Vez ou outra, o estudante novato de Ciência Cristã ouve falar com insistência acerca do magnetismo animal, ou a crença de que o mal seja real e poderoso — acerca do que tem feito, ou pode vir a fazer-lhe. É possível que passe a temê-lo. Mas, será necessário temer o magnetismo animal? A resposta é Não, apesar de que para eliminar suas pretenções precisamos estar cientes daquilo que o mal proclama fazer e de como alega agir.
O magnetismo animal é irreal, é nada. Deus, a Mente divina, é o único poder no universo, e Ele é inteiramente bom. Na realidade, não há nada a ser temido, porque uma das verdades básicas da Ciência divina é que Deus é Tudo. Se Deus é Tudo, que outro poder ou presença pode haver? O que há para ser temido?
Certa ocasião defrontei-me com uma série de pequenos problemas físicos. Logo que uma dificuldade era sanada, outra surgia. Alguém comentou comigo que isso era “apenas magnetismo animal”, a discórdia, que estava se intrometendo em meu pensamento e tomando a forma de diferentes problemas físicos. Magnetismo animal! Essa expressão começou a tomar vulto em meu pensamento, sugerindo tratar-se de algo real, algo poderoso, que poderia atingir-me, e portanto, algo a ser temido.
Comecei a estudar o que a Sr.a Eddy diz a respeito desse termo e encontrei esta afirmação: “Na Ciência Cristã, magnetismo animal ou hipnotismo é o termo específico para o erro, ou seja, a mente mortal. É a crença errônea de que a mente esteja na matéria, e que seja tanto má quanto boa; que o mal seja tão real como o bem, e mais poderoso. Essa crença não tem uma única qualidade da Verdade.” Ciência e Saúde, p. 103; A Mente não está na matéria porque Deus é Mente, e Ele é infinito; há apenas uma Mente, a Mente infinita, a qual nunca pode estar na matéria finita.
Não é um fato — é apenas uma falsa crença — que a mente seja tanto má quanto boa. E essa crença, por não ter base na verdade, não exerce poder sobre nossas vidas. Destruímos seu suposto poder ao lhe reconhecermos a irrealidade. Consideremos a palavra “onipotência”. Como onipotência significa todo-poder, não pode haver nenhum outro poder. Na Bíblia, Deus é considerado onipotente. O autor do Apocalipse escreve que ouviu uma voz “como de fortes trovões, dizendo: Aleluia! pois reina o Senhor nosso Deus, o Todo-poderoso ” Apoc. 19:6;. Como Deus, o bem, é onipotente, o mal não tem poder; e é uma falsa crença a de que o mal tenha tanto poder quanto o bem, ou mais poder que o bem. É uma falsa crença a de que o mal tenha qualquer poder.
Podem as falsas crenças prejudicar-nos? As falsas crenças parecem prejudicar-nos somente na medida em que as aceitarmos como verdadeiras. Quando Colombo fez sua viagem ao Novo Mundo, era crença generalizada a de que o mundo fosse plano. As pessoas aceitavam essa noção como um fato a ponto de limitarem suas próprias oportunidades e vidas. Colombo sabia outra coisa. Em vez de permitir que essa falsa crença o limitasse, recusou-se a aceitá-la.
Não importa quantas pessoas creiam que a mente está na matéria, essa crença não torna a afirmação verdadeira. Não obstante muitas pessoas crerem que o mal seja tão real quanto o bem, essa crença não faz com que o mal seja real. As pessoas, porém, são em larga medida, governadas por suas falsas crenças, e assim, aquele que acredita que o mal é real, está sujeito a deparar-se com o mal em sua vida. Quando aprende que somente o bem é real, pode demonstrar o bem em sua vida.
Às vezes, depois de havermos aprendido que somente o bem é real e que somente o bem tem poder, parecemos continuar a sofrer os efeitos da influência mental errônea de outros. Isso também pode ser superado. O pensamento errôneo ou falso de outros não tem poder real ou controle sobre nós. A Sr.a Eddy escreve: “A Ciência Cristã classifica os pensamentos da seguinte forma: os pensamentos corretos são realidade e poder; os pensamentos errôneos são irrealidade e acham-se desprovidos de poder, possuindo a natureza dos sonhos. Os bons pensamentos são potentes; os maus pensamentos são impotentes, e assim deveriam parecer.” Miscellaneous Writings, p. 252;
Os pensamentos corretos que entretemos são poderosos, e nos são reais. Os pensamentos errados que entretemos, ou que outros entretêm, são desprovidos de poder e não podem controlar-nos ou afetar-nos.
