Em Ciência e Saúde a Sr.a Eddy faz a pergunta: “Pode a matéria expulsar a Vida, o Espírito, e assim derrotar a onipotência?” Ciência e Saúde, p. 357; No mesmo livro, ela escreve: “A matéria não tem vida a perder, e o Espírito nunca morre.” ibid., p. 275; A matéria não pode expulsar a Vida e não pode derrotar o todo-poder divino. A matéria não pode expulsar a Vida porque a matéria não trouxe a Vida aqui. Deus, a Vida, está aqui porque é da natureza eterna de Deus ser todo-presente.
O mesmo é verdadeiro a respeito do homem, a representação e expressão individual da Vida. A matéria não pode expulsar o homem porque a matéria não trouxe o homem. O homem está presente porque a Vida, o Espírito, o criou e o colocou onde ele está. O homem está aqui, não pela vontade da matéria ou de uma cadeia de ancestrais mortais e materiais, mas pela vontade de Deus, a única origem verdadeira e o único pai-mãe verdadeiro do homem. Por isso, o homem não pode ser expulso pela matéria ou por qualquer condição material.
Para o Cientista Cristão isso não é mera teoria. Fala do que sabe e, até certo grau, demonstrou. João escreve na sua primeira epístola: “O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com nossos próprios olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida, ... o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros.” 1 João 1:1, 3;
Os primeiros cristãos podiam falar e curar com confiança em virtude do que realmente tinham observado no ministério curativo de Cristo Jesus. Assim hoje, quando o Cientista Cristão afirma que a matéria não pode descartar a Vida ou a expressão individual da Vida, está falando com base em observação íntima e imediata. Em sua experiência, ou na de outros que lhe são próximos, viu o Cristo, a Verdade, curar. Viu a toda-presença invencível da Vida, reconhecida e aceita, inverter a pretensão da matéria em decidir sobre presença ou ausência. E na medida em que foi reconhecido que a matéria não pode trazer a Vida para cá ou expulsá-la, a saúde e o vigor foram restaurados.
Como colunas gêmeas no registro da experiência terrena de Jesus, estão as histórias do Natal e da Páscoa. Para evitar ambigüidades, melhor seria chamá-las de os fatos do Natal e da Páscoa. Não são mitos, lendas ou alegorias. Aconteceram na história humana em datas e locais específicos.
Genericamente, o evento do Natal inclui o anúncio angelical da vinda de Jesus, sua concepção e seu nascimento de uma virgem. O evento da Páscoa pode ser dito como incluindo a ressurreição e a ascensão. Nesses acontecimentos os modos comuns de entrar e sair da cena humana foram completamente postos de lado. Nem a matéria, nem o que de pior as mentes carnais pudessem fazer-lhe, poderiam expulsar Jesus dessa cena, porque nem a matéria, nem a vontade das mentes carnais o trouxeram até ali. Ele havia vindo pelo poder do Espírito, o único Criador do homem, a fim de curar e salvar; e nada podia impedir o cumprimento de sua missão.
Na Ciência Cristã a ressurreição e a ascensão de Jesus são aceitas inequivocamente como acontecimentos históricos. Do mesmo modo, se consideram sua concepção e seu nascimento casto. Ciência e Saúde afirma: “Jesus era o filho de uma virgem. Foi escolhido para proclamar a palavra de Deus e aparecer aos mortais sob tal forma de gênero humano, que eles pudessem não só perceber como também compreender. Maria concebeu-o espiritualmente, pois só a pureza podia refletir a Verdade e o Amor visivelmente encarnados no bom e puro Cristo Jesus.” Ciência e Saúde, p. 332;
Jesus ensinou e exemplificou a imortalidade do homem; mostrou que o homem individual não pode ser afastado da vida por agressões da matéria. Também ensinou e exemplificou a eternidade do homem; mostrou que o homem individual não depende de reconhecidos métodos materiais para estar onde está, mas sempre coexistiu com Deus.
Essa eternidade do homem não é uma série de reencarnações terrenas e pessoais, de sucessivas aparições na carne. A vida eterna do homem é inteiramente espiritual, sempre expressando a Vida divina, o Espírito.
Jesus disse: “Ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá desceu, a saber, o Filho do homem [que está no céu].” João 3:13; O verdadeiro ser do homem nunca deixa o céu. A claridade do sol permanece inobscurecível pelas nuvens que, de um ponto de vista terreno, a encobrem. De igual modo, do ponto de vista da realidade espiritual, aquilo que o homem individualmente expressa da radiância divina, permanece inobscurecível por fases da mortalidade. Qualquer que seja o quadro mortal, o homem vive, sem nascer, sem definhar, sem morrer, para sempre na presença de Deus.
As várias mitologias antigas, em suas histórias de um nascimento casto, sugerem o profundo anseio da humanidade em achar a origem do homem numa fonte mais elevada do que as condições materiais ou os processos biológicos. Na Ciência Cristã, o fato de Jesus ter nascido de uma virgem é reconhecido como algo singular. Esse fato, no entanto, não deve nem precisa ocorrer de novo. Ele atesta da natureza eterna e espiritual do homem que existiu antes do mundo e que coexiste com a Vida, o Espírito, Deus.
A vinda de Jesus foi única em seu estilo. Mas Jesus disse ao fariseu Nicodemos que este precisava nascer de novo, nascer do Espírito. V. versículos 1–8. Nesse sentido cada um de nós pode renascer, ser concebido em pureza e nascer do Espírito. Todos podemos reconhecer nossa verdadeira linhagem não nos registros físicos, mas na substância espiritual e nas qualidades de Deus, que é tanto nosso Pai como nossa Mãe.
Essa identificação correta de nossa linhagem é um passo espiritual importante. Dá-nos a base para resistir a todas as pretensões da matéria de impedir ou derrotar os propósitos da onipotência em nosso favor. A onipotência divina não pode ser derrotada.