira da felicidade, quando com toda a fé e sinceridade fazemos uso da verdade espiritual que compreendemos. Uma verdade espiritual fundamental é a de que o homem é filho de Deus. Quando essa verdade é comprendida e aceita não há poder que possa tirar de nós a felicidade que é a herança natural recebida pelo filho de Deus.
Essa compreensão demonstra que aceitamos a verdade de que nosso ser é espiritual, não material. Nossa consciência e pensamentos refletem a alegria que se origina no Pai, o Espírito divino, o Amor. Compreendemos que, como filhos Seus, expressamos a alegria de viver, a saúde e a abundância do bem que são a realidade acerca de nosso ser. Submetemo-nos com satisfação à Sua vontade reconhecendo a infinidade de Seu amor. Ouvimos Sua voz e ficamos atentos à Sua orientação. Reconhecemos que não dependemos de condições materiais, mas do Princípio divino, o Amor, para nosso bem-estar.
Quando aceitamos a verdade de que o homem é filho de Deus, como Cristo Jesus o ensinou e a Ciência Cristã reitera, demonstrar esse fato em nossa vida diária passa a ser o mais importante de tudo. Paz, alegria e sabedoria emanam do Pai. Não aceitaremos o sofrimento, a tristeza e a dor como verdadeiros porque não emanam do Pai, mas são crenças mortais, o inverso de tudo o que é verdadeiro e bom. São mentiras que negam a onipresença de Deus.
A Sr.a Eddy escreve em Ciência e Saúde: “Para ser verdadeiramente feliz, é preciso que o homem se harmonize com seu Princípio, o Amor divino; é preciso que o Filho esteja em concordância com o Pai, em conformidade com Cristo.” Mais adiante acrescenta: “A verdade do ser torna o homem harmonioso e imortal, enquanto que o erro é mortal e discordante.” Ciência e Saúde, p. 337;
As sugestões do erro apresentam argumentos que contradizem a verdade. Alguns desses argumentos podem ser facilmente rejeitados, mas alguns são de tal forma sutis e envolvem conceitos materiais tão caros aos homens que estes os consideram como verdades e os aceitam como tal. Por exemplo, muitas pessoas acreditam que uma situação financeira precária pode ser solucionada através de amigos influentes; que o dinheiro resolve todos os tipos de problemas; que o dinheiro representa segurança; que a vida tornar-se-á interessante e substancial quando todos os desejos materias forem satisfeitos. Quão distantes estão essas crenças da verdade e que decepção e sofrimento trazem consigo!
Só há uma única resposta para essas interpretações errôneas: reconhecer Deus como Amor e obedecer Sua lei, a lei da Vida, da Verdade e do Amor. “Não fosse a tua lei ter sido o meu prazer, há muito já teria eu perecido na minha angústia” Salmos 119:92;, diz o Salmista. Precisamos buscar Sua lei e nos satisfazermos nela por meio da compreensão espiritual adquirida através do estudo, da oração, da inspiração e da aplicação.
O devotado estudo da Bíblia em conjunto com Ciência e Saúde e as demais obras da Sr.a Eddy iluminam nossa compreensão e nos levam a conhecer e a amar Deus e a compreender a verdade acerca de nosso ser.
A Sr.a Eddy deixa bem claro que “A Alma tem recursos infinitos para abençoar a humanidade, e a felicidade seria alcançada mais facilmente e estaria mais segura em nosso poder, se a buscássemos na Alma.” Ciência e Saúde, p. 60. Conseguese mudar o pensamento e a consciência de uma base material, humana, limitada e imperfeita para uma base espiritual, perfeita e ilimitada por meio de estudo, oração e demonstração do Amor divino. Obstáculos e provações que porventura surjam podem ser superados ao nos apoiarmos firmemente em nosso Pai-Mãe Deus. Quão mais difíceis parecem ser as provações à crença finita e material, maior deve ser nossa fé no Amor. O Amor sempre vence.
A Sr.a Eddy escreve extensivamente a respeito da felicidade que se origina na Alma. Inúmeras vezes senti essa felicidade que existe por si mesma, assim como Deus, sua única fonte, existe. E ela manifestou-se mais claramente na seguinte experiência. Nossa família teve de mudar-se de uma casa que possuía um grande jardim, e onde moráramos por mais de vinte anos, para um apartamento — mudança essa que parecia ser desvantajosa. Todos nós aceitáramos essa mudança confiantes de que o Amor controla tudo e compreendendo que nosso verdadeiro e permanente lar é a Mente divina. Essa verdade fez com que os preparativos da mudança fossem harmoniosos.
Uma tarde, porém, pouco antes da mudança, a tristeza tomou conta de mim. Fui invadida por argumentos e pensamentos negativos. Não os aceitei como verdadeiros porque não se originavam em meu Pai-Mãe Deus. Minha compreensão acerca da Ciência Cristã habilitaramme a contradizer a evidência dos sentidos materiais, mas mesmo assim parecia que toda verdade que eu declarara não estava vencendo a tristeza.
Foi então que com sincera humildade volvime a Deus: “Pai, nada posso fazer por mim mesma,” orei. “Minha esperança está em Tua graça.” Em poucos momentos senti-me em paz. Meu pensamento repentinamente ficou livre da invasão de agressiva ansiedade e tristeza e senti-me feliz. Nada acontecera exteriormente, mas o Amor, como o vento que espalha as nuvens negras e deixa aparecer o céu azul, dissipara a tristeza.
Que maravilhosa é a demonstração de que Deus é Amor, sempre próximo e pronto para auxiliar! A Alma, Deus, outorga e mantém nossa felicidade.