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A dádiva do autocontrole

Da edição de julho de 1978 dO Arauto da Ciência Cristã


Quem não terá alguma vez aspirado a possuir maior medida de autocontrole? A gabolice extrovertida de alguém que afirma poder parar de fumar se quiser, desistir de certas comidas ou hábitos de dormir quando quiser, parar de beber ou de tomar drogas, termina, na maior parte das vezes, na confissão sensata de que caiu numa armadilha.

“Se eu apenas não tivesse começado” é uma exclamação a que se pode atender. Embora a condescendência possa ter-se arraigado num hábito ao qual o indivíduo se entregava havia longo tempo, é possível pôr um paradeiro na sua aceitação passiva desse hábito e até mesmo ao apego voluntarioso que lhe dedicou. No entanto, nem o auto-hipnotismo exercido mediante a força de vontade própria, nem o hipnotismo exercido por outrem pode dar a liberdade proporcionada pelo genuíno autocontrole.

Há centenas de anos um homem inspirado escreveu a um jovem discípulo: “Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação.” 2 Tim. 1:7; Uma tradução moderna dá a palavra “moderação” como “autocontrole”. Quer chamemos a essa dádiva moderação ou autocontrole, a mensagem é clara: Deus nos dá a capacidade de pensar e de agir em conformidade com o nosso mais elevado conceito daquilo que é direito. “Ao refletir o governo de Deus, o homem se governa a si mesmo” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 125;, afirma Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai’ennss). Esse fato espiritual oferece-nos o auxílio de que necessitamos para expressar mais domínio em nossa vida.

Minha cura do hábito de fumar, conseguida pela Ciência Cristã, ainda me enche de admiração. Eu havia fumado durante cerca de quinze anos e, na maioria desses anos, havia desejado livrar-me desse hábito. A sensação de culpa — porquanto o fumar estava longe do padrão que meus pais me haviam dado — não me proporcionou a força para romper esse cativeiro.

Nesse ponto comecei a estudar a Ciência Cristã. Em pouco tempo eu quis tornar-me membro de uma filial da Igreja de Cristo, Cientista. Soube que se esperava que o pretendente estivesse livre do consumo de drogas, inclusive do vício de fumar, e de tomar bebidas alcoólicas, antes que fosse aceito. Então raciocinei: se a igreja esperava tal isenção de vícios, então tinha ela de ser capaz de ajudar as pessoas a adquirir essa liberdade.

Como eu era muito sensível à justificação vaidosa quanto a estar livre de tais vícios, fiquei intrigada quando não descobri tal atitude nos membros da igreja com quem comecei a travar conhecimento. Não agiam como se fossem melhores do que eu porque não fumavam nem bebiam. Sentiam–se apenas gratos de não precisarem disso.

Eu sabia que ao organizar sua Igreja, a Sra. Eddy estabelecera a categoria dos praticistas incumbidos de ajudar as pessoas. Enquanto conversava com um desses praticistas sobre meu progresso na compreensão da Ciência Cristã, disse-lhe que queria parar de fumar. A praticista concordou em dar-me tratamento pela Ciência Cristã.

Isso foi numa sexta-feira. A maior parte daquele fim de semana passei com lágrimas nos olhos enquanto lutava contra o desejo de fumar. Na semana seguinte a coisa foi um pouco mais fácil porque eu estava de volta ao trabalho. No entanto, no fim da semana seguinte, durante a visita que fiz a antigos amigos da universidade, fumei durante todo o dia de sábado até altas horas da noite. Nunca havia sentido tão grande desespero como o que senti a caminho de casa. Todo o sofrimento dos sete dias anteriores não significava nada. Aí estava eu novamente escravizada. Muitos anos antes, eu fora apanhada numa rede de arrastão enquanto um barco a puxava pelas águas em que estávamos nadando. Eu sabia que em tal situação não devia lutar mas deixar que a rede fosse escorregando de mim até eu ficar livre; deveu-se a isso a salvação de minha vida.

Durante aquela manhãzinha, enquanto dirigia o carro para casa, cessei de lutar. Apanhei um vislumbre da totalidade, da infinidade de Deus, o bem, e do meu verdadeiro ser como reflexo da ação desse Deus que é inteiramente bom. O medo de uma escravidão contínua se dissipou. O hábito de fumar, igual à rede de arrastão, literalmente caiu de mim. Nunca mais desejei outro cigarro.

Foi grande minha alegria. Eu tinha experimentado por mim mesma que o sistema de cura da Ciência Cristã é eficiente. As orações da praticista da Ciência Cristã libertaram-me do hábito de fumar — coisa que nem a vontade humana nem o desejo sincero tinham sido capazes de conseguir. Havia experimentado de maneira prática o poder e o amor que Deus dá liberalmente a todos.

Cada cura pela Ciência Cristã é individual e única. A experiência de outra pessoa em chegar ao ponto de romper um hábito não desejado bem que pode implicar luta contínua ou aumentada, em vez de o cessar da luta. Mas a verdade metafísica subjacente, o fato espiritual, que a Ciência Cristã faz incidir sobre a situação é sempre a mesma. A Mente divina, Deus, é a fonte de toda verdadeira compulsão, volição, impulsão, pensamento e ação. Cristo Jesus, que expressou mais controle na sua vivência do que qualquer outra pessoa, disse: “O Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai.” João 5:19; “O Pai que permanece em mim, faz as suas obras.” 14:10;

Qualquer pessoa que comece a raciocinar a partir da base de seu eu espiritual como filho de Deus começará a expressar, em certa medida, esse mesmo domínio. Descobrirá que sua adesão às verdades metafísicas sustentará a qualidade moral de temperança em todo o seu modo de pensar e de agir. Não só experimentará maior liberdade em relação a ações indesejáveis senão que os preconceitos e a maneira de olhar com inflexibilidade para as coisas cederão a uma expressão mais espontânea de sabedoria e de amor. Todas as suas ações serão mais livres da matéria.

A Vida infinita, eterna — a Vida que é Deus — está se revelando infinitamente e não pode dar meia volta e repetir a si mesma. O que parece ser um hábito bom é na realidade outra manifestação da ação correta e não mera repetição.

A dádiva do autocontrole mostra o governo de um Deus todo sábio, todo amoroso. No reino de Deus — na terra como também no céu — ninguém está condenado a levar a efeito as injunções do mal misterioso ou de um vício fisiológico ou psicológico não-tão-misterioso.

Ter controle sobre si mesmo é nossa herança, uma dádiva de Deus. Embora nem sempre seja fácil receber dádivas — existe às vezes a necessidade de cultivar o agradecimento pela dádiva, às vezes a de submeter o orgulho arrogante — o fato permanece que a dádiva foi concedida. O verdadeiro autocontrole, poderíamos dizer, só pode ser concretizado quando for aceito como dádiva de Deus; então poderemos trabalhar com êxito para demonstrá-lo. Ao debater a declaração de Jesus, “O reino de Deus está dentro em vós” Lucas 17:21;, a Sra. Eddy escreve: “Sabei, então, que possuís poder soberano de pensar e agir corretamente, e que nada pode desapossar-vos dessa herança e traspassar o Amor.” Pulpit and Press, p. 3.

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