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A veemência que cura

Da edição de junho de 1979 dO Arauto da Ciência Cristã


Sabemos que a veemência tem realizado o bem em grande escala como esteio de um elevado senso humano da verdade. “A verdade está em marcha e nada poderá detê-la”  “J’accuse”, L’Aurore, 13 de janeiro de 1898;, foi a posição veemente assumida por Émile Zola em defesa do oficial do exército Dreyfus, acusado na França, em 1898. O pensamento em geral foi de tal modo despertado, que não só foi Dreyfus absolvido e finalmente reabilitado, mas também vários erros comuns entre o oficialato, naquele tempo, foram corrigidos.

Assim também a tua veemência, e a minha, quando aplicada em defesa dos fatos espirituais da Verdade imortal, na Ciência Cristã, pode despertar a humanidade para demonstrar mais completamente as harmonias que essa Verdade imortal proporciona.

Uma atitude tímida, por outro lado, favorecerá e até prolongará o sofrimento. No Apocalipse de S. João, a igreja de Laodicéia foi repreendida pela atitude morna, tímida, que ali prevalecia. “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente”, diz a mensagem. “Quem dera fosses frio, ou quente!”  Apoc. 3:15;

E certamente, o Mestre do cristianismo, Cristo Jesus, nunca recomendou qualquer atitude hesitante ou equívoca. Certa vez, aconselhou: “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não.”  Mateus 5:37;

A Ciência da Verdade, pela sua própria natureza, é um todo ordenado, supremo, que a tudo abrange. Isso significa que quando reconhecemos decisiva e incansavelmente qualquer fato espiritual em particular, podemos ficar certos de que a autoridade e o poder de toda a Ciência entram logicamente em ação para sustentar esse reconhecimento. É então impossível ter medo. As comunicações angelicais que nos afluem desde o Amor divino, silenciam estas dúvidas do sentido material: “Sou realmente filho de Deus?” “Poderei demonstrá-lo?” “Serei bem sucedido?” Elas nos asseguram com a autoridade de nossa filiação divina, a qual emana da Mente infinita: “Sou!” “Posso!” “Serei!”

Porém, no tratamento pela Ciência Cristã, não admitimos primeiramente que a condição desarmoniosa seja um fato do ser real, para depois elaborar um processo mental contra ela, no esforço de curá-la. Começamos com a perfeição eterna de Deus e de Sua idéia espiritual, o homem, como a única realidade, e nunca perdemos de vista esta premissa.

Uma vez que este homem é cada um de nós (tão diferente daquele que o sentido material concebe!), somos a expressão do conhecimento infalível que a Mente divina tem de seu próprio ser. Vemos a nós e a todos os demais, claramente focalizados — da mesma maneira como a Mente conhece as suas idéias: imortais, amadas, livres. Na medida em que conscientemente tomamos aí uma atitude firme, identificando a nós e aos outros, sem reservas ou dúvidas, como o homem criado por Deus, constatamos algo do paraíso, e nosso bem-estar natural, outorgado por Deus, vem à luz.

Nas atividades diárias, há uma maneira certa e uma maneira errada de sermos veementes. Na proporção em que permitirmos à força de vontade pessoal determinar nossa posição mental, daremos lugar à maneira errada, e a agitação que se segue poderá ser danosa. Na medida em que permitirmos ao Princípio, e sua sabedoria divina, dirigir-nos, estaremos trilhando o caminho certo, e a agitação que daí resulta terá efeito sanador.

Deus, o Princípio todo-poderoso, a perfeição absoluta, é o Amor; assim, podemos ver que o Amor, embora inteiramente terno, é também muito, muito forte, vigilante e preciso. Quando reivindicamos firmemente nossa união com Deus, como Seus filhos e filhas, o Amor nos diz quando esperar, orando silenciosamente, e quando falar abertamente e com coragem, e afirmando a verdade. Isso evitará que nos precipitemos ou que nos envolvamos nas situações erradas. Eliminará qualquer tentação de procrastinar os problemas ou fugir deles; também nos capacitará a agir corretamente, com vigor e desembaraço, se a necessidade surgir.

