A Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai’ennss) cura? Sim. Como? Por meio da compreensão dos fatos espirituais básicos, pela sua aplicação e por viver de acordo com eles. Quais são as verdades fundamentais da Ciência Cristã? Que Deus é Mente e Alma, toda a consciência; que o homem é o produto da Mente, a qual é a causa única; que a infinidade da Mente exclui a possibilidade de haver matéria.
Quais são as implicações dessas verdades? A Mente divina é tudo o que pode saber, tudo o que pode falar. Ela é o único Eu, o único Ego. Por outro lado, como Mary Baker Eddy diz em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Por não ser inteligente, aquilo que se chama matéria não pode dizer: «Sofro, morro, estou doente, ou estou bem.» É a assim chamada mente mortal que diz isso e a ela se afigura que está levando a efeito as suas pretensões.” Ciência e Saúde, p. 210;
Estas são verdades metafísicas, não abstrações fascinantes ou ilógicas. A prática da Ciência Cristã, ao nos animar e curar, o confirma. De fato, quanto mais se admitem e compreendem as realidades metafísicas do ser, tanto mais práticas são.
A pretensão de que a matéria tem um eu ou ego que fala, é expressa na crença de que o homem tem um sistema nervoso. Pode parecer que os corpos físicos falem por si mesmos, e informem em que condições se acham. Ora, o homem é a idéia espiritual de Deus e nunca experimenta sensação física. A matéria não pode falar ou manifestar-se. Mesmo que pudesse, o homem não seria capaz de ouvi-la ou de reagir a ela. O homem só conhece o Ego divino. E o Ego divino, sabendo apenas da infinidade de seu próprio ser, constitui tudo o que é verdadeiro no homem.
À medida que crescemos em compreensão espiritual, percebemos como a Mente divina fala por nós, e por que a matéria não pode fazê-lo. Deus estabelece e mantém o homem perfeito e isento de moléstia. Se deixarmos um suposto ego mortal falar-nos, poderemos ficar tentados a crer que o homem seja físico, frágil e transitório. Aceitando Deus como nosso Deus, o Ego divino como o nosso Ego, encontramos verdadeira saúde e alegria que excedem qualquer expressão na linguagem humana.
As pessoas às vezes se preocupam com não serem compreendidas pelos pais, ou pelos filhos, ou por colegas de trabalho. Às vezes sentem que têm problemas que simplesmente não podem entender ou para os quais não divisam solução. Às vezes querem compreender melhor a Verdade ou mesmo desenvolver as bases para conhecer Deus. Talvez perguntem: Onde podemos encontrar compreensão verdadeira? Não nos mortais ou no pensamento mortal, mas na Mente divina; só ela é capaz de compreender. Eis a esclarecedora e animadora resposta da Sr.a Eddy: “O Espírito sabe tudo; isso exclui a necessidade de crer. A matéria não pode crer, e a Mente compreende.” ibid., p. 487;
Quanto mais cedemos lugar e presença ao único Ego, tanto mais vemos a beleza espiritual. Toda criação real é a evidência do que o Ego divino sabe. Quanto mais nos esforçamos pela compreensão espiritual do Ego divino e a alcançamos, quanto mais nos esforçamos com base nela — tanto mais raciocinamos partindo da causa para o efeito, da perfeição de Deus para o homem em sua condição imaculada. “O ponto de partida da Ciência divina”, explica a Sr.a Eddy, “é que Deus, o Espírito, é Tudo-em-tudo, e que não há outro poder ou outra Mente — que Deus é Amor, e por isso, Ele é Princípio divino.” ibid., p. 275;
É prático e lógico iniciar nosso raciocínio baseando-o no Ego divino. Em verdade não há outra premissa genuinamente curativa. Deus é a única fonte de tudo o que verdadeiramente existe. Começando corretamente, estamos construindo sobre a rocha e não sobre a areia. O escritor do primeiro capítulo do Gênesis constrói sobre a rocha: “No princípio criou Deus os céus e a terra.” Gênesis 1:1. E ao começar com Deus, o escritor naturalmente conclui com o homem como imagem de Deus, a idéia de todo o bem, o homem que Cristo Jesus compreendeu e demonstrou.
Se estamos em dificuldade física ou financeira, podemos perguntar-nos: Onde penso estar localizada a consciência — na matéria? Estou deixando que a consciência fale com base na matéria? Ou estou considerando, em meu raciocínio, que a consciência está localizada no único Ego e compreendendo que o Ego divino é o único que sabe? Tratando-se do primeiro caso — se estamos acreditando que a matéria fala — talvez venhamos a dizer, por exemplo: “Até parece que nunca me livrarei das dívidas”, ou: “Até parece que nunca deixarei o leito.” Ora, a Mente divina, da qual somos inseparáveis, sabe: “Sou Tudo, sou eterna, sou o bem infindável, sou a substância inexaurível.”
Para aceitar a primazia do Ego divino é necessário que cultivemos o sentido espiritual. Até mesmo vislumbres momentâneos do “Eu” divino podem exigir se abandone muito do sentido material. Muita oração pode ser necessária. Mas o próprio Ego divino nos ajuda, sustenta até os nossos mais débeis esforços, porque o Ego divino é Amor. O Amor não deixa infrutíferas as nossas lutas. Mesmo quando falhamos em fazer o melhor que podemos, o Amor divino — quando nos volvemos a ele — não nos deixa resvalar para um estado de autodecepção. O Amor, conhecendo a si e a toda a sua criação, conhece o homem como ideal e espiritual, não como um mortal cansado e preocupado.
Deus, o bem: o único Ego, o único dono do “Eu”. Ater-se coerentemente a isso é encontrar um novo sentido de realidade. Curar e regenerar.
