Por ser o homem criado à imagem de Deus, o Princípio divino, sua expressão da perfeição é constante. O verdadeiro ser é invariável. Ilustra continuamente o bem. As ações e os pensamentos do homem nunca oscilam — nunca ficam à deriva. A consciência individual genuína não se move rumo à perfeição nem para longe dela, mas está sempre no ponto da perfeição.
A Ciência Cristã ensina como a compreensão desses fatos pode abençoar profundamente e curar plenamente as propensões ou tendências humanas instáveis. As que são boas se confirmam, enquanto as outras se desfazem. Do ponto de vista humano, as pessoas vagueiam rumo ao bem ou ao mal, são impelidas para o certo ou para o errado, tendem a ser influenciadas pelo verdadeiro e pelo falso. Tais tendências ilustram a instabilidade inerente à mente mortal. A própria natureza da mente mortal carece de estabilidade, porque ela se apóia na crença errônea de que a consciência é pessoal, tendo por base um cérebro e sujeita aos elementos da hereditariedade e do meio-ambiente.
Deus, o Princípio divino, é infinito, absoluto e imutável. Uma aceitação incondicional e esclarecida desse fato e das implicações que ele contém para o homem, eleva nossas vidas acima do materialismo caprichoso. De modo prático, vemos o efeito desse poder curativo como o bem em nossas vidas — talvez de início uma inclinação, e depois uma constante. A Bíblia registra: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação, ou sombra de mudança.” Tiago 1:17;
Quando nossa tendência para o bem brota de uma sólida percepção de que Deus é Tudo, estamos bem mais próximos de um curso firme e progressivo. Mas se nossas tendências se apóiam apenas em elementos da mente humana, não há garantias de estabilidade e de progresso permanente.
Esses pontos podem ser úteis aos pais que querem proteger os filhos contra o sutil desenvolvimento de tendências humanas desnecessárias.
Um dentista talvez fale dos anos em que as crianças são “propensas a cáries”. Mas nenhuma lei exige suscetibilidade a cáries. A tendência àquele sofrimento apóia-se somente numa aceitação geral pelo pensamento humano, reforçada e sustentada por crenças. Não tem forças suficientes para manter-se por seu próprio mérito. A lei de Deus estanca essa tendência errônea.
Existem outras assim chamadas tendências e propensões que devem ser desafiadas ao invés de aceitas submissamente. Por exemplo, a sugestão de que algumas crianças tendem a ter acidentes. Que uma criança tende a ser excessivamente tímida enquanto outra tem propensão para a superatividade ou a hemorragia nasal, ou é inclinada a amuar-se ou a resfriar-se.
O perigo sutil aí é a perpetuação de tais dificuldades por serem consideradas inevitáveis como parte do desenvolvimento infantil. Mas os que se voltam à Ciência Cristã para a cura, dão-se conta de que há verdades eficazes que, ao serem fielmente aplicadas, são preventivas. A verdade elimina aquilo que mais tarde poderia tornar-se pronunciado ou agudo. Os pais podem desafiar eficientemente toda a mentira de que a criança tenha de sofrer as infelizes tendências gerais repetidamente atribuídas à juventude. Inevitavelmente as verdades sanadoras que põem paradeiro a tais erros começam com a relação científica de cada indivíduo para com Deus. Sob Seu cuidado, a alegria, a saúde, a segurança e a bondade do homem são constantes. Não sobem e descem como a maré, ou vagueiam rumo à perfeição ou para longe dela. O Princípio e sua criação são imutáveis.
Considera-se que certas propensões sejam herdadas. Se fôssemos aceitar a paternidade do homem como sendo material, isso pareceria uma teoria razoável. Se o homem se originasse mental e fisicamente como o produto de uma função material, poder-se-ia esperar que atuasse em larga escala em coerência com os traços da história dos pais. Mas os fatos são bem outros. O homem é nascido da Verdade e do Amor. Seu verdadeiro Pai-Mãe é Deus somente. O pensamento e a ação do homem são inteiramente coerentes com esse único Pai eterno — porque sua ação é a expressão desse Progenitor. As tendências humanas têm de dar lugar à constância do bem que é verdadeiro em Deus e Sua criação e, assim, uma concretização inevitável para cada um de nós.
Pais que oram por seus filhos reivindicarão para si mesmos estarem plenamente livres de qualquer das assim chamadas tendências dos pais. (Tem-se dito por brincadeira que até a insanidade é herdada. Os pais a pegam dos filhos!) O indivíduo que conscientemente expressa o único Pai não tem propensão de reagir a uma criança ou de lhe ignorar as necessidades. Em vez disso, responde com firmeza e amor. Não está propenso a temer pela criança ou a sentir-se sobrecarregado pelo sentido de responsabilidade pessoal quando confia o filho a Deus. O relacionamento entre pais e filhos pode verdadeiramente expressar obediência, receptividade e bondade. Baseadas na verdade da paternidade e maternidade de Deus, essas são mais do que tendências. São constantes.
Quando aceitamos, ainda mesmo passiva ou tacitamente, as várias falsas tendências sobre pais ou filhos, outorgamos poder a esses erros. Estamos aceitando como válidos, ou pelo menos como inevitáveis, a presença e o poder de algo inferior ao Cristo, a verdadeira idéia de Deus. É a própria mente humana que é propensa a aceitar tais limitações. A Sr. a Eddy indica com precisão o erro a ser vencido: “Somos propensos a crer em mais de um Governante Supremo ou em algum poder inferior a Deus.” Ciência e Saúde, p. 203.
Tanto pais como filhos podem abandonar a base mutável da duvidosa existência material e podem afirmar diária e compenetradamente a relação exata, firme e invariável entre o homem e Deus. Este ponto de vista elimina as inclinações falsas ou limitadoras e revela a permanência do bem.
Porque o reino de Deus consiste, não em palavra,
mas em poder.
1 Coríntios 4:20