O que podemos fazer nos momentos dolorosos em que relações parecem estar em conflito e vontades se entrechocam à nossa volta? É possível afirmar a verdade — e, quer silenciosa, quer audivelmente, podemos afirmá-la com convicção. A Verdade, admitida na consciência, purifica e coordena a cena humana, e até a suaviza! As idéias de Deus, originando-se no coração do Amor, nada podem fazer senão amaremse. Isto é o que está sempre acontecendo no único universo autêntico, o reino do Espírito, Deus!

Quando a crença falsa nos insinua que estamos nos sentindo sobrecarregados e ansiosos, talvez patéticos e importunados, essa é seguramente a hora de sermos veementes, de pegarmos toda a carga de agitações emocionais e jogá-la para longe de nós. Podemos deixá-la para sempre, como não sendo senão uma sugestão mesmérica que de forma alguma é o nosso próprio e livre pensamento, baseado em Deus. A alegria inexprimível de amarmos e perdoarmos pode eliminar qualquer dureza de pensamento e curar cicatrizes.

O que precisamos é de completa submissão ao Espírito, a única e infinita auto-existência, a qual simplesmente refletimos. Por que reteríamos alguma coisa no lado do nosso eu pessoal? Não é consciência do infalível amor paternal e maternal de Deus por nós, como Sua descendência, que é a fonte de verdadeira satisfação e progresso, a cada hora do dia e a cada passo do caminho?

Quando algum problema físico surge, podemos imediata e ardorosamente rebelar-nos contra os conceitos e sintomas doentios da crença material falsa. Assumir uma atitude contemporizadora de simplesmente “aprender a viver com isso” não é exatamente uma atitude de lealdade para conosco mesmos, como descendência de Deus. Falando em como enfrentar uma crise, na cura pela Ciência Cristã, a Sra. Eddy faz esta afirmação: “Insiste com veemência no grande fato, que tudo domina, de que Deus, o Espírito, é tudo, e que não há outro fora dEle. Não existe moléstia.Ciência e Saúde, p. 421;

O Espírito é a causa. Nós somos o efeito, a evidência de tudo o que Deus é. Segue-se que a estrutura que constitui a nossa identidade na Ciência, não é física, do esqueleto, muscular ou nervosa; é a consciência espiritual que reflete Deus. O Espírito é nosso substância genuína. Esta substância nunca está doente ou em dores, nunca pára de funcionar, nunca torna-se velha ou morre. A lei do Amor regula e controla perfeitamente toda condição e função do homem. Podemos confiar que tal conhecimento, mantido insistentemente, elimina os elementos impuros, quer mentais, quer físicos, dissolve as anormalidades, acalma a inflamação, ajusta e restaura.

Alarga as nossas perspectivas o reconhecer que, ao aplicarmos a Ciência Cristã, estamos elaborando algo muito mais grandioso do que o problema imediato com que nos deparamos. Estamos elaborando toda a nossa carreira, a nossa salvação eterna. Com mais razão ainda, portanto, devemos reivindicar veementemente o nosso domínio, a toda a hora e sob todas as condições.

Um jovem piloto da Força Aérea havia sido designado para serviço só em terra, por não ter-se saído bem, e era provável que seria eliminado de vez do programa de treinamento. Porém, na noite da véspera da reunião na qual a banca examinadora tomaria a decisão final, ele veementemente tomou uma decisão própria. “Decidi não desistir, mas sim, combater o erro”, informou-me numa carta descrevendo o incidente. “Lembrei-me de um trecho em Provérbios: ‘Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas’.”  Prov. 3:5, 6. Confiando ardorosamente nessa citação, não somente se formou, como também se tornou instrutor de vôo a jato avançado, terminou em segurança seu período de serviço militar e desde então tem tido constantes promoções.

Se somares tudo, verás que na metafisica cristã somente o endosso de Deus é o critério válido para julgar o que é real. Se algo provém dEle, o Amor divino, é verdadeiro. Qualquer outra coisa é inverídica, ilegítima e deve ser veementemente negada.

Sempre que nuvens se avolumam e nos sentimos temerosos, confusos, angustiados, então um sentido correto de veemência pode ajudar. Pode ser como um anjo a nos levantar, firmando nossas mãos, e chamando-nos para exercer um maior domínio sob a direção pura do Pai. E à medida que nos adiantamos, vemos mais e mais claramente que não existe absolutamente nada, na onipresença do Amor, que possa deter a marcha da Verdade na consciência, ou esconder as bênçãos que ela tem preparadas para todos nós.

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