[Este artigo sobre a Escola Dominical aparece ao mesmo tempo, em inglês, no Christian Science Journal.]
Qual é exatamente o lugar que a Lição-Sermão ocupa no ensino da Escola Dominical?
Não pode ser de pouca importância, pois a Sr.a Eddy diz-nos que a prosperidade da Ciência Cristã grandemente depende da Lição-Sermão (V. Manual de A Igreja Mãe, § 1º do Art. 3º.)
No entanto, a experiência comprova que a leitura rotineira da lição durante toda a aula, ou o fazer uso dessa hora para que os alunos expliquem o que cada trecho significa, não constitui genuíno ensino, nem estão esses métodos à altura do que o Manual requer (V. §§ 2º e 3º do Art. 20), pois este diz que a instrução deve adaptar-se às necessidades do aluno. Além disso, ao invés de aumentar o interesse e o entusiasmo do aluno pela Ciência Cristã, esses métodos podem deixar o aluno com a impressão de que o estudo da lição é uma árdua tarefa semanal da qual deve desincumbir-se; ao passo que deveria ser uma alegria que se expande infinitamente, e uma fonte, dada por Deus, para solução de seus problemas.
Outro extremo, igualmente indesejável, seria o de simplesmente não fazer menção alguma da lição no decorrer da aula.
Seria de melhor alvitre deixar que a lição entre em ação na hora e na forma que melhor se adaptem às necessidades da classe. Quando esse método evolui do profundo amor que o próprio professor nutre pela lição, e da aplicação prática que dela faz durante a semana, fica estabelecido um exemplo que os alunos podem emular.
Eis algumas idéias que foram bem sucedidas em auxiliar alunos a apreciar e a fazer uso da Lição Bíblica com regularidade. Essas idéias foram, de certa forma, agrupadas de acordo com a faixa etária dos alunos.
Os bem pequenos
Apesar de as crianças ainda não estarem alfabetizadas, pode-se-lhes ensinar que a lição existe, que usa a Bíblia em conjunto com Ciência e Saúde de autoria da Sr.a Eddy, e que em ambos os livros podem ser encontradas frases belas e úteis.
Os alunos, até mesmo os bem pequeninos, estão prontos para ouvir histórias bíblicas que constam da lição da semana, e para decorar trechos de Ciência e Saúde bem conhecidos e apreciados, como: “O Amor divino sempre satisfez e sempre satisfará a toda necessidade humana” (p. 494). Essa introdução os auxiliará a antecipar com alegria a época em que poderão ler a lição por si mesmos.
Mesmo os bem pequeninos podem aprender a reconhecer esses dois grandes livros e a manuseá-los com amor e reverência.
As crianças sentem-se atraídas pela cruz e a coroa na capa do livro-texto e não é difícil ensinar-lhes algo sobre o significado de cada um em termos ao seu alcance. Estão aptos a compreender o que é nutrição, e pode-se-lhes ensinar que a Lição-Sermão provê alimento, alimento novo a cada semana. A história do maná que alimentou os filhos de Israel presta-se a essa analogia.
Os alunos mais velhos
O estudo profundo da lição pode ser iniciado surpreendentemente cedo. Às vezes subestimamos a capacidade e o desejo que têm os alunos de se aprofundarem no estudo da Ciência Cristã. Se não lhes proporcionamos o máximo que são capazes de digerir de “alimento sólido” da Palavra, possivelmente estejamos privando-os de seu interesse.
Podemos mostrar-lhes que um profundo estudo da lição abrirá áreas ainda não exploradas do pensamento e que através do estudo e da prática podem tornar-se verdadeiros pioneiros de nossa época. A Sr.a Eddy diz em The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany (p. 158): “Vivemos numa época da divina aventura do Amor, na qual ele demonstra ser o Tudo-em-tudo.”
Vários professores escreveram para A Igreja Mãe com respeito ao uso da Lição-Sermão no ensino da Escola Dominical. Escreve uma professora: “Trabalhar sempre para compreender e praticar a Ciência Cristã com mais eficácia através de meu próprio estudo da lição, e procurar permanecer com a lição em meu pensamento durante todo o dia, toda a semana, faz com que eu seja capaz de transmitir à classe o poder e a utilidade da lição.
“Durante a aula faço uso de trechos da lição da semana para guiar nosso pensamento e o debate. Nunca deixei de encontrar na lição um trecho que atendesse a qualquer necessidade da classe.”
Essa professora acha que o uso da lição em aula, de modo levemente indireto, trouxe muitos bons resultados aos seus alunos.
Outra professora que dá destaque à lição em seu plano de aula, diz que anima os alunos a estudar a lição durante a semana precedente para que a discussão em classe possa ser avivada e iluminada pelo que aprenderam. Acima de tudo, mostra aos alunos como explorar a lição em certa profundidade e como pô-la em prática.
