Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

A cura e o conceito que temos de Deus

Da edição de janeiro de 1981 dO Arauto da Ciência Cristã


O que significa Deus para você?

A resposta a essa pergunta pode ser concisa ou prolixa, calculada ou emotiva, precisa ou vaga. Mas não são tanto as palavras, por nós ditas ou pensadas, que dizem qual o conceito que temos de Deus. É o que pensamos a respeito de nós mesmos. O que você pensa de sua situação atual ou das perspectivas presentes é que revela o que você pensa a respeito de Deus.

Quer estejamos nos volvendo a Deus em busca de cura pela primeira vez ou pela milésima, dois fatores essenciais à obtenção dessa cura são: (1) o que Deus é de fato e (2) o quanto reconhecemos ser Ele o que realmente é. A queixa: “Ah, se eu ao menos tivesse bastante compreensão, seria curado,” precisa ser substituída pela silenciosa e singela confiança de que Deus é capaz de transmitir, e está disposto a transmitir, a qualquer um de nós, as verdades exatas de que necessitamos a fim de compreender que somos filhos Seus. O poder de ter essa silenciosa confiança, bem como o de sermos honestos com nós mesmos, já está dentro em nós. E Deus já deu prova de Sua disposição em tornar conhecida a verdade que nos livra do erro de crer em ouros poderes. Cristo Jesus é essa prova.

Quando Jesus curou os dois cegos, disse: “Faça-se-vos conforme a vossa fé.” Mateus 9:29; E à mulher que fora curada de hemorragia, afirmou: “A tua fé te salvou.” v. 22; Toda vez que nos volvemos a Deus em busca de cura, podemos ouvir este apelo do Cristo: “Tende fé!” E se alegamos: “Como posso ter fé se não vejo nenhum resultado?” a resposta virá de nossa própria honestidade — a honestidade de nossa busca pela verdade de Deus.

Essa honestidade irá levar-nos a admitir o grande amor que Deus já manifestou à humanidade e a contemplar o maior drama de todos os tempos. Nesse drama, o Amor divino mostrou-nos, por intermédio de Jesus, que a própria Vida, o próprio Princípio, do universo não são leis de probabilidades, de matéria ou de força atômica, mas a lei da inteligência divina. Inda que não tenhamos certeza da existência real do homem Jesus, como acontece com algumas pessoas, veremos que a história em si — o nascimento, a sabedoria em amadurecimento, os ensinamentos, as obras de cura, a crucificação, a ressurreição de Jesus — quando honestamente considerada na profundidade de seu significado, irá despertar em nós um sentido de fé na veracidade de sua mensagem. A verdade da existência de Jesus excede a toda racionalidade materialmente intelectual.

Uma vez obtida tal fé, veremos como é fácil reconhecer a terna paternidade e maternidade de Deus. A imensidão de Seu ser e do Seu amor é tal que um simples vislumbre do que Ele é reduz a tal ponto nosso sentido de eu, com suas exigências, que se torna fácil ceder esse sentido ao Amor divino. Então podemos sentir crescer dentro de nós a compreensão que o Espírito, Deus, transmite — compreensão espiritual e não mera especialização intelectual.

O pecado, a doença, o conflito humano, o engodo e similares são mentiras, mas mentiras a respeito de quem? São mentiras a respeito de Deus. Talvez protestemos: sabemos que Deus é perfeito e não inclui nenhuma dessas coisas; mas parece que temos tais males em nossa experiência, os quais freqüentemente estão fora de nosso controle, porque alguma outra pessoa, às vezes teimosa e intransigente, é a causa deles.

Ora, essas ainda são mentiras a respeito de Deus. Se Deus é Tudo, e Ele o é, então onde existem tais erros? Existem apenas como crenças — mas crenças de quem? Não seriam as crenças de alguém que não reconhece o que Deus é? Mas, podemos dizer, o problema não está em Deus; está nas pessoas, e, principalmente, nalguma pessoa em particular, ou em mim. Mas se reconhecermos que esses erros existem como crença entretida por alguém, não estaremos dizendo então, que, embora a Mente divina não os haja criado, Deus consente neles e que Deus não pode ou não quer fazer nada a respeito deles até que alguém mude de crença?

Seja qual for a condição malévola que se nos apresenta, se entendemos que Deus realmente é Tudo e governa tudo, que Ele é a Mente infinita, a Alma, o Princípio, a Vida de tudo o que é real, e que Ele é Amor — então não podemos reconhecer, ao mesmo tempo, a doença ou qualquer outra discórdia, ou mesmo a crença nela, como tendo realidade. Se não compreendemos essa verdade no presente momento, podemos saber que, depondo nossa confiança em Deus e reconhecendo-O pelo que Ele é, veremos que Ele vem a nós com Sua compreensão. Mary Baker Eddy escreve: “O Espírito transmite a compreensão que eleva a consciência e conduz a toda a verdade.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 505; Desafiando a pergunta levantada pelos filhos de Israel: “Pode, acaso, Deus preparar-nos mesa no deserto?”, a Sra. Eddy retruca: “Que é que Deus não pode fazer?” ibid., p. 135;

Se estamos trabalhando, orando para curar um estado do corpo, um caso na família ou nos negócios — o que quer necessite de cura — nosso trabalho mental há de, por fim, voltar-se ao reconhecimento do que Deus é. E na medida em que incluímos a grandeza, a bondade, o poder e a infinidade da Verdade, que é Deus, não restará lugar algum em nosso pensamento para a fé no pecado, na doença, no infortúnio, ou para o que, muitíssimas vezes, parece ser a fé mais teimosa de todas — a fé nos traços de uma personalidade material. Nossa fé estará toda em Deus. Ver-nos-emos orando a prece que é eficaz em mudar as crenças das pessoas, em reformar o pecador e em curar o doente.

Todos precisamos de melhores conceitos a nosso próprio respeito, e esses conceitos melhorados trazem cura. Mas o único caminho que leva a um conceito correto a respeito de si próprio é a obtenção de um melhor conceito de Deus. Na medida em que o obtivermos, as lamentações que começam com a palavra “eu” — e a maioria delas começa assim — cederão à consciência de que Deus é o único Eu Sou. E cessarão também os lamentos que começam com “ele”, “ela”, ou “eles”. Quando virmos a grandeza desse único Eu Sou, veremos quão impossível é existir qualquer estado, de fato ou em crença, que não seja criado e mantido de modo inteligente, amável e harmonioso.

Nossa oração, pois, não é apenas pela fé em que podemos ser curados, mas pela fé em Deus e no Seu amor infinito. Se procuramos obter compreensão não para nós mesmos mas de Deus, se fazemos o que fazemos, não pelo que desejamos, mas pelo que Ele é, então obtemos resultados. A Sra. Eddy expõe-nos claramente na linha de abertura do primeiro capítulo do livro-texto da Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai’ennss), Ciência e Saúde: “A oração que reforma o pecador e cura o doente é uma fé absoluta em que tudo é possível a Deus — uma compreensão espiritual acerca dEle, um amor abnegado.” ibid., p. 1.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / janeiro de 1981

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.