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O progresso e o problema do ser

Da edição de janeiro de 1981 dO Arauto da Ciência Cristã


Progresso, impelido pela lei divina! Operando com toda certeza. Fundamental à existência do homem. Tudo porque Deus não tem limites.

O Princípio não tem fim. O Ser perfeito é infinito. Seu reflexo, o homem, não está confinado na expressão cada vez maior da perfeição. Porém, só o sentido espiritual é capaz de captar o significado de progresso no reino da perfeição.

O homem é imortal. Um ente mortal não é o homem. É um desvirtuamento do homem, uma coletânea de presunções que resultam na noção de que, no fim, o homem deteriora em vez de progredir. O critério divino para que haja progresso é o reconhecimento cada vez mais amplo da bondade eterna de Deus e de que o homem é a representação, em perpétuo desdobramento, dessa bondade. O sentido finito define o progresso como um processo interminável de encontrar e superar obstáculos, que leve o problema a um final e o conclua, como: ficar livre do medo ou da depressão, livre da dor, livre das dívidas.

Quando, porém, do ponto de vista do sentido espiritual nos vemos diante de um desafio, avançamos vigorosamente para a solução do problema do ser, atracando-nos com a realidade divina. A meta não é tanto terminar, eliminar, o desafio, mas sim descortinar um panorama inteiramente novo da realidade, uma nova percepção do ser espiritual. O sentido finito, com seus olhos esbugalhados de admiração, avalia o problema como uma dificuldade ameaçadora e fica imaginando quando, ou, até mesmo, se, o problema chegará algum dia ao fim. O sentido espiritual maravilha-se com o grande problema do ser, as verdades emergentes a respeito da realidade, e dedica-se ao problema com um sentido de descoberta, de destino. “Erguei as vossas cabeças” Lucas 21:28;, alentanos Cristo Jesus, quando os desafios parecem difíceis.

Se simplesmente nos limitamos a desejar a conclusão de determinado problema que nos aflige, mais cedo ou mais tarde poderemos ficar intrigados com a natureza da perfeição, até mesmo duvidar de sua capacidade de atrair. É a perfeição vaga e abstrata, carente de vitalidade, promessa e solidez? É tão vazia? Para o sentido finito, a perfeição parece certamente uma coisa oca. Se limitamos o progresso à luta constante pela vitória sobre o mal, estamos sujeitos a ver a perfeição unicamente como uma vasta ausência de confrontações e problemas derrotantes. Que vazio!

A realidade é infinitamente mais. Mas para perceber isto, precisamos não nos deixar atrapalhar pelos obstáculos e atracar-nos com o problema do ser, discernir a abundância do Amor quando a carência for agressiva, assenhorear-nos da alegria da Alma quando persistir a depressão. É preciso dar atenção profunda aos fatos intermináveis e amplos do universo de Deus e estender-nos mentalmente para esses fatos, até mesmo lutar para captá-los.

Em resposta a uma pergunta a respeito do “progresso infinito”, a Sra. Eddy diz: “O homem é o rebento e a idéia do Ser Supremo, cuja lei é perfeita e infinita. Em conformidade com essa lei, o homem manifesta sempre as bem-aventuranças infinitas do Ser; pois ele é a imagem e semelhança da Vida, da Verdade e do Amor infinitos.” E continua, explicando: “O progresso infinito é o ser concreto, que os mortais finitos vêem e compreendem apenas como glória abstrata. À medida que nos despojamos da mente mortal, o sentido material de vida, o sentido espiritual e a Ciência do ser vêm à luz.” Miscellaneous Writings, p. 82;

A natureza desse progresso infinito torna-se profundamente significativa ao substituírem-se as vistas mortais limitadas por vistas mais amplas e mais cheias de esperança, ao substituir-se a dúvida pela convicção profunda e o desânimo a respeito dos problemas pelo desejo de resolver o problema do ser.

A perseverança em encontrar a solução desse problema requer visão maior do que a esperança de que a discórdia desapareça. O problema do ser pede que nos apeguemos a poderosos conceitos espirituais. Expande nossa visão para horizontes mais amplos. O sentido espiritual derrota a dificuldade imediata não por repisá-la, mas por discernir a constante revelação de vislumbres novos e puros, por maior e mais ampla conscientização de qual é a natureza de Deus, Sua infinidade e Sua perpetuidade.

Nosso progresso aqui é limitado se permitimos ao sentido finito definir dado problema. Mas os matizes do verdadeiro progresso aparecem quando se dá, em nossa vida, prioridade à solução do problema do ser. Dificuldades assumem aspecto inteiramente diverso. Cedem às verdades espirituais inexoráveis; tornam-se menos impressionantes. Quando limitamos nossas metas àquelas do sentido finito, mal e mal mantemos nossa posição. Mas ao expandirmos nossa ação e ao desejarmos captar as questões reais — a supremacia da Mente, a constância do Princípio — surgirão soluções que, suavemente, irão atender às necessidades humanas. “Os mortais imperfeitos só lentamente compreendem o objetivo final da perfeição espiritual;” escreve nossa Líder, a Sra. Eddy, “mas, começar bem e continuar a luta para demonstrar o grande problema do ser, já é fazer muito.” Ciência e Saúde, p. 254;

Há uma lição por trás de cada dificuldade. Onde os desafios intimidariam o sentido finito, o sentido espiritual percebe verdades deslumbrantes. Quando a dor ou o desânimo pedem a atenção do sentido mortal, nesse mesmo momento uma idéia espiritual e sagrada insiste em sua própria supremacia. O problema do ser está à nossa porta, exigindo reconhecimento dos fatos momentosos da realidade.

Esse problema não é um dos que resolveremos por meio de nossas próprias habilidades pessoais. A Ciência da realidade impulsiona a solução. E a solução é inevitável. Mas o tipo mais genuíno de progresso vem quando cedemos à Ciência divina e perscrutamos o que revela da realidade, em vez de cismar a respeito da mortalidade. As grandes verdades do ser, que são de Deus, vitalizam, impulsionam e glorificam o ser. A Sra. Eddy assegura-nos: “A Vida, a Verdade e o Amor divino é o Princípio fundamental de toda Ciência, resolve o problema do ser; e nada que cause mal pode entrar na solução dos problemas de Deus.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 348.

Nosso conceito de progresso deve ser moldado pela disposição de solucionar o problema do ser, em vez de pelas pressões de enfermidades, relacionamentos difíceis e pecado. A maneira como encaramos um problema diz-nos se nosso progresso será uma questão de nos agitarmos para não afundar ou de nadar vigorosamente para frente. Se olharmos para as exigências de progresso com o sentido finito, estaremos nos ocupando principalmente com lutar para superar cada barreira que nos obstrua o caminho. Se cedermos ao sentido espiritual, veremos as grandes possibilidades que a realidade oferece. Envolver-nos-emos em descobrir a solução do problema do ser, encontraremos cura contínua, e nosso progresso irá refletir o que é divino.

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