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Os atributos maternais de Deus e a mãe

Da edição de junho de 1979 dO Arauto da Ciência Cristã


O que uma compreensão dos atributos maternais de Deus faz por uma mãe? Ajuda-a a apoiar a identidade do filho em vez de o manobrar. A ele Deus dá origem e forma, o desenvolve e dele dispõe. Confiantes nisto, não precisamos moldar, empurrar, pressionar nem importunar quem quer que seja. Entretanto, se você já se encontrou caminhando de um lado para outro, num agonizante esforço de entregar o filho à vontade divina — sentindo-se como o pai do menino epiléptico, quando disse a Cristo Jesus: “Eu creio, ajuda-me na minha falta de fé”  Marcos 9:24; — é bom volver-se ao passado e ver onde começou o engano.

De onde provêm as preocupações dos pais? Originam-se na crença de que o homem é um mortal que gera outros mortais. Seguidamente é a mãe assaltada por essas preocupações naquele momento incrível do nascimento de uma criança, quando a mulher fica tentada a desrespeitar o primeiro mandamento e pensar que ela a formou! “Quão importante me torna a debilidade do bebê!” tenta-nos fazer pensar a mente mortal, convidando-nos a dar crédito indevido a nós mesmas e a promo-nos à vontade para brincar de deus ante a condição indefesa de um recém-nascido. Mas a Palavra de Deus na Bíblia orienta-nos: “Não terás outros deuses diante de mim.”  Êxodo 20:3;

Não, não há um manual facilitado que diga como deixar que Deus lhe oriente. Não se ouve falar que aprender a abrir lugar para uma nova identidade pode exigir tanto esforço em espírito de oração quanto aprender a alimentar e cuidar do bebê. Mas, os escritos da Sra. Eddy estão cheios de conselhos substanciais. Ela sabia, e começa cedo. Não comprima o futuro bebê com a pressão dos seus desejos físicos ou mentais. “O feto precisa conservar-se mentalmente puro, e o período de gestação deve ter a santidade da virgindade” Ciência e Saúde, p. 62;, escreve ela.

Purifique os pensamentos, pois, quer você queira quer não, sua influência se faz sentir. A Sra. Eddy diz claramente: “A mãe é a educadora mais poderosa, seja a favor do crime ou contra ele. Seus pensamentos formam o embrião de outra mente mortal, e inconscientemente a modelam, quer segundo um modelo que lhe é odioso, quer pela influência divina, ‘de acordo com o modelo que te foi mostrado no monte’.” ibid., p. 236; E, ao falar em obstetrícia de acordo com a Ciência Cristã, escreve: “Para assistir convenientemente o nascimento da nova criatura, ou a idéia divina, é preciso separar o pensamento mortal de suas concepções materiais, de tal maneira que o nascimento se faça com naturalidade e segurança.” ibid., p. 463.

Nossos preconceitos e nossos conceitos materiais errôneos pretendem esconder o que Deus tem feito. Precisamos um reconhecimento da maravilha primitiva, da pureza e da beleza das idéias de Deus. Cada estágio, cada desenvolvimento, cada desdobramento de uma criancinha é um novo nascimento. E é Deus quem age durante o trajeto todo.

Não significa isso que abdiquemos de nosso dever. Em nossa tarefa de mãe não descuramos de expressar a ternura derivada de Deus, a sabedoria, o cuidado, a percepção e a orientação. Mas honrar a Deus significa deslocar o nosso foco do que queremos que uma criança seja, para o que Deus sabe a respeito dela. O que está aqui não é um filho, um bebê ou um feto em desenvolvimento ou regressão, mas é a idéia perfeita de Deus — formada, completa.

Será que parece abstrato deixar de lado nossa maneira de ver um filho em favor da visão que Deus dele tem? Não, não quando você vê esta verdade curar. Certa vez vi ceder imediatamente a febre de um filho depois que veio o pensamento: Liberte-o da idéia de ser uma criança mortal; desate-o e deixe-o ir-se do seu pensamento de que ele seja um ente despreparado, muito pequeno, dependente ou indefeso; devolva-o à inteireza daquele puro pensamento infantil, que é um direito dele e uma necessidade nossa — àquele estado de dinâmica inocência frente a qual o erro não pode persistir. Evitamos que nossa influência maternal seja de natureza material quando promovemos a independência espiritual de um filho, em vez de sua dependência física.

