Sogros e avós: feliz a família humana que inclui as qualidades de sabedoria e amor desprendido que esses homens e mulheres haurem de Deus e que aprenderam a expressar, mediante longa experiência.
Há alguns anos calculou-se que nos Estados Unidos trinta e oito milhões de homens e mulheres — mais que 25 por cento da população acima de quinze anos — era da geração de sogros e avós. Em outros países ocidentais, sem dúvida, pode-se contar com proporção semelhante, na mesma categoria. Faz bem pensar no modo em que pessoas maduras, quer vivam com as famílias ou longe delas, podem dar bom exemplo e contribuir com riqueza de qualidades espirituais para os seus parentes e o mundo.
Na verdade, os homens e as mulheres que Deus fez, nem são velhos, nem moços, nem têm laços carnais de família. São todos filhos do único Pai, idéias do Princípio eterno, o Amor. Refletem as qualidades do Ser espiritual, isentas de tempo e de idade, e moram na unidade da única Mente criadora e infinita. Manifestam a sabedoria da Mente, a alegria e doçura da Alma, e a vitalidade do Espírito.
Todo filho e filha individual de Deus, quer esteja representado humanamente como criança, adolescente ou cidadão idoso, é, em seu verdadeiro ser, a imagem da Vida eterna. Faz parte integrante de toda a manifestação unida, ou família espiritual, do único Pai-Mãe divino. Na sua natureza ideal individual, cada um é indispensável a Deus e ao Seu universo. A representação de sua identidade espiritual é essencial para a manifestação total do Ser divino; e é essencial também para cada um dos outros homens e mulheres. Sem ela, a glória da natureza de Deus estaria expressada só em parte. O universo de Deus estaria incompleto e o homem, desprovido — algo impossível, uma vez que Deus é indivisível e o homem criado por Ele está intacto.
Embora esteja eternamente presente, esta individualidade espiritual do filho de Deus não se torna imediatamente evidente na experiência humana. Necessita ser revelada mediante a Ciência Cristã e demonstrada por todos, mediante esforço devotado.
De conformidade com o sentido material, os indivíduos começam como criancinhas indefesas e crescem em estágios até a maturidade física. Se o desenvolvimento espiritual e verdadeiro estiver de par com o crescimento do ser corpóreo, a velhice será de felicidade, pois sempre há alegria na Alma.
Alcançar maturidade em expressão espiritual requer consagração — desejo dedicado de viver intencionalmente de acordo com a imagem que Deus fez à Sua semelhança. Requer o desejo de servir não apenas a Deus mas aos homens, pela manifestação do grau mais alto possível das qualidades do ser espiritual.
De acordo com a Ciência Cristã, esse desenvolvimento ocorre no que a Sr.a Eddy refere-se como sendo a “escola preparatória da terra”. Escreve ela: “É preciso tirar o máximo proveito da escola preparatória da terra.” Ciência e Saúde, p. 486;
Essa escola de desenvolvimento espiritual faz exigências severas. Requer humildade — a disposição de encararmos os nossos pontos fracos e a determinação de superá-los por expressarmos mais da natureza divina. Quando aprendidas as suas lições, os indivíduos tornam-se mais amorosos e mais amados, mais independentes, saudáveis, úteis e contentes. Então eles seguem este conselho da Sr.a Eddy: “Disponhamo-nos a servir, em vez de comandar, a bater à porta dos corações humanos, em vez de empurrá-la, e a permitir a cada um e a todos os mesmos direitos e privilégios que reclamamos para nós mesmos.” Miscellaneous Writings, p. 303; Haverá preparação melhor para o relacionamento ideal entre as gerações da família humana?
Os papéis de sogros e avós são importantes na família. Todo aquele que os preenche com graça espiritual sabe que tem uma contribuição distinta e especial para dar ao bem-estar geral e que é altamente valorizado. Esses papéis são diferentes dos que os pais desempenham, e exigem maturidade ainda mais avançada de compreensão e expressão espirituais. Em sua mais elevada manifestação humana, requerem desprendimento, ternura, fortaleza de sabedoria e de fé, paciência e compaixão. Desempenham função essencialmente altruística, prestando serviços a outros por meio da manifestação generosa de qualidades e idéias espirituais.
A Bíblia relata que numa ocasião em que a sogra de Pedro estava doente, com febre, Cristo Jesus veio até a casa dela e a curou. Diz: “Jesus tomou-a pela mão, e a febre a deixou. Ela se levantou e passou a servi-lo.” Mateus 8:15;
Quanto a família e o mundo de hoje podem beneficiar-se do toque prestadio daqueles que foram despertados para a atividade espiritual por meio do Cristo! É incalculável o poder de curar que têm. E, ao usá-lo, os membros mais idosos não somente abençoarão, mas também serão abençoados. A resposta ao seu amor altruístico lhes suprirá as necessidades, e toda a família será enriquecida pela afeição mútua.
A Sr.a Eddy certa vez escreveu a seus alunos o seguinte: “Os Cientistas Cristãos, seus filhos e netos até às mais recentes gerações, inevitavelmente amam-se uns aos outros com aquele amor com que Cristo nos amou; amor desprendido, sem ambição, imparcial, universal — que ama só porque é Amor.” Pulpit and Press, p. 21. Tal amor cimenta as afeições de nações, bem como de famílias. O centro dele é o lar, mas sua influência estende-se por todo o mundo.