Esse trabalho de pesquisa pode incluir a consulta a um bom dicionário em busca da definição ou origem correta — e às vezes variada — de palavras-chaves de uma frase — palavras como infinito, imagem, perfeito, adamantino. A seguir o aluno é animado a ver como essas palavras importantes, e as idéias que elas representam, podem ser aplicadas à vida diária. Por exemplo, o estudo da palavra “infinito” pode ampliar o conceito que o adolescente tem acerca de Deus, abrindo-lhe amplas oportunidades de emprego ou de amizades sãs e felizes.
Outra forma de pesquisa pode ser a que toma uma frase conhecida de Ciência e Saúde, como “espiritualização do pensamento” (p. 382) e estuda tudo o mais que a Sr.a Eddy escreve sobre o assunto. Esse estudo imbuirá o pensamento do aluno da verdade básica e da convicção de que essa verdade tem um poder que pode ser demonstrado. Se ele acredita ter dificuldade em aprender, ou sente-se intimidado por colegas, sua compreensão crescente do que pode ser conseguido com o pensamento espiritualizado mostrar-lhe-á o caminho para a cura.
Ou então, o aluno poderá dedicar tempo ao estudo de uma história bíblica que conste da lição da semana — pesquisando o ambiente histórico da época, ou o caráter do seu personagem principal. O Apêndice B nas Concordâncias indicar-lhe-á o que a Sr.a Eddy porventura escreveu acerca da história. Então poderá perguntar-se: “Como posso aplicar essa história a meu próprio caráter e vida?” A amizade entre Davi e Jônatas poderá ensinar-lhe a procurar qualidades como firmeza e fidelidade em suas próprias amizades, por exemplo.
Pode-se ensinar os jovens a estudar a lição em maior profundidade fazendo-se perguntas que os instiguem a pensar: “Por que tal história bíblica terá sido incluída na lição?” ou “O que esse trecho de Ciência e Saúde explica acerca da história bíblica?” Muito úteis são, às vezes, as perguntas que ajudam a ver, por exemplo, a relação entre um e outro trecho determinado, a relação entre o Texto Áureo e a lição em si, a relação entre o tema da lição e os problemas atuais. Finalmente, os professores podem ensinar seus alunos a familiarizarem-se com as concordâncias, dicionários e demais livros de consulta, e mostrar-lhes como estes recursos podem ser usados no estudo da Lição-Sermão.
Além de aprenderem como explorar a lição em maior profundidade, os alunos podem ser auxiliados a discernir seu poder protetor. Por exemplo, com as classes de alunos mais velhos, é útil manter-se em mente que os jovens necessitam hoje de defesa especial contra a crença de que moral lassa é liberdade. A lição fornece-lhes essa defesa diária. Pode servir de vigia silencioso da consciência; os jovens podem ser levados a reconhecer esse fato acerca da lição e serem abençoados por isso.
Faz-se necessário que cada um de nós torne nula a resistência do mundo à Lição-Sermão. Incontável número de pessoas em todo o mundo estuda essa lição diariamente, portanto a consciência dos homens em geral está sendo firme e constantemente impelida a níveis mais elevados. A mente mortal pretende estar dotada de poder para resistir a tudo o que revela sua nulidade, e essa resistência bem pode manifestar-se como falta de vontade, por parte do aluno ou do professor, de estudar a lição. Ou poderá manifestar-se sob a forma de inaptidão por parte do professor para discernir uma forma natural e fácil de trazer a lição à luz num debate em classe. À medida que percebemos que o culpado é o magnetismo animal, que é desprovido de poder, e não uma pessoa, tornamo-nos capazes de vencer essa resistência.
A lição une todos os estudantes de Ciência Cristã num mútuo desenvolvimento espiritual. É o método de estudo do Cientista Cristão. Não pode estar ausente da Escola Dominical. O professor que estudou a lição durante a semana e fez com que ela estivesse presente em sua consciência todos os dias, ensina com mais compreensão, e em conseqüência, seu ensino torna-se mais compreensível. O aluno, que por sua vez tenha feito o mesmo, traz para a aula pensamentos mais iluminados que tenderão a aceitar novas idéias sem resistência e estará pronto para explorar novos conceitos mentais.
Nossas Lições Bíblicas são meios esplêndidos e práticos de auto-educação na Ciência Cristã, e certamente a nenhum aluno é preciso deixar a Escola Dominical ao completar 20 anos sem levar consigo uma admiração profunda por essa grande dádiva. Essas lições são únicas no mundo de hoje. Seus temas divinamente inspirados anulam as mais variadas sugestões da mente carnal por meio dos fatos espirituais da Mente divina, e o fazem com grandioso poder!
Bibliografia recomendada:
1. Manual de A Igreja Mãe: Artigo 20
2. O Arauto da Ciência Cristã: 1975 Série: “Como Estudo a Lição-Sermão.”
Gostaria você de compartilhar suas experiências advindas do ensino baseado na Lição-Sermão? Idéias e exemplos acerca de seu uso são bem-vindos para que possamos partilhá-los com os demais. Escreva para:
The First Church of Christ, Scientist
Department of Branches and Practitioners
Sunday School Section
Christian Science Center
Boston, MA, E.U.A. 02115
[Esta coluna aparece trimestralmente no Arauto da Ciência Cristã]