Você será jogado para fora de qualquer problema pelo qual tenha sido envolvido, quando se lembrar ou descobrir quem você é. Embora isso necessite de uma explicação, não é dito com o fim de ser simplista, mas sim para ser útil.
A Ciência Cristã mostra como se livrar de dificuldades, mas a razão primária por que a Ciência está aqui é a de chamar a atenção da humanidade para a identidade real do homem — o produto da Mente infinitamente inteligente. E esse é o modo de ficar-se livre das pretensões da doença, da tendência de discutir, ou seja lá o que for. Quando compreendemos nossa verdadeira identidade, e vivemos a partir desse ponto de vista, isso traz para nós conseqüências preeminentemente práticas. Por quê? Porque todas as dificuldades humanas se baseiam numa falsa noção sobre o eu, um conceito de que o homem é uma criatura destinada à morte e potencialmente afligida por preocupações. A Ciência Cristã mostra como substituir esse sentido falso pelo verdadeiro, e apaga do pensamento e da vida humana o que não estiver de acordo com o caráter e com o ser do homem real, que é o despontar do próprio eu de Deus.
Os seres humanos, às vezes, são confrontados pelas incertezas. Sofrem por manterem pontos de vista errados. Passam por doenças e tristezas. Mary Baker Eddy faz esta pergunta provocativa: “Aquele que supõe, aquele que crê erradamente, aquele que sofre, será ele o homem?” E responde com a autoridade de sua própria demonstração do ser real do homem: “O homem não, mas um mortal — o antípoda do homem imortal. A suposição, a crença errada e o sofrimento não são faculdades da Mente, mas são qualidades do erro.” Miscellaneous Writings, p. 332;
Sejam quais forem as nossas preocupações, podemos perguntar-nos: Será o homem ou será o mortal que está passando por essa dificuldade? Sob a luz da Ciência, está claro que a resposta aponta para o último: o mortal. Se julgamos ter dificuldades a enfrentar, não estamos nos lembrando quem somos. Ligamo-nos erradamente à mortalidade em vez de afirmar nossa inseparabilidade da idéia imortal da Vida divina.
A confusão e o sofrimento não são o produto ou a ação da Mente divina; portanto, na Ciência, eles não são, em absoluto, realmente resultados ou ações, mas nulidades sem valor, “qualidades do erro”.
Um problema que vem se arrastando há muito tempo pode ser a evidência de uma apatia de longa data em relação à necessidade de afirmar e reivindicar nossa verdadeira identidade. Talvez sejamos lentos em identificarmo-nos de um modo espiritualmente científico, porque nosso eu, que retrata Deus, parece intangível, até mesmo improvável. Isso pode assim parecer ao sentido pessoal — a antítese do sentido espiritual. Mas o sentido pessoal é um mau informante, e podemos cessar de dar-lhe ouvidos justamente a partir de hoje. Podemos começar dando atenção ao sentido espiritual — aquela faculdade que reconhece, afirma e demonstra que Deus é Tudo — e começar a viver e a nos regozijar com nosso único e verdadeiro ser.
Quando, com maior perseverança, nos lembramos quem somos, convém saber que por ser infinita a Mente e por ser ela a única fonte do conhecimento, nunca houve em toda a história espiritual um caso de identificação errada. Pelo fato de a Mente divina ser a única Mente verdadeira do homem, os conceitos errôneos e os enganos de qualquer espécie são impossíveis.
Claro, esse fato espiritual não é licença para quaisquer atos maus que queiramos cometer, mas sim uma base para a elevação da humanidade; e começamos por nós mesmos. Pela Ciência percebemos com clareza cada vez maior que a Mente divina é o único Ego ou Eu, e, como conseqüência natural, abandonamos a crença em um “eu” enterrado na matéria, ou seja, na personalidade mortal.
A Sr.a Eddy, cujos livros ensinam o modo científico de identificarmos corretamente a nós mesmos, tinha clara compreensão sobre individualidade. Com grande simplicidade e humildade, ela diz de Deus: “Ele sustenta minha individualidade. — Ou melhor, — Ele é minha individualidade e minha Vida.” Unity of Good, p. 48;
Se alguém que está sofrendo de moléstia, que está desempregado, que sente ansiedade ou profunda frustração, abandonar o sentido mortal acerca de si mesmo, começará a ver o modo de se libertar. Uma vez que Deus sustenta — ou melhor, que Ele é — a individualidade espiritual do homem, um sentido mortal sobre a existência não pode incriminar o homem nem restringir seu pleno usufruto de todo o bem. O primeiro vislumbre de nossa identidade verdadeira, à semelhança de Deus — se nos apegarmos a isso — é o sinal do começo de tremendo crescimento espiritual. Um crescimento espiritual firme dá-nos a capacidade de perceber com convicção cada vez maior que Deus é nossa individualidade, verdadeiramente nossa própria Vida e Alma.
Há vinte séculos Cristo Jesus tinha uma compreensão tão nítida sobre a natureza real de Deus e do homem que foi capaz de curar os males de centenas de pessoas e de exercer um domínio extraordinário — embora natural, quando compreendido — sobre condições materiais. Quando teve a necessidade de andar sobre o mar, ele o fez, como se este fosse terra sólida. Acalmou um temporal violento. Compreendia que na verdadeira identidade era inseparável de Deus, cuja natureza ele assenhoreou com tanta firmeza e intimidade que se referia a Deus como “Pai”. Nada podia colocar-se entre sua identidade real e seu Pai. Disse: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.” João 5:17;
Cristo Jesus é nosso Guia. A Ciência Cristã ensina-nos como segui-lo e ter uma vida melhor, como exercer mais e mais domínio sobre condições materiais desarmoniosas, sem tomar em consideração as formas que elas assumem.
Uma pessoa que conheceu a Sr.a Eddy escreve: “Em The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany a Sr.a Eddy deu-nos instruções para a prática da Ciência Cristã. O que se segue foi escrito em 1910 — justamente pouco tempo antes de ela nos deixar, e ilustra a qualidade e vitalidade do pensamento dela no seu nonagésimo ano: «Você nunca poderá demonstrar espiritualidade a não ser que declare ser você mesmo imortal e compreenda que de fato assim é. A Ciência Cristã é absoluta; ela não está aquém do ponto da perfeição nem está avançando na sua direção; ela está nesse ponto e tem de ser praticada a partir daí» (p. 242). Freqüentemente a Sr.a Eddy dizia a algum dos que com ela residiam: «Ora, lembre-se de quem você é».” We Knew Mary Baker Eddy, 4° tomo (Boston: The Christian Science Publishing Society, 1972), p. 98.
Se você está preocupado com a situação de um negócio, lembre-se de quem você realmente é. Se você está doente e sente dores, lembre-se de quem realmente é. Se você está deprimido devido a algum acontecimento no palco do mundo, então lembre-se do que você e todos os homens realmente são — e estará contribuindo para abençoar a si mesmo e à humanidade.