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Livrar-se das dívidas

Da edição de setembro de 1976 dO Arauto da Ciência Cristã


Muita coisa boa é levada a efeito pelo uso prudente do crédito, do empréstimo que se obtém e do empréstimo que se concede. Algumas pessoas, no entanto, ficam tão obcecadas pelo desejo de adquirir coisas que então assumem compromissos elevados embora já tenham dívidas em excesso. É óbvio que necessitam algo mais do que apenas suficiente dinheiro emprestado, a fim de acalmar os credores. Necessitam de sabedoria.

O hábito de estar muito endividado, ou de gastar demais, clama, em altos brados, pela necessidade de se obter e se demonstrar compreensão espiritual. Montanhas de dívidas podem representar um acúmulo de enganos e fracassos, uma tendência em concordar com a falsidade. Mas a soma total de todas as dívidas do mundo nunca poderá ser classificada senão como erro susceptível de ser corrigido, o qual a Ciência Cristã pode reduzir a uma nulidade comprovada.

Maus hábitos como esse e as penalidades que acarretam originam-se, todos eles, da ignorância ou da dúvida sobre a abundância sempre presente de Deus; originam-se da incapacidade das pessoas de conceber o Tudo que Deus é e da desconfiança delas no Seu poder irresistível de expressar Sua misericórdia de modo eficaz no cenário humano.

O ato de efetuar compras que passou abusivamente a sofrer coação a fim de se gastar mais, é uma doença corrosiva que exige atenção para ser curada. A Ciência Cristã pode proporcionar essa atenção porque nos mostra como mudar a direção de nossas vidas por mudarmos nossos pensamentos. Ao nascermos de novo — da materialidade para a espiritualidade — ajustamos o equilíbrio entre o gastar e o poupar, fortalecendo o caráter para que contemple os valores duradouros.

A oração promove o novo nascimento que traz a libertação. Em vez de nos acharmos perpetuamente algemados por dívidas, poderíamos poupar-nos crescente embaraço com a materialidade se nos puséssemos a orar antes de condescender em fazer novas dívidas. Continuar a assumir maiores compromissos, posterga apenas a solução do problema. A oração na Ciência Cristã reconhece a totalidade de Deus, todo o bem. Repudia tudo quanto tem um ressaibo do mal — incluindo a crença crônica na falta de recursos — como irreal, temporal, curável.

Quando afirmamos a verdade sobre a supremacia de Deus, podemos provar que Ele nos guia com infalibilidade e nos aprimora com Suas idéias espirituais. Dá-nos honestidade com a qual avaliar nosso status; dá-nos consciência com a qual reformá-lo; e inteligência com a qual melhorá-lo.

Deus dá-nos sabedoria e força espiritual. Quando atendemos a essa sabedoria, sabemos como aplicar nossa renda, fazer cuidadosamente nossas compras, sentirmo-nos satisfeitos com aquilo que está ao nosso alcance, ter a coragem moral de dizer não para as coisas que não podemos comprar, e exercitar engenhosidade para passar sem essas coisas.

Aceitando a inspiração espiritual que impede o desenvolvimento de um problema que envolve gastos, estamos nos preparando para que a integridade seja plenamente restaurada: a determinação de procurar e encontrar meios práticos com que liquidar débitos, e a manter as despesas razoavelmente sob controle.

As Escrituras aprovam que encaremos as exigências morais e espirituais, que adquiramos o domínio sobre o endividamento. Paulo escreveu: “Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; ... A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros: pois quem ama ao próximo, tem cumprido a lei.” Romanos 13:7, 8;

Não há dúvida de que é amável pagarmos às pessoas o que lhes devemos. É amável cultivarmos o hábito de não esbanjar a fim de estarmos em situação de oferecer caridade àqueles que temporariamente necessitam de nossa ajuda. É amável sermos misericordiosos com aqueles que têm dívida para conosco e que estão tentando pagar. E não é menos amável sermos firmes com aqueles que nos devem, mas parecem indiferentes quanto à sua responsabilidade moral de pagarem suas obrigações legais.

Mas o mais enternecedor de tudo isso é ficarmos na expectativa de uma pronta confirmação do direito inerente a todo indivíduo de provar seu próprio valor como filho de Deus e, portanto, de estar livre de dívidas. Numa análise final, essa dívida de amor que vê somente a verdade acerca de um Deus perfeito e do homem perfeito é tudo com que qualquer pessoa começa ou termina sua dívida com alguma outra pessoa. A Ciência Cristã sustenta a possibilidade presente, para toda pessoa, de gozar de uma situação econômica sadia.

Quando Jesus se viu frente a uma multidão faminta, e dispunha somente de uns poucos pães e peixes que, obviamente eram insuficientes para alimentá-la, ele não declarou que a situação era de falência. Estaria ele, talvez, mais apercebido da inexaurível abundância divina do que do receio sugerido pelos números e cálculos aritméticos, ou seja a evidência estatística de carência? Por certo não é desarrazoado acreditar que Cristo Jesus nunca renunciou ao pagamento de sua dívida primária de amar ao seu próximo, isto é, de pensar em espírito de verdade sobre seu próximo — até mesmo naquele momento quando a fome e a falta de recursos se exibiam como se fossem verdadeiros.

