A Bíblia mostra dois pontos de vista opostos acerca da criação. O primeiro é o espiritual, no qual se diz do homem que ele é feito à imagem e semelhança de Deus, o Espírito. O segundo é um ponto de vista material — diz-se que o homem foi feito do pó da terra e que o fôlego de vida lhe foi soprado nas narinas.
A Ciência Cristã aceita como verdade o primeiro desses pontos de vista sobre a criação e expõe o segundo como um conceito errado, uma falsificação do verdadeiro. Ela insiste em que o segundo conceito é um mito e que a única criação é totalmente espiritual. A partir dessa base, o cristianismo científico desafia toda posição da medicina material e suas crenças em doenças contagiosas.
No livro-texto da Ciência Cristã a Sr.a Eddy escreve: “Resfriados, tosses e contágio são engendrados unicamente por teorias humanas.” Ciência e Saúde, p. 220; Por exemplo, na teoria dos germes, supõe-se que estes passem de um corpo para o outro em virtude de contato pessoal ou de muita aproximação, para depois produzirem infecção em várias partes do corpo humano. Con-jetura-se que uma forma minúscula de matéria, demasiadamente pequena para ser vista a olho nu, pode apossar-se do corpo, produzir certos sintomas e desenvolver vários estágios de doença.
A teoria dos germes não tem nenhuma base cristãmente científica, nenhum fundamento em fatos espirituais. A Ciência Cristã ensina que a matéria, sob qualquer forma, possui apenas o poder que a crença humana lhe atribui, e isso, ainda, só por suposição. A matéria, de si mesma, não tem capacidade de agir ou produzir efeito. Não tem inteligência pela qual possa formular uma teoria ou aplicá-la. A matéria, que não possui inteligência, é inerte. Na totalidade do Espírito, a matéria não pode ter entidade e não pode ter identidade.
De acordo com a Bíblia, Cristo Jesus disse: “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita.” João 6:63; O espírito pode dar somente vida espiritual. O Espírito não tem vida material e não pode dar vida ao seu oposto, a matéria. Assim, um oposto hipotético do Espírito, chamado germe físico, não tem vida. Não tem poder criador, não pode criar quer uma condição doentia quer os seus sintomas; não pode produzir ou suportar efeito nenhum.
A mente humana, que não está instruída nas coisas do Espírito, que acredita que a matéria pode forjar suas próprias condições independente do pensamento, parece desprovida de defesa ante as sugestões agressivas apresentadas pelas teorias médicas. Essa crença faz com que o pensamento se torne medroso e abre o caminho para que tais sugestões entrem aparentemente na consciência e, desta, na experiência.
Mas a consciência humana não está desprovida de ajuda. Por meio da compreensão da totalidade do Espírito podemos enfrentar essas sugestões e desafiar sua validade. Podemos rejeitá-las como crenças que são, sem inteligência, sem poder de controlar o pensamento ou o corpo. A Ciência Cristã, negando que a matéria tenha substância ou vida, rejeita a teoria dos germes. Apenas a ignorância acerca do Espírito e da criação exclusivamente espiritual pode parecer dar validade à teoria. Na atmosfera pura do Espírito não há germes de doença.
Outra teoria humana é a de que o corpo humano encontra-se mais suscetível a doenças em determinadas estações do ano. Mas a estação de Deus é sempre bela, sublime e santa. Que contraste seriam “resfriados, tosse e contágio”! Que paródia é esse trio perverso das estações impecáveis do desenvolvimento espiritual que vêm de Deus! A Sr.a Eddy escreve: “Os períodos da ascensão espiritual são os dias e as estações da criação da Mente, na qual a beleza, a sublimidade, a pureza e a santidade — sim, a natureza divina — aparecem no homem e no universo para nunca mais desaparecerem.” Ciência e Saúde, p. 509;
Na Ciência Cristã, Deus revela-Se como o Princípio criador do universo e do homem. A substância criadora é o Espírito, e o homem, feito à imagem e semelhança de Deus, é inteiramente espiritual. Ele não é nem criado por si mesmo nem governado por si mesmo, mas reflete tudo o que pertence à sua fonte divina. Refletindo a inteligência da Mente, o homem conhece a verdade sobre si mesmo e seu ambiente. Corporificando as qualidades imaculadas da Alma, ele é puro e santo. Governado pelo Princípio divino, é obediente às leis de Deus, as quais cooperam para manter sua saúde e harmonia.
Há alguns anos tive uma experiência que me fez ver com mais clareza a natureza mental da doença e o domínio que tenho sobre ela. Após ter dado conta de alguns compromissos, certo dia, ao guiar meu carro para casa, subitamente manifestaram-se pronunciados sintomas de gripe. Imediatamente comecei um trabalho em espírito de oração que comprovasse a irrealidade daquele estado. Eu tinha visto diversos casos dessa doença dissiparem-se com rapidez ante a compreensão espiritual de Deus e de Sua criação perfeita. Assim, dei-me tratamento como trataria um paciente que pedisse ajuda.
Mas os sintomas não diminuíram; ficaram piores. Depois que cheguei em casa apareceram outros, clamando por atenção. Então veio a sugestão, com muita insistência, de que eu deveria considerar-me doente. Muitos outros, dizia a sugestão, estavam fazendo o mesmo; por que eu não? Bem, isso fez com que eu despertasse. Declarei que sintomas são apenas sugestões hipnóticas, crenças falsas agressivas, e que, uma vez que eu sabia disso, não poderia ficar passivamente sentada e permitir que a doença tomasse conta de mim; teria de resistir a ela.
No começo isso não foi fácil, por ser a sugestão muito insistente. Mas perseverei em invocar minha semelhança a Deus, minha unidade com todo o bem e minha conseqüente liberdade de todas as formas de doença, inclusive daquela que oferecia sua sugestão naquele momento em particular. Eu sabia que, em todo o universo infinito de idéias espirituais de Deus, não há um só germe do mal para fazer-se valer; nem um til de medo para obscurecer o pensamento; nenhum sintoma discordante para colar-se a mim ou a qualquer outra pessoa. Declarei que minha unidade com a perfeita harmonia de Deus me tornava imune à desarmonia sob qualquer nome ou natureza. Continuei esse argumento científico até que alcancei a convicção absoluta da totalidade de Deus. Então dei por encerrada a minha defesa. Dentro de uma hora achava-me completamente livre de qualquer sintoma de gripe. Graças a essa experiência vi claramente que uma crença, sem alguém que nela creia, deixa de ser até mesmo crença.
É impossível imaginar que Jesus tivesse medo de contágio das multidões que o comprimiam em busca de cura. Nós também não precisamos temer as multidões, porque somente o bem é verdadeiramente contagioso. Na realidade, temos somente o bem para dar e somente o bem para receber, porque todos refletimos o bem que é Deus. E no universo de Deus, somente o bem está presente e é ativo. A Sr.a Eddy escreve: “Um estado de espírito calmo e cristão é um preventivo melhor para o contágio, do que o medicamento, ou do que qualquer outro método possível de cura; e o «perfeito Amor» que «lança fora o medo» é uma defesa segura.” Miscellaneous Writings, p. 229. Saibamos, assim, que qualquer estação do ano é a estação sagrada de Deus, e façamos dela verdadeiramente um período de ascensão espiritual. Podemos comprovar que nada temos a temer em qualquer das estações do ano.