Desde que tive, há sessenta anos, minha primeira cura na Ciência Cristã — cura de vários distúrbios físicos, alguns dos quais já eram de longa data — jamais senti qualquer desejo ou necessidade de recorrer a remédios materiais de qualquer espécie.
Há algum tempo, porém, enquanto caminhava pela oficina de máquinas na fábrica onde estava empregado, uma lasca de metal quente entrou-me num olho, ocasionando sensibilidade e abundante lacrimejar. Reconheci ser esta mais uma oportunidade de demonstrar a totalidade de Deus, o bem, conforme está revelada na Ciência Cristã; mas, depois de algumas horas, não senti melhora alguma.
Desde minha primeira cura nunca mais havia consultado um médico e estava relutante em fazê-lo então, mas cedi finalmente aos apelos dos que me rodeavam e me dirigi ao consultório do médico da fábrica. Depois de me examinar, ele aconselhou-me a ir a um especialista de olhos, pois este teria todo o equipamento necessário para remover o fragmento de metal. O especialista, depois de ter-me examinado, fez o mesmo comentário e mandou-me a outro colega. Este limitou-se a dizer que nem tentaria remover o fragmento.
A essa altura, decidi mudar de rumo. Com um lenço dobrado sobre o olho, entrei numa Sala de Leitura próxima e comecei a ler a Lição-Sermão daquela semana conforme indicada no Livrete Trimestral da Ciência Cristã. Embora fosse difícil ler com um olho só, os trechos eram tão apropriados que li a lição inteira. Fiquei tão absorto no estudo que esqueci-me do olho machucado. Parecia não haver passado tempo algum, quando a encarregada da Sala de Leitura avisou que estava na hora de fechar. Ao olhar para ela, percebi que o olho atingido estava seco e já não doía. Saí da Sala de Leitura completamente livre.
No dia seguinte meu supervisor veio ter comigo e, quando soube que o olho estava perfeitamente normal, expressou gratidão. Declarou ter-lhe dito o médico da fábrica que qualquer tentativa de retirar o objeto destruiria provavelmente a visão e que, a não ser que se o removesse, eu não conseguiria enxergar.
Os desafios continuam, mas sou muito grato pela crescente habilidade de encarar cada um deles como uma oportunidade de obter maior iluminação espiritual e uma compreensão de que “as aflições são provas da solicitude de Deus” (Ciência e Saúde de autoria da Sr.a Eddy, p. 66).
Baltimore, Maryland, E.U.A.
