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Dor — nem causa nem efeito

Da edição de janeiro de 1981 dO Arauto da Ciência Cristã


Você não ficaria espantado se, ao sentar-se numa cadeira, tivesse a impressão de ouvi-la dizer: “Ai! você está me machucando”? Você sabe que a cadeira não pode sentir dor. E sabe que ela não pode falar! De maneira que, sem dúvida, afastaria essa ilusão como sugestão ridícula.

Mas que dizer da sugestão que nos faz sentir dor no corpo? Você pode rejeitá-la do mesmo modo. Em Ciência e Saúde a Sra. Eddy nos assegura que “a matéria não tem sensação própria, e só a mente humana pode produzir dor” Ciência e Saúde, p. 166;. Ela não só nega a crença de haver sensação na matéria como também identifica a fonte que causa o engano — ou seja, a mente mortal, a suposição errada de haver mente na matéria. Essa suposição é o que parece produzir dor — um aspecto da crença errônea de que haja inteligência na matéria. Os julgamentos baseados nessa presunção surgem da ilusão, não de uma causa verdadeira, e, como conseqüência, lidam unicamente com efeitos.

A causa real e o efeito real não são materiais. Deus, o Espírito, é a causa ativadora infinitamente boa, e o homem espiritual e o universo espiritual são os efeitos harmoniosamente ativos. Cristo Jesus era capaz de corrigir efeitos errôneos, porque compreendeu essa verdadeira causa espiritual e sua contrafação. Disse: “Ninguém pode entrar na casa do valente para roubar-lhe os bens, sem primeiro amarrá-lo; e só então lhe saqueará a casa.” Marcos 3:27; A Sra. Eddy elucida essa declaração: “A mente mortal é o ‘valente’ que tem de ser subjugado antes que sua influência sobre a saúde e a moral possa ser eliminada. Vencido esse erro, podemos despojar o ‘valente’ de seus bens — a saber, do pecado e da moléstia.” Ciência e Saúde, p. 400;

Para curar o sofrimento humano precisamos, então, ir diretamente à fonte — o pensamento baseado na matéria. “Subjugamos” a mente mortal. Mas como? Compreendendo sua nulidade frente à totalidade de Deus, a Mente divina.

Uma vez que a Mente é imortal, o conceito de mente mortal aponta para a existência daquilo que é diametralmente oposto à inteligência divina, a única inteligência. Mas essa outra mente não é verdadeira. Ela negaria a totalidade de Deus. E crer em uma mente mortal infringe o primeiro mandamento: “Não terás outros deuses diante de mim.” Êxodo 20:3;

A existência de uma única Mente divina é fundamental para a cura pela Ciência Cristã. Todos os problemas humanos, inclusive a dor, afirmam de alguma maneira que há mais do que a Mente única. Esse argumento se apresenta numa variedade de disfarces — incompatibilidade, preparo insuficiente, má saúde, solidão, insanidade, pesar — mas invariavelmente nos confronta com a mesma premissa impossível, uma mente separada de Deus.

O homem real não tem mente mortal, nenhum ponto de vista material. Em vez disso ele é a verdadeira prova da existência da Mente divina. O homem é a representação daquilo que Deus sabe.

Mesmo sem levar em consideração o longo tempo pelo qual um estado dolorido tenha persistido, verificaremos — à medida que o sentido espiritual nos iluminar — que esse estado dolorido não tem razão válida para se firmar. Quando nosso pensamento estiver enraizado na realidade espiritual, poderemos provar que a materialidade não tem poder para causar dor.

E então, o que faremos se estivermos sofrendo?

Volvamo-nos para Deus. Compreendamos que Ele está presente e que Sua supremacia elimina tudo quanto Lhe seja dessemelhante. Podemos negar firmemente a hipotética origem material da dor, e podemos depois destruí-la com as energias da Mente. Quando tivermos conscientemente reconhecido que o mal-estar é uma sugestão mental, podemos desafiá-lo e refutá-lo.

Negar o sofrimento, mesmo quando os sentidos argumentam em seu favor, não é estoicismo. Longe disso. Em vez de suportar o sofrimento com força de vontade, cedemos à consciência espiritual que o elimina. Isso se manifesta exteriormente em cura. A cura não muda o que é real; em vez disso a cura emparelha o pensamento com a realidade divina de tal forma que a realidade se destaca como o que ela é — o real.

Quando eu estava no quinto mês de gravidez, o automóvel em que eu viajava sofreu uma colisão que me deixou com um ombro deslocado e uma orelha gravemente lacerada. A dor no ombro era, às vezes, muito violenta, e isso tornava difícil cuidar de um filhinho que estava ensaiando os primeiros passos. Além do mal-estar, sentia-me muito preocupada com a criança que em poucos meses devia nascer. Um trecho de Ciência e Saúde deu-me base firme para minhas orações: “Compreender que a doença é formada pela mente humana, não pela matéria, nem pela Mente divina, acaba com o sonho de moléstia.” Ciência e Saúde, p. 396.

Como tal afirmação me revigorou! A verdade dela pôs, de fato, um paradeiro ao “sonho de moléstia”! Constatei que nada poderia acontecer num corpo físico que pudesse prejudicar a criança. Compreendi também que a sensação de dor não se originava no ombro. O estado inteiro, todo ele, era sugestão mental agressiva que surgia da crença de haver vida na matéria. Mas faltava-lhe quem nele acreditasse. Não havia mente para aceitá-lo. Como podia eu saber o que Deus não sabia?

Diariamente aumentava minha convicção de que eu expressava somente a inteligência divina. Deus nada sabe de acidentes, agonias ou medo. Somente a consciência divina é real — nunca ocasionando nem permitindo acidentes. Nenhum mal se infiltra no Seu universo.

O raciocinar de acordo com as linhas acima eliminou o medo e o ressentimento, e me iluminou com a certeza reconfortadora de que a criação da Mente nunca está necessitada de ajustamento. Não há nenhuma outra criação. Cada vez mais senti-me capaz de dar conta dos meus afazeres caseiros e de continuar meu trabalho profissional. Meus colaboradores nada souberam do acidente até que a cura se completou. Em menos de duas semanas, sem qualquer assistência mecânica, o ombro voltou ao seu próprio lugar. Estilhaços de vidro que estavam na orelha foram expelidos facilmente e sem nenhuma infecção, e alguns meses mais tarde a criança — perfeita em todos os sentidos — nasceu com naturalidade e sem dor.

Quando começamos a compreender mais acerca de Deus como sendo a Mente, compreendemos mais acerca de nós mesmos como expressão da Mente. Verificamos que nunca necessitamos aceitar qualquer coisa de que Deus não tem conhecimento. Uma vez que a dor é alheia à Mente — é irreal — ela é alheia ao homem — a você e a mim. Essa compreensão amarra “o valente”, revelando-o como nulidade.

Por que ser vitimados pro aquilo que não existe?

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