Na casa de Cátia havia um grande sino de navio pendurado do lado de fora da porta dos fundos. A mãe costumava tocar o sino para chamar Cátia, suas irmãs e o irmão de volta à casa.
Recentemente, porém, uma família de vespas havia estado muito ocupada construindo um ninho dentro do sino. Por isso, a mãe de Cátia tomava cuidado para não tocá-lo. Esperaria até que as vespas abandonassem o ninho. Então, o sino seria limpado, antes de ser usado outra vez.
Certo dia, Cátia e seu irmão Zeca estavam almoçando em casa, após a aula. Na hora de irem para a escola de novo, os amigos de Zeca bateram na porta dos fundos para chamá-lo. Zeca achou que eles gostariam de ver o ninho de vespas dentro do sino e foi mostrá-lo.
Os amigos desafiaram-no a tocar o sino e, na hora em que ele tocou, Cátia saiu da casa. Zeca não viu que ela vinha vindo. Ele e os amigos haviam corrido o mais depressa possível para longe da porta, pois sabiam que as vespas não ficariam contentes por ter sido tocado o sino. E tinham razão! As vespas saíram voando e picaram Cátia.
Zeca estava muito chateado por ter irritado as vespas. É claro que não havia pensado em ferir Cátia. Ela estava chorando e a mãe levou-a para dentro de casa. Ambas sentaram-se para conversar calmamente.
A mãe perguntou se ela estava zangada com Zeca pelo que aconteceu. Cátia sabia que não deveria estar zangada com ele, mas tinha que admitir que estava um pouco agastada porque fora pela travessura dele que as vespas picaram a ela. A mãe lem-brou-lhe que ela e Zeca gostavam muito um do outro, e que ele nunca faria nada de propósito para feri-la — assim como ela não o machucaria de propósito. Ela precisava perdoá-lo pelo que aconteceu. Sem dúvida, ela gostaria que ele a perdoasse se o tivesse atingido sem querer. A mãe salientou que Cristo Jesus ensinou-nos a Regra Aurea: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles.” Mateus 7:12;
A raiva de Cátia passou e ela sentiu-se muito mais calma, mais próxima de Deus. Começou a pensar a respeito dEle. Sabia que Ele é nosso bondoso Pai-Mãe, sempre-presente, e que Sua presença anula o mal. Havia aprendido na Escola Dominical da Ciência Cristã que Deus criou tudo para ser como Ele, ou seja, bom.
Lembrou-se de um trecho que a mãe lhe pedira para estudar uns dias antes em Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy: “Por compreender o domínio que o Amor tinha sobre todas as coisas, Daniel sentiu-se em segurança na cova dos leões, e Paulo provou que a víbora era inofensiva. Todas as criaturas de Deus, que se movem na harmonia da Ciência, são inofensivas, úteis, indestrutíveis.” Ciência e Saúde, p. 514; Pensando nessas palavras, lembrou-se das histórias bíblicas às quais a Sra. Eddy se referiu, e de como Daniel passou uma noite inteira preso numa cova com leões famintos, e Paulo livrou-se de uma cobra venenosa. ver Daniel 6:16–23 e Atos 28:2–5. A compreensão que tinham do amor de Deus e a fé em Seu amor, conservou ambos a salvo. Cátia compreendeu que aquilo que os protegeu, protegia-a também. Não tinha que ter medo de ser ferida por vespas ou por qualquer criatura de Deus.
Cátia estava tão ocupada pensando nessas verdades que nem percebeu estar ficando tarde. A mãe prontificou-se a levá-la de carro até a escola, para que não chegasse atrasada.
Ao saírem pela porta dos fundos, Cátia ficou surpresa ao encontrar Zeca sentado sozinho na varanda, esperando por ela. Ficou feliz por vê-lo. Já não estava zangada com ele. Zeca perguntou se ela estava bem. Respondeu-lhe que sim e, então, percebeu que, pensando a respeito de Deus e substituindo os pensamentos cheios de raiva por pensamentos repletos de amor, esquecera as picadas das vespas. Elas não doíam mais! Que lição maravilhosa para se aprender sobre o amor!