Uma pergunta que perturba muitos novatos no estudo de Ciência Cristã, é de onde procede o mal? Se o erro, o mal, é irreal, por que parece ser real? Mas se sabemos o que é real, e somos capazes de provã-lo, será que precisamos procurar resposta para aquilo que na realidade não existe? Um motorista que no deserto vai em direção a uma miragem, e reconhece-a ao vê-la, não se detém, nem se preocupa com a razão por que a miragem lá está, ou com a origem dela. Continua na direção da miragem sabendo que ela desaparecerá. Reconhece-a como ilusão. Isso é tudo o que precisa saber a respeito dela.
É exatamente isso o que precisamos fazer. Ao invés de perdermos tempo tentando descobrir a origem do mal ou de alguma discórdia, precisamos saber que não é real agora, nunca foi real, e nunca será real. Ao invés de divagarmos quanto à origem da ilusão, podemos continuar em frente como o motorista no deserto. Precisamos reconhecer que Deus e Sua perfeita criação é tudo o que existe, e prosseguirmos baseados nesse fato, sabendo que o mal, o erro, desaparecerá, à medida que avançarmos em direção à Verdade.
Um fato que se passou comigo ilustra a importância de saber que a discórdia é irreal. Certo dia, ao fazer limpeza, usei uma nova marca de um produto para limpar fogão. As instruções recomendavam grande cuidado para que a substância não penetrasse nos olhos, mas no caso de isso acontecer, que se procurasse imediatamente um médico. Apesar de ter sido cuidadosa, respinguei um pouco do produto nos olhos, e imediatamente comecei a sentir fortes dores. Depois de os haver lavado e secado, fiquei indecisa quanto a telefonar a um praticista da Ciência Cristã para solicitar-lhe auxílio, ou enfrentar a situação inteiramente pelo meu próprio estudo e oração.
Ocorreu-me um pensamento inspirado. “Deixar-me-ei governar pela realidade ou pela crença falsa — a crença de que sou um ser material, e de que os produtos químicos têm poder para prejudicar-me? Ou deixar-me-ei governar pelo fato de que sou a imagem e semelhança de Deus, que faço parte de Sua criação espiritual, e que por ter Ele todo o poder, não há nada que tenha poder de prejudicar-me?”
Pensei então: “Se estou sendo governada pela realidade, vou continuar com o serviço como se nada tivesse acontecido.” E foi o que fiz — continuei a limpar o fogão. A dor desapareceu quase instantaneamente. Horas mais tarde, quando olhei no espelho, constatei não ter vermelhidão ou qualquer outro sinal de problema nos olhos.
Certa feita Cristo Jesus enviou setenta de seus seguidores a pregar o evangelho e curar. Quando os setenta voltaram regozijando-se por haverem curado os doentes, Jesus disse: “Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo, e nada absolutamente vos causará dano.” Lucas 10:19;
Jesus confiava na onipresença e onipotência de Deus, podendo assim afirmar de novo a seus discípulos que nada podia causar-lhes dano. Também podemos ter certeza de que pelo fato de Deus ser Tudo, estar sempre presente e ser todo-poderoso, não há nada que possa prejudicar-nos. Seja qual for o nome que o erro use — magnetismo animal, Satanás, diabo, doença — ele nada é. O autor do Apocalipse refere-se ao diabo como um “dragão, grande, vermelho” Apoc. 12:3;, e ao falar acerca do nada do mal, ou do grande dragão vermelho, a Sr.a Eddy escreve: “Talvez fiquemos perplexos ante o medo humano; e talvez fiquemos ainda mais assombrados ante o ódio, que levanta sua cabeça de hidra e mostra seus chifres nas muitas astúcias do mal. Mas por que deveríamos ficar apavorados ante o nada?” Ciência e Saúde, p. 563. De fato, por que deveríamos temer o magnetismo animal?