Qual é a resposta para um filho? Identidade, por certo — a pesquisa, o entendimento e a obtenção de identidade independente — em suma, “crescer”. Não é possível darmos identidade a ninguém. Deus a dá. O que nos é possível fazer é reconhecer a identidade concedida por Deus, nutri-la, encorajá-la e respeitá-la. O amor maternal espiritualmente inspirado é o terno reflexo do amor de Deus, levando a identidade a florescer em todas as coisas. A mãe que sabe que o homem nunca é deficiente, fraco, informe ou principiante pode aprender a criar um clima que orienta e anima o crescimento interior, mas que nunca é ditatorial, não interfere no crescimento nem tenta moldá-lo de acordo com noções preconcebidas. Quando o saber espiritual cria uma atmosfera na qual o indivíduo pode relacionar-se com o seu verdadeiro eu, e que anima o seu crescimento e liberta a sua ação orientada por Deus, então este saber pode libertá-lo do domínio da emoção negativa em relação à mãe.

A mãe ocupada em estar atenta a Deus cura os temores de seu filho enquanto cultiva a capacidade que ele tem de escutar a orientação divina. A criança encontra satisfação neste relacionamento com seu Pai-Mãe Deus — um relacionamento que é particular e preciosamente seu. O ciúme e o medo de separação desvanecem-se com naturalidade ante a crescente confiança que o filho tem em sua própria identidade amada por Deus.

As mães suprem conexões para seus filhos. Todos nós gostamos de ajudar os nossos filhos. Quem não conhece a satisfação de proporcionar bons contatos para os filhos, pessoas que podem levá-los mais adiante do que nós, orientando-os para lugares e situações onde possam desenvolver-se mais integralmente? A melhor conexão que podemos dar aos filhos é o conhecimento de que são filhos de Deus, já em seu lugar certo e por Ele sustentados. Esta convicção, mantido sem levar em conta as dificuldades, fornece-lhes uma ponte sobre a qual caminhar para chegar à sua própria realidade, e a realidade é tudo o que constitui a nossa tarefa. O que desejamos para eles é a solidez da verdadeira realização como resultado de expressarem sua individualidade espiritual.

Reconhecer a verdadeira identidade de outrem é a forma mais elevada de amor, porque ajuda-o a ver-se como ele realmente é. Mas quando o fazemos para um filho, não estamos fazendo nada de especial. É normal, natural, fazê-lo e este é um direito que o filho tem. Deus nos dá altruísmo em vez de egoísmo ao lidarmos com os filhos. À medida que a vida faz esta exigência para mãe após mãe, geração após geração, não é esta a verdadeira “engenharia genética” — deixar o Cristo ensinar-nos como manter nossos filhos alicerçados no amor mas não aprisionados, ambientados mas não restringidos, sustentados mas nunca paralisados, abraçados mas nunca sufocados?

E quando eles se vão embora, como o prospecto de seu futuro o requer, cheios de atividade e entusiasmo pelo seu próprio viver, o que nos resta como consolo depois de toda nossa paciência? Bem, nossa própria identidade, por certo, e a contínua aventura de explorá-la e desenvolvê-la. Porque sabemos que Deus é Mãe, nunca permitimos à nossa individualidade afogar-se nas tarefas maternais, portanto não nos sentimos deixadas de lado quando os filhos crescem.

Estamos sós? Precisaremos viver assaltadas pela tristeza do passar do tempo enquanto os nossos filhos crescem? Não! Não estamos sós! Quem está aqui? O amor maternal de Deus cerca-nos, toma cuidado de nós e conforta-nos. O amor que refletimos para outros, guia-nos continuamente! Sim, os atributos maternais de Deus ajudam a mãe, ajudam-na a ser boa mãe e também cuidam dela.

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