O narrador desse texto diz que Jesus tomou nas mãos o que havia e deu graças. Depois, encarando cristicamente o homem e toda a criação do ponto de vista de que são completos, pelo fato de se originarem da inteireza do seu criador, Jesus distribuiu alimento em quantidade mais do que suficiente para quatro mil homens, sem contar as mulheres e as crianças (V. Mateus 15:32–38).

Noutra vez, Jesus e alguns discípulos precisavam de dinheiro para pagar impostos. Acaso o Mestre recriminou alguém por tal imprevidência? Acaso julgou a falta de recursos como indício de fracasso no trabalho deles? Porventura sugeriu que mudassem de orientação no seu trabalho ou mudassem para uma localidade mais promissora? Não. Disse explicitamente a Pedro onde obter o dinheiro (V. Mateus 17:24–27).

Pois bem, a boca de um peixe não é normalmente considerada um local aprazível para um banco. É bem de ver que aí não há um processo convencional de ganhar dinheiro ou um processo muito exigente. Embora o processo de Jesus deixasse de lado as crenças populares de como fazer face às obrigações, seu método teve êxito.

Mesmo assim, precisamos ver sempre além das perspectivas limitadas do sentido material e da mente mortal. A bênção original que Deus deu ao homem inclui a promessa de domínio incomensurável sobre tudo. Os discípulos estavam invocando essa promessa na cura, no ensino e na pregação. Estavam a serviço de Deus, e assim sua remuneração se fazia por processos que provavelmente seriam tão desconcertantes para os materialistas de hoje quanto o foram então. De modo semelhante, muitas vezes inesperados, o abastecimento pode vir a todos aqueles que servem a Deus com sinceridade total quando na atualidade O invocam.

A Ciência Cristã mostra-nos que Jesus compreendia uma lei de oferta e de procura que superava o cálculo da economia humana. Ele demonstrou uma economia divina na qual a prosperidade, a abundância e o aumento são inerentes a cada pessoa, acessível na proporção exata em que vivermos com diligência, com sabedoria, e com um sentido de amor em maturação.

Jesus provou que um conhecimento do céu, onde a oferta e a procura são espirituais e sempre estão em perfeito equilíbrio, assume formas práticas para atender à necessidade humana, aqui e agora. Esse conhecimento do céu, a harmonia, e do Cristo eterno, a Verdade, que Jesus demonstrava, está agora à disposição de todos. Utilizarmos irrestritamente os tesouros do céu é nossa dívida para com Jesus, porque se assim fizermos isso falará com fidelidade de sua missão e, portanto, nos ajudará a cumprir nossa responsabilidade de amá-lo.

A Ciência Cristã explica que a economia perfeita de um viver abundante é na realidade a única economia. A partir da premissa das Escrituras, que diz respeito ao homem criado na semelhança de Deus, esta Ciência apresenta o raciocínio de que a riqueza afluente de Deus necessita da riqueza afluente do homem. Tudo o que parece ser de modo diferente não passa de um sentido falso e material das coisas; esse se desvanece na demonstração da realidade espiritual, como Jesus provou.

Encarados corretamente mediante a compreensão da perene união do homem à amplitude de Deus, pode-se perceber que os recursos existem de fato dentro da nossa identidade verdadeira. Confiando nesses recursos, o homem pode tornar instantaneamente sem efeito seus fracassos do passado, quando tentava realizar-se. A substância divina, incluindo todas as idéias corretas que o homem reflete, excede para sempre às necessidades mais prementes. A substância é infinita, incapaz de ser esgotada ou de ser deficiente. Nem a matéria nem a mente mortal têm acesso à substância. Nenhuma inteligência existe com a qual se possa dotar de força a oposição levantada à Ciência Cristã.

Poder-se-ia citar muitos outros recursos substanciais além da esperança, da fé, da coragem, da persistência. No que concerne a haveres espirituais, somos todos multimilionários. Não obstante, nenhum de nós é suficientemente rico para condescender às exigências insaciáveis da insatisfação, da dúvida, do desânimo, do derrotismo. Quando admitimos esses hóspedes dispendiosos, negamos a substância e assim privamo-nos da inteireza de cada momento. Por que não atrair e acalentar qualidades úteis que formarão nosso fundo de reserva espiritual?

Talvez diríamos que em vez de lutarmos para nos livrar das dívidas, a aplicação séria da Ciência Cristã habilita a todo aquele que a põe em prática a dar para ser livre de dívidas — isto é, aceitar prazenteiramente que Deus dá tudo quanto Ele tem, e deixar que esse dar flua através de suas boas obras para abençoar a todos. A Sr.a Eddy partilhou conosco uma vereda aprazível para receber e dar. Ela escreve: “Queira Deus dar-vos todo aquele sentido amoroso de gratidão que se delicia na oportunidade de encerrar contas.” Miscellaneous Writings, p. 131;

O certo é que ninguém pode sentir falta de gratidão quando Deus a supre infalivelmente. Segue-se daí que nós nunca podemos estar sem os recursos de tornar conhecida a nossa gratidão por serviços que nos prestaram, por posses adquiridas e bens consumidos. Assim podemos antecipar imparcialmente o amor fraterno para todos, como Jesus fazia. Assim sendo, o melhor de tudo é que descobriremos nossa própria natureza verdadeira bem como as de outros como filhos de Deus, os herdeiros reais do Amor. Descobriremos que nós mesmos estamos recebendo, diretamente, graça abundante e atendendo aos termos que cumprem a equação na Oração do Senhor: “O pão nosso, de cada dia, dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores.” Mateus 6:11, 12.

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